PEDRO TÓFANI point of view
São Paulo - BrasilAssim que cheguei na Shub House, eu e minha empresária — Roberta — fomos direcionados até uma das salas de reunião. A recepcionista falou que já estavam nos esperando — coisa que eu já imaginava, já que acabamos nos atrasando por conta do trânsito.
Quando entramos na sala, nos deparamos com uma moça de cabelos loiros, um homem alto e João Vitor.
— Desculpa, sala errada. – falei e quando ia me virar, duas mãos tocaram meus ombros.
— É aqui mesmo, Pedrinho. – José Peña falou sorrindo, logo se sentando em uma das cadeiras dali. — Pode entrar, Roberta. – suspirei alto e me sentei o mais longe possível de João Vitor. Roberta se sentou ao meu lado.
— Podemos começar agora? – João perguntou, ele parecia impaciente.
— Ainda não, falta mais uma pessoa.
— Porra, eu 'tô aqui desde às oito da manhã. – João falou irritado.
Olhei em meu relógio e marcava 9h50.
— Olá, perdão o atraso. – um homem de terno falou entrando na sala e fechando a porta, ele se sentou ao lado de José e sorriu.
— Agora sim podemos começar. – José falou olhando para João, que deu um sorriso forçado. —Bom, eu pedi ao empresário de vocês para que passasse o recado sobre vocês não responderem nada sobre as especulações do novo romance por... – João o interrompeu
— Não existe um "novo romance" entre nós, nem amizade existe! – João disse. — Isso foi apenas uma notícia falsa e mal feita.
— Continuando... – José disse. — Não queria que vocês respondessem nada sobre isso, porque vocês irão entrar em um acordo.
— Que acordo? – perguntei.
— Todos os assuntos relacionados à vocês entraram em alta, em todos os meios de comunicação possível. Até os streams de vocês aumentaram e consequentemente novas pessoas começaram a seguir você, em média, os ouvintes mensais de cada um aumentou cem por cento em apenas um dia! Vocês ganharam mais de quinhentos mil seguidores só no instagram e no twitter ganharam seiscentos mil, mais ou menos. – a loira explicava tudo com calma.
— Tá, e o que isso tem a ver?
— Como está no contrato de vocês, a imagem pública de ambos pertencem a Head Media e a B+CA. – José falou.
— E? Vocês podem ir direto ao ponto?! Falem logo! – João falou, irritado.
— Eu e a minha equipe de assessoria de imprensa avaliamos muito o caso de vocês e sugerimos à seus superiores, José Peña da Head Media e Marta da B+CA, que fizessem um acordo amigável.
— Que tipo de acordo? – perguntei.
— Um relacionamento público.
— Oi?! – eu e João perguntamos ao mesmo tempo.
— Um relacionamento apenas por marketing. – a mulher respondeu. — Vocês vão ter encontros públicos, fotos nas redes sociais... enfim! Vocês vão fingir ter um relacionamento.
— Não. – João respondeu bravo.
— Esqueci de avisar, vocês não têm escolha. – José disse.
— Não era um acordo?
— É um acordo, mas as respostas são apenas "sim" ou "sim". – José sorriu forçadamente e por pouco eu não voei em cima dele.
— Eu não vou fazer isso, não está no contrato. – João respondeu.
— Aqui está o contrato que vocês assinaram, sugiro que leiam a última página. – o homem de terno falou nos entregando a papelada.
Eu e Roberta lemos cada linha da última página e por um segundo eu quis matar Kleber, meu antigo empresário - aquele homem quase acabou com a minha carreira e de quebra me fez assinar isso.
— Porra, eu li o contrato todo, como eu não vi isso?! – perguntei irritado.
— Renan, você sabia disso? – João perguntou ao seu empresário.
— Sabia sim, eu não te falei? – ele perguntou receoso.
— Eu vou ter uma conversa séria com você depois. – ele falou baixo, mas eu consegui escutar.
— Não tem outro jeito de resolver isso?
— Não. – os três falaram em uníssono.
— E sobre a notícia? Só idiotas acreditaram naquilo, até porque o Pedro é da minha altura e nós estávamos com roupas diferentes. – João comentou.
— Vocês vão desmentir a notícia, começar a interagir no twitter e nós vamos avisando vocês quando as coisas começaram a evoluir. Iremos criar um grupo com vocês para nos mantermos todos conectados.
— Tá, mas como sabem se isso vai mesmo dar certo? – perguntei.
— Nós avaliamos todas as possibilidades possíveis, não tem como dar errado. – a loira falou sorrindo.
— Bom, então terminamos! – o homem de terno falou, pegou os contratos e colocou dentro de uma maleta preta, logo se levantou.
— Temos que ir, temos outra reunião agora. – a mulher falou olhando no relógio de pulso.
— Ah, e sejam convincentes. – José disse antes de sair da sala.
— Renan, certo? – Roberta perguntou para o empresário de João.
— Isso, acho que precisamos conversar.
— Sim, precisamos. – Roberta respondeu e os dois saíram da sala.
— Eu juro que não sabia disso. – João falou após um tempo em silêncio.
Poderia ter continuado quieto.
— Você deve estar adorando tudo isso, não está? – perguntei irritado.
— Nossa, claro! – ele respondeu ironicamente. — Realmente é muito legal ficar perto de alguém que me odeia.
— Escuta aqui, João Vitor...
- Não, escuta aqui você, Pedro – aumentou seu tom. — eu quero sim me aproximar de você, mas não queria que fosse assim. Acha que é legal pra mim ser tratado igual lixo por você? Eu aguento tudo calado e não reclamo, mas ninguém merece ser tratado assim. Então se somos obrigados a fazer isso, peço que pelo menos me trate como gente. Obrigado! – ele falou e se levantou, saiu da sala sem esperar respostas.
BINABASA MO ANG
𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐍𝐄𝐖𝐒, au pejão
Fanfictiononde um fã-clube posta uma notícia falsa que acaba viralizando. jul. 25th / aug. 9th © audayxrol, adaptation 2023