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Pov Enid

O frio, do fim de noite, batia contra meu rosto, secando as lágrimas que insistiam em cair e eu caminhava anestesiada, depois de ter ligado para Eugene, pedindo que ele me buscasse.

- Enid! -escutei o grito, todavia o ignorei, apressando meus passos- amor, por favor, me deixa explicar! -implorou, conseguindo me alcançar e segurar meu punho.

- Não encosta em mim, garçonete! -rosnei, recolhendo meu braço. Magoa e raiva pesavam em meu coração.

- Por favor, somente me escute! -clamou em desespero- eu desisti depois de falar com você pela segunda vez! Eu sei que foi errado! E me desculpe por isso! Mas tudo o que eu sinto por você é verdadeiro! -ela enfatizou, se lançando contra meu peito e se segurando em minha camisa. A menor chorava tanto, quanto eu.

- O que você iria ganhar? -questionei friamente e ela me apertou mais forte.

- Uma bolsa de estudos na Barclay -admitiu envergonhada e arrependida, enquanto eu sorri, negando com a cabeça.

A afastei de mim, mesmo que a outra tentasse lutar para se aproximar, e retirei de minha bolsa um envelope, lhe entregando rudemente.

- O que é isto? -questionou confusa, soluçando, sem conseguir se conter.

- Uma bolsa para aulas de piano com a melhor professora de Miami! Faça bom proveito! -cuspi as palavras com desprezo, tentando seguir meu caminho, mas sendo impedida quando ela se agarrou a minha cintura.

- Meu amor, eu nunca vou me perdoar por nosso relacionamento ter se iniciado a partir de uma aposta, mas por favor, eu estou te pedindo outra chance! Eu te amo Enid! -alegou, chorando compulsivamente, e eu fiz o mesmo. Tudo dentro de mim doia.

- Você é uma interesseira Wednesday! Como todos os que se aproximam de mim! -retruquei, relembrando das diversas amizades que me machucaram.

- Você sabe que isto não é verdade! -ela respondeu em um sussurro, magoada com a acusação.

- A única coisa que eu sei, é que eu preciso ficar sozinha! -conclui, me soltando de si irritada e a abandonando.

Andei por mais alguns minutos, encontrando a limousine no meio do caminho.

- Senhorita Sinclair? O que houve? -o rapaz perguntou afobado e preocupado, saindo do carro.

- Nada Eugene, apenas vamos para a casa! -ordenei fria, entrando no automóvel.

O mesmo respeitou meu pedido e partiu, chegando rapidamente a mansão Sinclair. Eu desci do veículo e segui ao meu quarto, me trancando no mesmo, desabando em lágrimas de dor.

Fiz dos meus aposentos, meu esconderijo durante a semana inteira, passando dia após dia abrigada no lugar. Passaram-se nove dias desde aquela noite e eu não havia, sequer, ido a escola.

Papai ficou preocupado, inclusive, questionando o motivo que me fez ficar tão mal. Todavia, apenas pedi por tempo e ele concordou em me dar.

- Menina Enid! Você precisa sair deste quarto! -senhora Marie afirmou, adentrando o cômodo e abrindo as cortinas.

Pisquei seguidas vezes, me acostumando com a luz natural que eu não via fazia dias. No entanto, apenas a ignorei, examinando o catálogo de filmes na Netflix, sem de fato, encontrar qualquer coisa interessante.

- Você não vai a encontrar nesta televisão! -pontuou e eu baixei o cenho, focada em acariciar os pelos brancos de Ice.

A mais velha suspirou e recolheu meu tabuleiro de café da manhã, pronta para se retirar.

A Princesa e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora