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Seu amor descrente é a única farsa que eu acredito.

[...]

Wooyoung estava indo bem. Ele estava amando seu trabalho. A vida era boa. Ele quase tinha superado a humilhante noite com Seonghwa no bar algumas semanas atrás. Quase.

E é claro que bastou uma ligação para estragar tudo.

Wooyoung franziu os lábios, pensando mais uma vez na ligação de San de três dias atrás. Ouvir sua voz novamente foi como um soco no estômago, o deixando sem fôlego e como se estivesse respirando pela primeira vez em dias. Ele se sentiu tão vivo. Não que ele tivesse se sentido morto nos últimos meses, mas de repente o mundo ao seu redor estava novamente muito mais colorido e vibrante, e parecia possuir tudo o que faltava que ele não sabia com palavras simples e ouvir a voz de San era apenas... Como a sensação familiar do início da primavera, como o cheiro fresco de café ou o vento roçando seu rosto em um campo alto e gramado.

Wooyoung falou com ele mecanicamente, mal sabendo o que ele dizia em si, ouvindo sua própria voz como se fosse de outra pessoa. E custou toda a sua força de vontade para recusar quando San ordenou que ele fosse até ele. Mas Deus, ele queria ir, tanto. Só para vê-lo. Simplesmente aceitar aquela desculpa para vê-lo e estar perto dele, e...Ele era tão patético por isso. O idiota basicamente tinha o descartado como um produto usado, e ainda assim aqui estava ele, ainda ansiando por migalhas de sua atenção.

Wooyoung merecia melhor do que isso, caramba. Ele sabia disso agora.

Ao longo dos dias ele estava aceitando isso. Por mais que seu interior se arrepiasse com o fantasma do toque do lutador, ele não poderia aceitar menos do que merecia. Wooyoung suspirou, seus olhos desfocados e sem atenção ao treino que se desenrolava no ringue diante de si. Jeongin estava se esquivando dos golpes de Seokmin facilmente, com uma agilidade graciosa e o pelo pouco que observava, os movimentos não pareciam denunciar nenhum tipo de desconforto da sua parte. Ele era rápido, muito para sua idade e extraordinário nos movimentos. Em alguns momentos, enquanto o observava, era inevitável pensar que a força de percepção e controle do garoto brincando com seu instrutor no ringue o lembrava de um certo alguém. Wooyoung sentia falta de acompanhar San nas suas lutas, ou estar lá para ele depois de um treino. Ele sentia falta de muita coisa, mas era tudo o que era. Apenas saudade. Tudo o que restaria deles.

Pelo menos foi o que ele imaginou antes da sua atenção ser alternada.

Uma onda de sussurros rolou pela grande sala, tirando-o de seus pensamentos. Wooyoung olhou para cima. Ele não conseguia ver muito da entrada de onde estava sentado atrás uma coluna próximo ao ringue, mas podia ver que seus colegas de trabalho de repente estavam sentados muito eretos, dando a impressão de "estou trabalhando tanto." Esse tipo de reação era... familiar.

Apenas um homem geralmente a causava. Wooyoung estremeceu, seu coração pulando em sua garganta. Seu estômago se apertou quando ouviu murmúrios de "Sr. Choi" e "Senhor" preencherem a academia.

Wooyoung fixou o olhar na prancheta que carregava as informações médicas de Yang Jeongin, aparentando estar ocupado e tentando ignorar o frio na barriga que sentia. Horríveis borboletas carnívoras. Ele estava sendo estúpido. Não havia nenhuma maldita forma de San estar aqui para vê-lo. Ele provavelmente tinha uma reunião com o chefe de Wooyoung, ou o senhor Bang, embora isso também fosse muito estranho. Normalmente, os chefes de cada departamento subiam ao andar executivo, e não o contrário. Choi San geralmente não se dignava a agraciar os meros mortais com sua presença, a menos que houvesse uma emergência.

ROCKY; woosanWhere stories live. Discover now