Obrigada por chamá-los🖤

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O dia amanheceu, frio e úmido, como de costume.
Black encarava a porta do quarto, poucos raios de luz passavam pela cortina cinza ao seu lado.

Criando coragem, ela se sentou. Podia imaginar que não passavam das 5:30, pela falta de luz solar. Ela olhou para os pés, cobertos por meias de sua casa, Lufa-Lufa, as quais havia ganhado de dumbledore a algumas semanas, afim de que a animasse.

Sem ânimo algum, ela se levantou, em passos leves saiu do quarto, descendo com cuidado para o andar debaixo. Tentando não olhar para as cabeças de elfo que se estendiam pela parede.

Com cuidado, abriu a porta de uma das salas da casa, se dirigindo em passos lentos até o centro do cômodo.

A árvore genealógica tremeluzia com a pouca claridade. Alguns nomes estavam queimados, em demonstração da ira que aquela família poderia ter pelos seus.

Dentre os últimos nomes, o de Siriús era o queimado. Ela passava horas olhando para aquele papel de parede "sagrado" quando remus saia.

Black se aproximou, vendo a raiz da árvore sair do nome queimado de siriús, terminando em seu nome, tremeluzindo em letras douradas gastas
"Manuella Remus Black- a mestiça"

O nome não fora queimado. Ainda.

Um suspiro cansado saiu de seus lábios, a medida que ela se aproximou, tocando o círculo em que a foto de seu pai deveria estar, mas o papel não a permitia vê-lo, por conta do rasgo.

Os dedos da menina se afastaram ao ouvir a porta se abrir.

-Remus: Ainda está cedo, querida. — o tom de voz saiu arrastado. Ele parecia ter acabado de se levantar.

-Black: Está. — Ela se aproximou de Remus, o olhando nos olhos. — Está cedo demais. Só iremos até Hogsmade as 6:30. Ainda há tempo para que o senhor durma.

-Remus: Digo o mesmo.

-Black: Não estou cansada.

Ele abriu mais a porta, para que ela passasse.
Black assim fez, ouvindo a porta se fechar e os passos de Remus a seguirem até a sala de entrada.

-Remus: Quer conversar? Comer algo, posso preparar alguma coisa para você.

O tom carinhoso de Remus fez algo se quebrar dentro de Black.

-Black: Muitíssimo obrigado pai... eu só ando levantando mais cedo. Virou um costume, não se preocupe com isso.

Ele a olhou se sentar, a acompanhando, passando o braço por seus ombros.

-Remus: O tempo voa, não acha?

Black assentiu, segurando a vontade de chorar só por sentir os braços do pai a rodearem.

-Remus: Saudades de quando você deitava no meu colo. Era tão pequena, mas uma peste em treinamento.

Por alguns instantes ela riu. Riu de verdade.
O sofá farfalhou a medida que ela se deitou, apoiando a cabeça sobre as pernas do pai, deixando as suas esticadas até o final do sofá.

Ele imediatamente tocou os cabelos emaranhados da filha.

-Remus: Quando éramos mais novos, siriús dizia ter medo da morte. — ele suspirou. — Mas também dizia o quão lindamente ele a enfrentaria.

Uma lágrima escapou de Black, a medida que seus lábios tremeram em oposição.

-Black: Papai me dizia que ele seria eterno. — ela sorriu. — Eu, obviamente,  sempre soube que era mentira. Uma mentirinha do bem...

A menina fechou os olhos com força, sentindo a mão macia de Remus acariciar seu rosto.
Ela precisava falar. E se fosse, seria com Remus.
E ele sabia disso.

-Black: Sinto falta dele. — um suspiro pesado demais saiu de sua boca, fazendo o coração de Remus apertar. — Tenho medo de esquecer seu rosto, de esquecer nossos poucos momentos. Tivemos três anos de convivência pai. Doze separados!

Remus pousou a mão sobre a lateral do rosto da filha. A aliança ainda estava em seu anelar.

-Black: Não quero esquecê-lo. Não quero pensar na mera possibilidade disso acontecer.

-Remus: Não vai acontecer.

Ela abriu os olhos, já marejados.

-Black: Se merlim quiser pai.

Ela se virou, ficando de lado, sentindo a mão do pai acariciar novamente seus cabelos.

-Black: Te amo pai.

-Remus: Eu te amo mais. — ele sorriu fraco, observando o choro silencioso da filha.

-Black: Impossível, eu garanto.

•••

Já agasalhados, black e remus saíram da mansão, caminhando em silêncio até o final da rua.

Lupin encarou a menina de cabelos presos, a qual caminhava com o sobretudo preto que um dia já pertenceu a Siriús. Eram parecidos, ele notara.

A garota se assustou ao ouvir três  estampidos próximos, o que arrancou uma risada de Remus

-Gui: Black!

Ela se virou, sorrindo largamente antes de correr até o garoto ruivo.

-Gui: Como se sente? — ele disse carinhoso, se separando para poder olhá-la nos olhos.

Antes que a garota o respondesse, Gui foi empurrado, revelando a acolhedora figura de George

-Black: George! — ela sentiu os olhos marejarem, agarrando o gêmeo. — Eu senti falta de vocês, seus imbecis, porque não vieram aqui!

O soluço que saiu de black feriu os gêmeos. Fred desgrudou ela de George, a agarrando com zelo.

-Fred: "De tempo ao tempo" — ele soprou, segurando o choro. — como se sente?

Ele se separou, George e Gui logo se aproximaram. Em questão de segundos, os três irmãos observavam cada canto de black

-Gui: Está magra!

-George: pálida.

-Fred; Anda se alimentando?

A menina chorosa encarou espantada, soltando uma gargalhada inesperada.

Os olhos de remus se arregalaram a medida que a menina secou as lágrimas em meio a risada.

-Black: Voltarei a comer. — ela selou a bochecha de cada um dos garotos. — Estava precisando de weasleys e não sabia.

Fred e George ajeitaram a postura, com um semblante orgulhoso, encararam Gui, como que se dizendo:

"Falei que deveríamos ter vindo."

Gui revirou os olhos, voltando o olhar para Black.

-Gui: Fizemos uma boa escolha então, Black.

O sorriso de Gui aqueceu o coração de Black. Ela se virou para Remus, sorrindo para ele

-Black: Obrigada por chamá-los pai.

Remus piscou

-Remus: Vamos a Hogsmade então!

Wolfstar e black🐺🖤🐾Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang