Flores e falos e dores

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Nem tudo são amores e flores e beijos,
Por vezes é tentação, é paixão, é desejo;
É noite passada em claro alimentando escuridões,
São doces olhares, toques suaves,respirações.

As vezes são borboletas que viraram úlceras,
Subindo espiraladas num refluxo de agonia;
Outras são lâminas brandindo cicatrizes na pele fria;
É máscara e música dançando apaixonadas a valsa da vida;
São notas diferentes da mesma melodia.

Quase sempre são corpos nus se emaranhando vulneráveis;
São choros noturnos, cortes profundos, lembranças instáveis.
E é também incerteza, soprando por frestas no coração altivo.
As vezes encanto, as vezes quebranto, as vezes amor nao correspondido.

Que rasga, machuca, que fere, que arde;
Que afaga, que cura, que tece, que toca;
Que acaricia os cabelos em noites de chuva
Que beija os lábios, e que toca os seios
E que desce com as mãos em receio e desejo;
E que mata, e que traz à vida,
E que dá inspiração para a poesia.

Jardim de Rosas BrancasWhere stories live. Discover now