Capítulo Vinte. - Mas como?

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Jake.

Como esquecer algo que grudou na sua cabeça? Algo que invande os seus pensamentos a cada segundo, como esquecer?

Eu nunca fiquei lembrando de um beijo antes, não dessa maneira. Não entendo o motivo de eu estar assim, não entendo a razão de eu estar magoado... será que ela me enfeitiçou?

Não entendo o porquê dela ter feito isso, nenhuma garato havia me menosprezou desse jeito. Será que ela não gostou do beijo? Acho que não, porque isso nunca me ocorreu antes, e o nosso beijo foi muito bom, ao menos pra mim...

Saí pra correr, na espectativa de dispistar as lembranças que insistem em surgir em minha mente. Corri por uma hora. Parei em uma pracinha para comprar uma água, saí tão apressado de casa que acabei esquecendo. Paguei ao vendedor e me sentei no banco. Fiquei observando as criancinhas bricarem no parquinho. Eu vinha brincar aqui quando era pequeno, a minha babá me trazia quando eu não parava de chorar com saudades dos meus pais. Quando eu tiver filhos vou fazer de tudo para ser um pai presente, e ele ou ela não sentir a minha falta.

Peguei o meu celular, e entrei no instagram, as notificações não paravam de chegar. As pessoas estavam me marcando nos storys, resolvi olha-los. Alguns eram só fotos em que participei, essas eu repostei. Mas os meus vídeos virando copos e mais copos de vodka, e uma garrafa de whisky, eu resolvi ignorar. Vi que Lucas postou alguns storys com o Marcos, aquele babaca. Eu não consigo ir com a cara desse garoto, ele força muito a barra!

Pensar nele me fez lembrar dele e Agatha sorrindo naquela despensa, e na raiva que por algum motivo eu senti naquela hora, eu não estava bêbado alí, comecei a beber depois. Não me lembro muito bem do diálogo que tive com Agatha no carro quando estávamos voltanto pra casa, só lembro que conversamos. Mas eu me lembro nitidamente de quando chegamos em casa, e de como o meu coração havia ficado acelerado, como jamais ficará. Lembro da adrenalina que inundou o meu corpo, e como aquilo cortou o efeito da bebida. Me lembro da sensação de quando seus lábios tocaram aos meus... foi algo surreal. Eu vinha a desejado a um tempo, e quando finalmente a tive em meus braços, foi como se aquilo fosse apenas um sonho. Eu não entendo a razão desse beijo ter sido tão marcante assim, afinal, foi só mais um beijo, e que segundo ela, eu o deveria esquecer. Mas como?

Resolvi voltar pra casa, precisava correr mais, pra ver se conseguiria tirar isso da minha cabeça de novo. Coloquei os meus fones e segui caminho. Quando cheguei em casa encontrei minha mãe sentada no sofá, lendo uma revista.

- Por onde andou? - perguntou ela.

- Estava correndo.

- Se preparando para o jogo de amanhã?

Porra, como eu ainda não havia pensado no jogo? Tudo culpa da Agatha, com aquele papinho de " esquecer" !

- É, eu estava. - menti.

- Que bom!

- E como foi na casa da Betty? - perguntei.

- Ah, foi maravilhoso!

- Legal...

- O que você quer almoçar? Acho que hoje seremos só nós dois, a Agatha ainda não voltou.

- Pede uma pizza.

- Tudo bem.


Subi correndo, e fui direto tomar um banho. Enrolei a toalha na cintura, e fui até o meu guarda-roupa, peguei uma calça moletom, e uma camisa preta, algo bem confortável. Mexi um pouco no computador, e logo minha mãe me chamou para almoçar.

- Pedi de calabresa, a sua favorita! - ela disse sorridente.

- Valeu.

Ela pegou os pratos, os copos, e uma garrafa de Coca-Cola. Começamos a comer em silêncio, mas minha mãe se incomodou, e tratou de quebra-ló.

International Love (Em Revisão)Where stories live. Discover now