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O ambiente era agradável, a cafeteria que as meninas optaram por escolher era cara e de alto nível. Para elas o café era algo que deveria ser bom principalmente quando se tratava para acompanhar conversas.

A primeira a chegar foi Amélie que sentou-se numa mesa próximo a janela que dava uma bela vista para as montanhas. Ela estava inquieta e por isso batucava a mesa tentando controlar sua inquietação.

Era estranho depois de tantos anos esperar por alguém, era diferente de quando Bárbara ia buscar suas filhas na casa de Amélie, pois na frente das meninas se juntaram esforçaram-se para manter a postura.

E ali… eram elas e poderiam perder a postura em questão de segundos, essa conversa era algo difícil e que traria muito do passado consigo e trazer o passado a tona nem sempre era algo bom.

Eles combinaram ali pois era algo formal e longe de casa, o que significava que não seriam interrompidas por alguém e nem corria a chance de suas filhas descobrirem sobre isso.

Amélie se encontrava ansiosa batendo o pé no chão, enquanto olhava para a porta na esperança de ver a mulher dar as caras.

Bárbara chegou no local e o sininho avisou que a mulher havia chegado no café, Amélie não pode evitar um suspiro.

Bárbara envelhecia como vinho, apesar dos anos ainda continuava belíssima. Ela vestia um vestido rosa bebê e branco quadriculado que se ajustava perfeitamente às curvas da mulher.

A mesma podia ser facilmente confundida como uma adolescente. Os cabelos dourados que Amélie tanto amava caíam como cascatas, diferente de quando se viram pela última vez ele estava comprido.

Amélie se sentia patética sentada ali, a mulher que estava vindo em sua direção estava deslumbrante e Amélie nem sequer havia se arrumado para isto.

Amélie vestia calça jeans de cintura alta e uma regata branca e por cima usava um cardigan xadrez de botões que ia até o meio de suas coxas. Seus cabelos agora inteiramente castanhos estavam presos em um coque desajeitado.

Sem resquício algum de tinta em seu cabelo, nem o roxo que Bárbara tanto adorava.

Ela se sentia quase desleixada, não havia maquiagem alguma cobrindo seu rosto deixando exposta suas olheiras e algumas sardinhas pelo seu rosto.

Mas para Bárbara ela sempre estaria perfeita honestamente, a menina mais nova sentia falta de ver o rosto da mulher a su frente livre qualquer maquiagem.

Ela se sentou a frente e ambas ficaram em silêncio até fazerem o pedido, nenhuma com coragem o suficiente para dar início a conversa. Fugindo do assunto, mas o assunto estava exposto na mesa.

— Fugindo do assunto tão típico teu! — Alfinetou Bárbara.

Um sorriso travesso tomou o rosto de Amélie irritada com a situação, ela deveria ser pacífica, mas tudo ali a impedia.

— Ora quer que eu vá direto ao ponto? As vezes o que desejamos nem sempre é legal, minha cara — Retribuiu do mesmo modo.

— Minha cara? Achei que havia deixado de ser sua a tempos — Ela riu — Vamos ao ponto, não esperei maldito dez anos para que você viesse e me enrolasse. Isso você já fez em tres anos…

— Vejo que a carta não lhe ensinou nada, você ao menos a leu? Saberia o que eu quis dizer ou o que eu senti.

— E que importância faz? Eu apenas massagearia seu ego.

A voz de ambas começava a se erguer, atraindo olhares para sua mesa as constrangendo. Amélie bebeu de seu café quente, o que desceu queimando sua garganta por conta da cafeína quente.

As gêmeas Florence - BarbelieOù les histoires vivent. Découvrez maintenant