27. Ausência

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Ao som da voz de Snape, os olhos de Hermione se voltaram para o rosto dele. Ele virou a cabeça ligeiramente, os olhos entreabertos e opacos de fadiga enquanto se concentravam nela. Hermione levantou-se rapidamente da cadeira, segurando a mão dele com um pouco mais de força enquanto se inclinava sobre a cama.

— Bem-vindo de volta — ela disse suavemente, incapaz de evitar estender a mão livre para afastar uma mecha de cabelo que havia caído em seus olhos quando ele moveu a cabeça.

Ele abriu a boca para falar novamente, mas a secura da garganta não permitiu e ele tossiu.

— Você gostaria de um pouco de água? — ela perguntou, e ele assentiu depois de tentar novamente, sem sucesso, limpar a garganta e dar sua resposta.

Ela se endireitou, liberando a mão dele e retirou a varinha. Virando-se para a porta aberta do banheiro, ela gritou: — Accio copo!

Um pequeno copo bateu em sua mão um momento depois, e ela apontou a ponta da varinha para o copo e murmurou: — Aguamenti.

Snape, entretanto, tentou se apoiar nos cotovelos para aceitar a água, mas seus braços estavam fracos e trêmulos, e ele caiu de volta nos travesseiros com um grunhido de frustração.

Hermione notou que, apesar do sangue lunar ter um efeito obviamente positivo sobre ele, ele ainda não estava cem por cento bem, como ela esperava que estivesse.

— Apenas vá com calma por um tempo — ela advertiu, tentando evitar soar muito maternal. Ela sabia como ele desprezaria ser mimado, mesmo em seu estado enfraquecido. — Deixe-me ajudá-lo.

Ele tossiu de novo, mas não protestou quando ela reorganizou os travesseiros de maneira um tanto desajeitada para apoiá-lo um pouco, depois sentou-se na beira da cama e passou a mão atrás da cabeça dele, ajudando a firmá-lo enquanto erguia o copo para ele. lábios. Durante os vários momentos em que ela despejou o líquido frio em sua boca, ela se lembrou da última vez que o ajudou a beber – quando ele voltou de Voldemort depois de ter sido forçado a tomar a poção Cruciatus. Parecia ter sido há anos, considerando tudo o que acontecera entre eles desde então. Na verdade, haviam se passado pouco menos de seis semanas.

Snape fez menção de se afastar quando o copo estava meio vazio, e ela o removeu, retirando a mão de trás da cabeça dele também. Ele relaxou nos travesseiros com um suspiro e fechou os olhos enquanto ela colocava o copo no armário próximo.

Ela ficou onde estava, empoleirada cuidadosamente na beira da cama, e estudou o rosto dele. Ainda havia círculos escuros sob seus olhos, mas sua pele parecia quase normal novamente, pálida como estava. Uma pitada de barba por fazer sombreava suas bochechas, embora McGonagall tivesse o hábito de raspar a barba todas as manhãs.

Depois de um curto período de tempo, seus olhos se abriram novamente e ele finalmente conseguiu limpar a garganta, resmungando: — Então, parece que estou vivo, afinal.

Ela assentiu, cruzando as mãos no colo e olhando para elas.

— Você nos deu um grande susto, você sabe — ela disse calmamente.

— Há quanto tempo estou aqui? — ele perguntou, e ela podia sentir os olhos dele em seu rosto.

Ela engoliu o nó na garganta e encontrou o olhar dele. — Quase uma semana.

— Uma semana? — Ele olhou para ela incrédulo. O braço esquerdo estava ao lado do corpo, sob o lençol; depois de um minuto, ele o moveu sobre o peito, sondando o local onde a faca havia entrado em seu corpo. Ela viu o contorno da mão dele traçar a linha fina que era o único resquício de sua provação.

— Funcionou — disse ele finalmente, ainda tocando a cicatriz e parecendo claramente confuso. — Ela reconheceu Potter; Eu deveria estar bem.

— Sim, você deveria ter ficado — ela respondeu hesitante, — mas não funcionou exatamente como o Professor Dumbledore esperava.

Before the Dawn | SevmioneWhere stories live. Discover now