cinquenta

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JOÃO VITOR, point of viewSão Paulo, Brasil 

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JOÃO VITOR, point of view
São Paulo, Brasil 

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— oi. – falei assim que pedro abriu a porta. — por que está chorando? – perguntei secando algumas lágrimas de seu rosto.  

— entra. – ele falou enquanto abria espaço. 

assim que eu entrei, pedro segurou minha mão e nos direcionou até o sofá, logo eu sentei e ele deitou com a cabeça apoiada nas minhas pernas.

— você quer contar o que aconteceu? – ele apenas balançou a cabeça. — quer assistir um filme? uma série? quer dançar? – pedro negou todas as opções. — já sei o que fazer pra te alegrar!   

— lá vem... 

— assim você me ofende! – falei e ele soltou uma risadinha. — levanta e pega seu violão, por favor. 

— preguiça. 

— vai, coração. confia em mim. – pedi e ele confirmou.   

ele se levantou e foi pegar seu violão, assim como eu tinha pedido. eu ajustei os acordes e fiz um carinho em seu rosto antes de começar a cantar:

Por você eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador

Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno

Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês

Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo dia
A mesma mulher

Por você, por você
Por você, por você

Por você conseguiria até ficar alegre
Pintaria todo o céu de vermelho
Eu teria mais herdeiros que um coelho

— eu amo quando você canta essa música – ele diz baixinho, assim que eu terminei. — mas odeio o dia que você cantou pra mim pela primeira vez.   

— eu também odeio aquele dia, mas sabe o mais louco? – pedro balançou a cabeça. — em partes, eu amo aquele dia. porque, apesar das circunstâncias, eu conheci o garoto mais lindo do mundo. – falei e ele enterrou seu rosto em meu pescoço com vergonha. eu ri um pouco, mas logo olhei em seus olhos. — não quer mesmo me contar o que aconteceu?

— quando você e o juan começaram a discutir – ele começou, suspirando forte. — eu estava em ligação com a minha mãe, e quando voltei pra conversa do grupo, você já tinha saído. eu meio que briguei com o juan, no que resultou em eu contar sobre aquele dia no grupo e terminar o dia chorando mais que tudo. – ele disse e eu o abracei forte.  

senti sua respiração ficar desregulada, então eu entendi que ele estava chorando novamente. eu apenas afagava seu cabelo enquanto escutava seu choro baixinho.

eu me senti impotente porque, eu não conseguiria fazer nada por ele, mas acho que a única coisa que eu conseguiria fazer no momento, era mostrar que eu estava ali com ele e assim eu fiz.

eu me senti impotente porque, eu não conseguiria fazer nada por ele, mas acho que a única coisa que eu conseguiria fazer no momento, era mostrar que eu estava ali com ele e assim eu fiz

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𝐅𝐀𝐊𝐄 𝐍𝐄𝐖𝐒, au pejãoWhere stories live. Discover now