Capítulo Quinze- Parte 1

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CARL

David estava estranhamente quieto quando eu lhe dei os detalhes. Não puxei meus punhos e ele não interferiu. Eu vi quando o homem que tinha vindo a conhecer tão bem envelheceu diante dos meus olhos. Esfregou as têmporas quando contei o que se passou no toalete, e em seguida, ele colocou seu rosto entre as mãos. Eu lhe servi um uísque, colocando sobre a mesa, mas nem percebeu.

- Ela precisa de disciplina- eu disse- sério, David, eu não estou tendo essa merda acontecendo no meu turno.- ele suspirou.

- Tantos anos de tentativas, eu te contei, Carl, apenas não posso ter feito certo- me inclinei na minha cadeira.

- Por que Verity e Katie se odeiam?- perguntei- qual é a história, David? A verdadeira história sobre Katie.

Tentei me convencer que este interesse era apenas profissional, que eu precisava para proteger meus empregados e fazer o meu trabalho. Mas minhas mãos estavam úmidas e quentes e meu estômago estava revirando. Ele encolheu os ombros.

- A história do meu fracasso, você quer dizer?- doeu pensar que estava se referindo a Katie como um fracasso. O ressentimento estava na minha garganta, prestes a se soltar antes que ele esclarecesse sua postura- o caso era um fracasso- disse ele- foi antes de seu tempo, quando ainda estávamos expandindo para o couro. Eu estava trabalhando longas horas, Olivia estava ocupada com os meninos, eu nunca estava lá, não como deveria, e ela sempre foi tão maldita amarga, Carl, Seb e Dommie eram crianças barulhentas, eles levaram muito dela, ela estava cansada, eu estava cansado, era uma merda.

- Parece à vida- eu disse.

- Debbie foi tudo o que Olivia não era, ela tinha tanta energia, tanto entusiasmo.

- Debbie é a mãe de Katie?- ele assentiu.

- Minha secretária, dezenove anos, menos da metade da minha idade- ele sorriu, pegou o uísque e tomou um gole- deveria saber melhor, Carl, deveria saber me manter em minhas calças- dei de ombros.

- Você não é o único homem que não pode manter seu pau para si mesmo, com certeza não vai ser o último.

- Nós ficamos próximos, eu sei que sempre dizem isso, mas é verdade, ela ouviu, ela estava sempre ouvindo, ouvir de verdade, sabe? tinha o riso mais surpreendente, o sorriso mais genuíno- ele tirou o copo na minha direção- Katie tem seu sorriso, você pode ver todas as emoções em seu rosto, aquela menina, assim como sua mãe, mesmas sardas, também.- senti um nó no estômago, algo desconfortável, vulnerável e exposto.

- Katie é uma menina bonita- ele assentiu.

- Eu amava sua mãe, Carl, ela não era apenas uma aventura, costumava vê-la através do escritório, sonhava com uma vida diferente, me perguntava como seria acordar com ela na parte da manhã, como iríamos passar as nossas noites, como nossa casa seria, se os nossos filhos seriam parecidos- meu estômago apertou na honestidade em sua confissão.

- Isso era ruim, então?- eu disse. Ele não respondeu, apenas olhou além de mim.

- Seis meses que estávamos nos vendo, e então eu esfriei, Olivia estava no ponto de ruptura, e eu me senti tão ruim para os meninos, Carl, a culpa me corroeu, me convenci a dar outro movimento, uma última chance, estúpido, foi estúpido.- ele deu uma risada triste- queria estar com outra mulher, e ainda me convenci a ficar.

- É compreensível- eu disse- pelos meninos- seus olhos encontraram os meus, e eles eram tão azuis, assim como os de Katie.

- Tivemos relações sexuais, só uma vez, apenas para tentar acender a centelha de volta- eu levantei a mão.

- Você não precisa me dizer os detalhes, David, não se você não quiser- ele acenou com as minhas palavras de lado.

- Uma vez, Carl, era apenas uma vez, e eu sabia então, sabia que meu coração não estava lá, nunca estaria, amei Olivia, ela tinha me dado dois belos rapazes e fiz uma casa para eles, ela tinha estado lá quando eu não era ninguém e ainda estava lá quando eu não estava, ela é uma boa mulher, Carl, ela ainda é uma boa mulher, mas eu estava
apaixonado por Debbie.

Sugar Daddies- JADE WESTOnde histórias criam vida. Descubra agora