Capítulo Cinquenta e oito. - Valentine's Day.

50 7 14
                                    

Toda a escola se encontrava em clima de Romance. Pra mim, é estranho ver as pessoas comemorando o dia dos namorados em fevereiro, já que no Brasil comemoramos em junho. E é ainda mais estranho o fato de eu estar o comemorando também.

Apesar de sempre ter sido uma leitora assídua de romances, nunca parei para me imaginar comemorando um dia dos namorados, ainda mais nos Estados Unidos.

Caminhei até o meu armário e me surpreendi ao abrir-lo. Um envelope vermelho chamou a minha atenção. Ele não estava alí a tempos atrás. O peguei e o abri rapidamente. O meu coração acelerou ao identificar a caligrafia de Jake.

" Sei que já te falei um milhão de vezes o quanto que gosto dos seus olhos, eles são como a imensidão para mim. Às vezes penso se posso me afogar nesse oceano azul cristalino, e isso seria uma honra, porque estou preso neles desda primeira vez em que te vi.

Do seu querido amado, Jake Henry Lerry. "

Ri com a menção do seu nome do meio. Ultimamente venho o chamando de Henry, apenas para provoca-ló. Acho um nome incrivelmente bonito, não sei porquê Jake enrolou tanto para me contar.

Todas as garotas que passaram na vida dele apenas conheciam o Jake Lerry, e toda a sua má fama, mas eu, eu conheço o Jake Henry Lerry e todas as suas manias, qualidades e, é claro, os seus defeitos.

Demorei até parar de sorrir, estava andando que nem uma pomba lesa pelos corredores. O efeito que ele tem sobre mim é o mesmo de meses atrás, o meu coração acelera exatamente da mesma forma.

Me pergunto se um dia esses sentimentos vão passar, mas o meu interior tem certeza que não. Sei que parece clichê, mas sinto que nós dois estávamos destinados a nos encontrar. Um encontro de almas, eu diria. Nem mesmo Platão poderia descrever o quão forte é o eros existente entre nós. Ele teria que redefinir-lo.

- Por que andas tão abobada? - Sofia surgiu do nada.

- Você quer me matar do coração?!

- Acho que Jake faz isso melhor. - rimos.

- Ele me escreveu uma carta.

- Olha só, quem diria que o Jake seria um cara romântico!

- Se me dissessem isso a alguns meses atrás, eu também não acreditaria.

- Pois é.

- E o Lucas, fez alguma coisa pra você?

- Ainda não.

Eles vêm mantendo um relacionamento secreto. Eles não possuem títulos ainda. E, além disso, Sofia não quer magoar os sentimentos de Susy. Por essa razão, nem todos sabem que eles estão juntos.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Claro.

- Quando se sabe o momento certo de falar aquela frase que se começa com "te"?

- É o que estou pensando?

Afirmei.

- Diga quando sentir de verdade, e quando achar que é o momento certo.

- É o que eu vou fazer.

O sinal tocou mais uma vez, indicando que já deveríamos estar na sala. Nos despedimos, e cada uma seguiu o seu caminho.

Charlotte estava encostada na parede do fim do corredor, ela me olhava dos pés a cabeça, e a sua expressão não era de uma pessoa feliz.

Nos ensaios ela até que tenta disfarçar o ódio que sente por mim, mas em momentos como este, ele fica evidente. Acho que é porque ninguém está olhando, por isso ela não precisa fingir que já superou essa situação, que já superou Jake.

Entrei na sala de gramática. Me sentei bem longe do lugar onde eu costumava ficar, como venho fazendo ultimamente. Foi o modo que encontrei de evitar o traste do Marcos. Sério, eu devo ter muito azar para dividir duas aulas seguidas com ele.

Ainda bem que ele teve o mínimo de senso para não se aproximar mais de mim. Jake diz que todas as vezes que o vê nos treinos sente uma enorme vontade de socar a cara dele. Não o julgo, porque até eu tenho essa vontade.

Jake estava encostado no carro, com um buquê de rosas vermelhas na mão. Eu mal pude acreditar naquela cena. Era perfeita demais pra ser verdade.

- Eu literalmente não esperava por essa. - disse sorrindo.

- Não esperava que eu fosse um cara romântico?

- Talvez...

Ele riu, me entregando o buquê.

- Eu queria ter planejado algo melhor, mas o horário das aulas não colaboraram muito.

- Sem problemas, Henry.

- Não sei porquê cisma em me chamar pelo nome do meio.

- Você me chama de senhorita insuportável, isso é mil vezes pior! E Henry é um nome muito bonito, me agradeça por não inventar um apelido horrendo pra você.

- Touché.

- Eu também tenho uma coisa pra te dar.

Peguei a caixinha que estava no bolso da minha mochila, a entregando a ele.

- Não é justo que só eu use um acessório com a sua inicial. Se é pra ser cafona, seremos juntos. - falei enquanto o via abrir a caixinha.

Ele sorriu ao colocar a pulseira, com a minha inicial gravada, no pulso.

- Eu adorei.

O meu namorado me puxou para mas perto, colando os nossos corpos.

- Sabe... esse é o meu primeiro dia dos namorados.

- O meu também.

O olhei desconfiada.

- Você acha que eu não vi algumas garotas colocando cartinhas no seu armário? - arqueei a sobrancelha. - Se elas fazem isso você estando comprometido, não quero nem imaginar o que elas fizeram nos anos passados.

- Você fica tão bonitinha quando está com ciúmes! - apertou a pontinha do meu nariz. - Mas pra sua informação, eu nunca comemorei essa data. Você é a minha primeira namorada.

- Oficial, né.

- Você está estragando o clima.

- O que fez com as cartas?

- Joguei fora.

- Todas?

Afirmou.

- Nem cheguei a ler. Você devia parar com esse ciúmes besta, sabe que sou todinho seu!

- Todinho meu, é? - não contive um sorriso.

- Todinho.

Sorrimos um para o outro e não demorou muito até que Jake selasse os nossos lábios.

É tudo tão perfeito, que chega parecer um sonho. Um sonho do qual eu não quero nunca acordar. Um sonho no qual eu quero viver pra sempre. E em momentos como este sinto que eles realmente vão durar por toda a eternidade.

International Love (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora