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Aviso de gatilhos: O seguinte capítulo apresenta cenas gráficas de violência física, psicólogica, tortura psicólogica, sangue, morte, luto. Se você não se sente confortável com algum tópico citado, por favor não leia!

Aos corajosos: não pago terapia pra ninguém! Vejo vocês nas notas finais...

ROCKY

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O amor não é suave, como dizem os poetas. O amor tem dentes que mordem e feridas que nunca fecham.

[...]

Um som explodiu nos ouvidos de Wooyoung. Sua cabeça latejava e seu rosto doía. Ele sentiu o gosto enferrujado de sangue, e seu corpo não parecia o seu próprio enquanto lutava contra a letargia despertando seu corpo pouco a pouco. Seus membros estavam pesados, como se estivesse nadando no melado ou presos a areia movediça. Com um gemido, ele forçou os olhos a se abrirem. Estava escuro, salvo o halo de luz flutuando em algum lugar acima de sua cabeça.

Onde ele estava? Foi a primeira coisa que se perguntou.

A última coisa da qual ele se lembrava era de estar na cozinha com San, envolvido no seu calor, confortável e seguro, mas enquanto tentava olhar ao redor mesmo com a cabeça pesada, Wooyoung se lembrou com um flash de memória do mundo girando e seus pés descendo no piso do estacionamento do shopping, da sua falha busca pelo contato de San e do olhar do seu pai.

Seu pai.

Wooyoung deu um salto, subitamente mais alerta, um suspiro preso em sua garganta quando ele emergiu da neblina que ainda ameaçava deixar sua mente pesada. Seus olhos se arregalaram e seu coração bateu furiosamente quando ele percebeu que seus pulsos e tornozelos estavam amarrados em algemas a uma cadeira em que estava sentado.

Que porra é essa? ㅡ Wooyoung olhou para cima e piscou para a luz branca e mesmo fraca, ela queimou sua visão, então, ele fechou os olhos com força por alguns segundos. O halo era tudo o que podia se ver antes que ele finalmente fosse capaz de se concentrar no trecho do nada ao seu redor. Sombras o cercavam por todos os lados, a exclusiva luz vindo da lâmpada pendurada sobre sua cabeça. ㅡ Olá?

Ninguém o respondeu. Nem mesmo quando ele gritou novamente.

Seu pânico rasgou um espaço pelo seu peito quando ele gritou mais alto para o cômodo vazio. Então, Wooyoung finalmente entendeu. Era tudo uma armadilha. Seu pai, o suposto problema para quitar uma dívida e seu mísero pedido por ajuda. O sangue de Wooyoung gelou e ele empurrou contra as restrições mais uma vez, gritando mais alto, mais forte e com mais desespero.

ㅡ Alguém me responda! Por favor! Socorro!

Você está acordado. Que bom...

Wooyoung congelou no lugar. A voz densa e embarcada com o sotaque forte tocando seus nervos o deixou em alerta. Ele olhou para as sombras e pôde apenas vislumbrar um contorno juntamente com o brilho de um par de olhos. Um homem estava na sala.

ㅡ Quem é você? O que é isso? ㅡ Wooyoung exigiu, sua voz rouca por conta de sua garganta seca. Era como se sua boca estivesse cheia de algodão. O mais provável era que fosse resultado de tudo o que lhe tinham dado para nocauteá-lo. ㅡ Onde está Sunwoo?

Ele fez o possível para ignorar a sensação de enjôo na boca do estômago ao mencionar o seu pai. Wooyoung não entendia suas razões, se ele queria dinheiro não precisava arrastá-lo até ali e fazer uma cena.

ROCKY; woosanWhere stories live. Discover now