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Gênio 🤓

GB - Cuida caralho. - GB diz quando tivemos que parar no meio de uma trocação de tiro pra eu arrumar minha lente de contato que tava incomodando meu olho.

Gênio - Calma, porra, não tá vendo que eu tô tentando arrumar, mas com a mão suja e no meio de uma invasão fica difícil. - Digo e coço meu olho mais uma vez.

GB - Eu vou te deixar aqui sozinho, imagina, as pessoas saberem que tu morreu porque teve que arrumar a lente de contato no meio de uma trocação. - Diz olhando pros lados verificando se não vem algum cana.

Gênio - Engraçadão tu, em. - Digo de forma sarcástica e finalmente meu olho para de lacrimejar. - Bora, dá pra aguentar até o final. - Digo e saímos do bequinho que a gente tava escondido.

GB - Finalmente. - Pulamos o muro e corremos pelas lajes, a coisa tá feia.

[...]

Suspiro pondo a arma e colete em cima da mesa da minha salinha. Os cana fizeram um estrago aqui, puta merda.

Do nada eles invadiram minha favela, tão pensando que é brincadeira. Faço mó corre pra deixar tudo aqui organizado, aí vem esses filhos da puta e matam um monte de inocentes que não tinham nada a ver com as nossas brigas.

Foda isso.

Agora o que me resta é aumentar a proteção da favela e me preparar, porque sei que isso não é nem o começo.

Pego a chave da minha moto e quando ia saindo da sala, GB entra.

GB - Vai pra onde? - Pergunta me olhando com o olhão arregalado.

Gênio - Sai porra, devo satisfação da minha vida pra tu não. - Digo pegando o capacete e pondo na cabeça.

GB - Vai almoçar na tia é? Vou também. - Corro pra fora da sala, mas ele me alcança e sobe na moto antes que eu ligue ela.

Gênio - Caralho, me deixa em paz sua praga.

GB - Tu me ama. - Diz e canto pneu até a casa da minha coroa, ela mora aqui no morro mermo, junto com o meu véi. O esposo da minha mãe não é meu pai de sangue, mas é aquele bagulho, pai é quem cria. O meu me abandonou no mundo quando eu nasci.

Esse bagulho já doeu muito, mas hoje em dia não dói mais.

Gênio - Desce da moto. - Digo quando chego em frente a casa da minha mãe e já sinto o cheiro de comida.

GB - Oh tia, abre aqui, mó solzão. - Grita batendo palma e eu faço uma careta, todo mundo da rua parou pra olhar esse maluco.

Gênio - Oh, cabeçudo, tem campainha. - Dou um tapa na cabeça dele e na mesma hora minha mãe abre a porta.

Joana - Olha, vocês dois parem. - Diz dando um beliscão em mim quando eu a abraço. Sou louco pela minha coroa, tá maluco, mato e morro por essa veia.

Gênio - Tá vendo, por isso eu nunca venho visitar a senhora, só me maltrata. - Digo fazendo drama e ela gargalha beijando meu rosto diversas vezes.

Joana - Meu bebezão. - Diz e o GB gargalha.

Gênio - Ih, tá me tirando, sou bandido. - Digo fazendo marra, mesmo sabendo que ela odeia.

Joana - Olha aqui seu moleque, tu me respeita, não te criei pra ficar falando desse jeito comigo não, euem. - Diz puta. - Nem era pra mim te dar almoço.

Gênio - Desculpa, pô, tava só brincando. - Digo rindo e entrando em casa atrás dela e o GB me acompanha.

Quando chego na cozinha encontro meu pai terminando o almoço, aqui em casa é assim, não tem essa de homem não fazer nada em casa, se pá ele faz mais que minha mãe.

Gênio - Eae, meu coroa. - Digo e peço a bença.

Jorge - Eae, meu moleque, como tá as coisas na boca? - Pergunta e põe a panela em cima da mesa, hoje ele fez a famosa macarronada que só ele sabe fazer. É uma delícia, papo reto.

Gênio - Ah, tá indo né pai, os cana invadiram e fizeram um estrago, mas se Deus quiser vai dar tudo certo. - Digo e lavo minhas mãos.

Jorge - Vai sim, fé em Deus.

GB - Hum, que delícia, macarronada do seu Jorge. - Fala já pegando um prato, mas meu pai é mais rápido e da um tapa na mão dele.

Jorge - Vai lavar as mãos, e só depois pode comer. - GB sai reclamando, mas lava as mãos.

Monto meu prato com macarronada, salada e um copão de suco de maracujá, o melhor que tem, falo mermo.

[...]

Terminamos o almoço e agora tá todo mundo deitado de barriga cheia no sofá. Eu tô em um com a cabeça no colo da minha mãe enquanto ela tira os meus cravos, não sei que tara é essa que essa mulher tem em cutucar meu rosto.

Gênio - Aí, tá doendo, mãe. - Reclamo e ela ri junto com o meu pai e o GB.

Joana - Aí, é o bebezão da mamãe. - Diz com uma voz engraçada e aperta meu rosto e eu rio, veia tá louca.

Passamos mais um tempinho assim, até dar um problema lá na boca e eu ter que ir resolver, puta que de pariu, o cara não consegue nem descansar com a família.
•••

Minha perdição - morro Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz