Capítulo Dezenove

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CARL

Ela não me deixou abraça-la, apenas secou as lágrimas e se ocupou com Samson. Ajudei o melhor que pude, ajudando a escová-lo antes de colocá-lo no piquete, abrindo portões, segurando uma mangueira enquanto o bebedouro de água estava enchendo, mas eu não acredito que ela sequer percebeu.

Seus pensamentos estavam longe, os olhos cheios de lágrimas enquanto olhava o vazio.
Podia sentir seus sonhos se quebrando. E os meus estavam na minha garganta, desesperados para alcançar e agarrar os dela e manter os pedaços juntos.

Assisti Samson fazer o seu caminho de volta para o campo, chamando por seus amigos equinos antes de sair em uma corrida, mas pela primeira vez Katie não o observou. Ela já estava indo para fora, cabresto na mão, atravessando o pátio em direção ao carro.
Eu a alcancei, mas ela não disse nada, apenas guardou o cabresto no gancho da baia de Sansão e recolheu a mangueira.

- Casa?- eu disse, e ela concordou. Sentou no banco e prendeu seu cinto, sua respiração era superficial e irregular.

Afastei-me da fazenda, dirigindo lentamente
ao longo da pista. O silêncio era ensurdecedor. Muito ensurdecedor.

- É tão ruim assim? Não há tempo para negociar? Eles não vão lhe dar qualquer margem de manobra?- ela balançou a cabeça.

- Deram-lhe tudo o que eles estavam dispostos a dar, eu cheguei tarde demais.

- Tarde demais?

- Eu esperava ter dinheiro suficiente para pagar o aluguel por mais seis meses, Jack precisava desse dinheiro para entregar ao banco.

- Mas isso não é mais uma opção?- seu lábio tremeu um pouco.

- Acho que foi sempre uma possibilidade remota, foi apenas uma esperança, para nós dois, ele não pode fazer o negócio funcionar
por conta própria, eu só esperava...- a voz dela sumiu.

Esperança, talvez, mas a menina parecia quebrada. Mordiscou os nós dos dedos quando o carro pegou velocidade, e a necessidade em mim transbordou, explodiu. Eu virei para um desvio na estrada, onde uma placa indicava Madeireira Haugh. A área de estacionamento praticamente vazia. Parei, desliguei o motor enquanto Katie olhava para mim.

- O que nós estamos...?

- É o seu sonho?- perguntei- esse lugar? Este lugar em particular? Esta fazenda?- ela assentiu com a cabeça.

- É realmente estúpido- ela estava ofegante, a fragilidade aparente em sua voz- tenho tudo planejado, tudo, sei onde eu iria
colocar os abrigos no campo, como organizaria a escola, onde daria cursos de salto em obstáculos, conheço esse lugar, conheço essas pessoas, tenho uma lista de
crianças que querem aulas e que não podem pagar, mas quero ajuda-las de qualquer maneira- ela encontrou meus olhos- eu queria tanto, eu quero muito isso.

- E quanto a outros estábulos? Você poderia alugar em outro lugar, não?- ela encolheu os ombros.

- Talvez, não sei, acho que sim, é tudo muito incerto agora.- seus olhos se encheram de lágrimas novamente- este lugar apenas é
especial para mim, o lugar que montei meu primeiro cavalo, o lugar onde Samson
e eu nos encontramos.- apontou para uma trilha na extremidade da área de
estacionamento- nós galopamos através dessas arvores todo o tempo, conheço
cada caminho, cada colina, cada curva, amo isso aqui, amo tudo sobre este lugar- suspirei, minhas mãos no volante.

- Quanto é que ele precisa? Para está vendendo a terra para você?- sorriu meio triste.

- Muito, não sei quanto ao certo, uns duzentos mil, é muito dinheiro para que eu me preocupe com isso.- então eu ofereci, só porra ofereci.

Sugar Daddies- JADE WESTDonde viven las historias. Descúbrelo ahora