Ação de Graças pt.1.

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HORAS DEPOIS...

Kurt despertou um pouco desnorteado e dolorido. Demorou alguns instantes para perceber onde estava. Olhou ao redor, reparando na neve que cobria os vidros e que era a "concha maior" de Mad, que estava praticamente colada a ele.

- Merda... – Sussurrou o homem, pois dera-se conta de uma ereção matinal. Com todo o cuidado desvencilhou-se da amiga, que resmungou abrindo os olhos. Sem dar tempo para que ela soubesse desse imprevisto, abriu a porta do motorista, saindo apressado.

Uma fina camada branca cobria a grama e o ar frio da madrugada o fez arrepiar. Olhou para o céu, vendo os primeiros raios de sol surgirem, já que as nuvens haviam ido embora. Apalpou discretamente a pélvis, suspirando aliviado que tudo tivesse voltado ao estado "normal".

- Aconteceu alguma coisa? – A voz da ruiva chegou aos ouvidos dele, um tanto sonolenta.

- Não, nada. Só pensei em ver o nascer do sol. – Kurt mentiu, apontando para o horizonte. – Você estava dormindo, não quis incomodar.

- Valeu a pena despertar pra ver esse momento, é maravilhoso! – Madison coçou os olhos, sorrindo em seguida. Caminhou até o amigo, agarrando-lhe o braço direito e apoiando a bochecha ali. – Obrigada de novo por compartilhar tudo isso comigo.

- O único que tem que agradecer sou eu. Não sabe o quanto tem me ajudado. – O loiro encarava as montanhas distantes. – É tudo tão cansativo... estou exausto, Mad. – Confessou, encolhendo os ombros.

- Olhe para mim. – A jovem pediu, ficando frente a Cobain. – Não posso entender o que está sentindo ou ter ideia do que passou. Não posso desfazer todas as merdas que fizeram com você e as feridas e cicatrizes que causaram. O que posso é oferecer minha companhia, minha empatia e minha amizade sincera. Posso oferecer piadas ruins nos momentos errados, abraços de urso e canecas de chá. Posso oferecer também cigarros, puxões de orelhas e ajuda para o seu vício. – Proferiu as palavras com ternura e seriedade. – Sei que deve estar querendo desistir e não o julgo por isso, cada um sabe o seu limite. Só vamos tentar uma última vez, ok? – Se aproximou de Kurt, beijando-lhe a ponta do nariz. – Estou te tratando melhor que o Dave, valorize isso. – Brincou, tentando descontrair o clima pesado. – Se ele souber que existe concorrência...

- Prometo que ficará só entre a gente. – O rapaz sorriu com sinceridade. – Confio em você e em tudo o que disse. – Fitou os olhos castanhos da mulher, puxando-a para um abraço. – Você já se tornou muito importante para mim. Sei que não tenho esse direito, mas peço novamente, não se afaste como os outros fizeram.

- Não irei me afastar, prometo. E agradeço que não tenha feito isso. – Madison envolveu a cintura do loiro. – Até quando for um cuzão, coisa que sabe ser muito bem. – Caçoou, lembrando da briga que tiveram no acústico.

- É a minha especialidade, infelizmente. – O homem riu sem humor, pois sabia ser uma parte terrível de sua personalidade. – Eu realmente não quero te magoar, sempre faço isso com as pessoas.

- Faremos um trato, então. – A ruiva afastou-se um pouco. – Cada vez que me magoar, terei o direito de tacar algo em você. – Seu olhar era perigoso e divertido.

- Parece arriscado, mas aceito. – Kurt sorriu, tendo conhecimento da força dela.

- Não sabe onde se meteu, Donald... – Mad comentou, zombeteira. – Agora, acho melhor irmos. Estou com bafo, remela e fome. Fora que meu cabelo deve estar uma bagunça descomunal.

- Está linda. – O rapaz falou sem pensar, recebendo um olhar desconfiado da jovem, antes que a mesma risse alto.

- Você também não está mal... parece particularmente adorável para mim. – Madison rebateu, indo em direção ao carro e não reparando no bem que suas palavras fizeram.

SaPPyWhere stories live. Discover now