Futuro - Uma conversa difícil

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__Expecto Patronum – ele chamou e a corsa brilhante saltou em sua direção "avise o diretor para me encontrar aqui imediatamente" ele pediu e a corsa sumiu no ar de forma obediente. Ele sabia que seria uma questão de minutos até que ele chegasse, aquele velho costumava ser bastante curioso, Shara havia acabado de dormir, ela ressoava levemente em seus braços, apoiada sobre o seu peito, era óbvio agora o quanto aquela criança podia estar cansada e sendo assim grande parte de tudo aquilo que ele havia presenciado ali, eram apenas as consequências de uma criança com falta de alimentação adequada e acúmulo de sono após é claro ser provocada e se sentir ameaçada o que pra piorar pode ter sido acentuado ainda mais depois que ela teve aquela visão. Ele passou a mão cuidadosamente pelas costas da criança, ele não era muito bom com crianças, ele nunca precisou se preocupar com a rotina de uma antes ou em tentar entender suas necessidades, mas ali estava ele tentando encontrar algum sentido em tudo aquilo, ele não sabia nada sobre criação de filhos, não que fosse o caso ali, mas algum conhecimento certamente ajudaria.

_Severo – ele ouviu o diretor chamar enquanto entrava na sala de aula, fazendo uma varredura sobre o lugar e pousando os olhos surpresos sobre ele e a criança que estavam desajustados ali no chão, Severo sabia as implicações daquilo, mas ele não estava disposto a acordá-la, não tão cedo e o diretor era o único em quem ele podia confiar sua vida, afinal ali estava o único homem que já o havia visto chorar, Dumbledore era o bruxo que conhecia seus piores pecados e erros, suas maiores dores, seus incontáveis arrependimentos e agora também sua maior fraqueza, aquela criança – ela está morta? – ele perguntou parando apenas a alguns metros de distância entre eles.

_Sim - ele disse de forma séria – e preciso da sua ajuda para me livrar do corpo – ele disse revirando os olhos, o diretor sorriu abertamente, chamando uma cadeira e se sentando à sua frente.

_Deve ser uma história interessante de se ouvir – ele comentou apontando para a criança e se ajustando naquela cadeira enquanto cruzava as pernas - penso ela algo como o dia em que uma criança dormiu nos braços do mais temido e assustador professor dessa escola - ele piscou de forma divertida - ou quem sabe o dia em que o mais temido e assustador professor dessa escola fez uma criança dormir em seus braços, acho que prefiro essa última.

_Acha isso engraçado não é mesmo - Severo pontuou irritado – não pense você que eu a embalei ou algo do tipo.

_ Oh não, claro que não - o diretor gargalhou como a muito tempo Severo não o via fazer.

_Tente não fazer tanto barulho velho, você não vai querer acordá-la, acredite – ele pediu com cautela.

_Uma pena, já que seria interessante poder ouvir o ponto de vista dela aqui – ele ainda sorria – e olhando assim apesar de me parecer bastante abatida, ela ainda tem um semblante bem angelical, crianças tem esse potencial quando dormem você não vê? - ele perguntou, claro como se ele apreciasse esse tipo de coisa, velho senil.

_Não se iluda, uma noite inteira sem pregar o olho e a falta da primeira refeição do dia tem o poder para transformar esse incrível e doce anjinho a sua frente em uma criatura que pode simplesmente invocar o demônio e mais o inferno inteiro a seu favor.

_Não pode ser tão ruim assim – o diretor disse tentado controlar o riso.

_Pode... - Severo o encarou por um momento - porque além de tudo, ela tem o meu temperamento – o sorriso do diretor se alargou ainda mais com aquele comentário.

_Devo admitir que você está coberto de razão nesse caso então – aquela afirmação o fez arquear as sobrancelhas, não que fosse alguma novidade – assim como admito que encontrá-lo nessa situação é algo bastante interessante de se assistir, mas acredito que não seja para isso que tenha me chamado – Alvo comentou - mesmo que isso já tenha valido a pena – Não, de fato havia algo a mais, embora as intenções agora fossem outras, e não simplesmente se livrar da criança como no início, ainda existia algo que aquele velho havia deixado passar de forma proposital obviamente e que Severo precisava elucidar ali e para não correr o risco, ele lançou um feitiço de privacidade que encobriu a criança, assim ela não poderia ouvi-los falar caso acordasse de forma repentina, embora aquilo fosse algo quase impossível de acontecer, já que a criança estava exausta.

Destinos improváveisOnde histórias criam vida. Descubra agora