Capítulo XXXIV

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— Eu não consigo acreditar em você.

É tudo que Bernardo sabe dizer, faz quinze minutos que disse o que sinto por ele e depois de discutido comigo e quase tirado a porra da minha paciencia, tudo que ele sabe dizer é:

— Eu simplesmente não consigo acreditar.

Deixei ele falando sozinho para ver se ele chegava razão, mas sinto que seus pensamentos só estão se embolando mais, eu tento me aproximar dele mas ele não permite que eu chegue a menos de um metro de distância. Eu podia puxá-lo e terminar de vez com essa abstinência, mas preciso respeitar a confusão em que ele se encontra, a confusão que eu estou causando nele.

— Você sempre me tratou... A gente nunca nem... Eu só acho engraçado que... — Meu deus, ele não consegue terminar uma frase sequer de tão nervoso que está — Eu não consigo acreditar em você.

— Não consegue ou não quer?

— Não consigo. Por que não ia querer? Eu sou apaixonado por você e tudo que mais poderia querer é que sentisse o mesmo por mim.

— E o que te impede de acreditar que sinto o mesmo? — Pergunto ficando impaciente.

— Tudo que você já me fez e disse. — Responde duro e eu entendo o seu lado, se fui capaz de confundir minha própria cabeça, imagino o que não fiz com a dele.

— O que eu tenho que fazer para você acreditar?

Ele fica em silêncio sem saber o que dizer, mas eu queria uma resposta. Já tinha chegado até aqui e dito que estava apaixonada mais do que qualquer outro caralho de pessoa faria, estou sendo paciente com ele e me pondo no seu lugar para entender como ele deve estar se sentindo nesse momento, sei que depois de tudo que fiz e disse deve ser difícil de acreditar, porém eu não vejo motivo para me colocar em uma posição tão vulnerável na sua frente se não porque estou sendo totalmente honesta.

Bernardo engole em seco e então se aproxima, seus olhos brilham de forma diferente o que me deixa ansiosa, troco o peso de um pé para o outro e cruzo os braços à frente do corpo.

Diz de uma vez, inferno!

— Está apaixonada por mim?

— Sim e quero te mostrar que estou, me deixa de mostrar que é verdade — Peço e ele finalmente abaixa a guarda e relaxa, vejo que ultrapasse sua mágoa e dúvida quando seus olhos voltaram a me encarar com o mesmo brilho de antes, ele junta as mão na frente do corpo e me olha corando.

— Então me deixa te dominar na cama. — Sussurra como se estivesse fazendo algo errado.

Meus olhos se arregalam levemente e meus lábios ficam entreabertos pois não sei o que responder. Em todos os meus casos eu nunca em minha vida havia deixado alguém tomar o controle na cama, nunca havia deixado alguém me tocar sem permissão, as vezes em que permitir Bernardo fazer isso foi um esforço muito grande dentro de mim e ainda assim foram só por alguns momentos e depois eu retomei o controle. Pensei que ele gostasse disso, ele sempre pareceu adorar em ter-se no sob meu controle e as minhas vontades.

Deixar Bernardo tomar controle de mim era fora da minha natureza e do meu conhecimento. Ainda assim, se havia alguém a quem consideraria tentar seria ele, se era disso que ele precisava pra acreditar em mim, eu acho que consigo.

— Se o que está me dizendo é verdade e não simplesmente um capricho seu de posse e dominância então, só dessa vez, só dessa vez quero que se entregue para mim em vez de eu me entregar para você, Verônica. — Ele termina e finalmente entendo seus motivos.

Dou alguns passos para trás para ter um pouco de espaço e assisto ele parecer certamente desapontado até eu começar a me despir ficando somente de roupas íntimas na sua frente, caminho em direção a sua cama e me sento no meio do colchão colocando as mão em meus joelhos. Não era natural, mas não me sentia desconfortável, eu confiava em Bernardo e sei que ele não faria nada que passasse dos limites os quais ele já conhece muito bem.

Mommy IssuesWhere stories live. Discover now