Mission letters

fault

Finney Blake

Às coisas desandaram de certa forma.
A cada dia que se passa me sinto ainda mais perdido, ainda mais confuso. De forma que eu jamais me senti antes, eu queria poder tirar tudo o que eu estou sentindo, arrancar isso de mim, porque não é certo, não é possível, não tem cabimento.

Olho para o relógio ao lado da minha cama em uma escrivaninha e vejo que são 02:45 e o sono ainda não veio.
Minha cabeça está prestes a explodir e tudo o que eu queria era esquecer aquele sujeito, parece inevitável, tudo o que eu faço parece lembrar ele, não faço ideia de quando isso aconteceu, mas sei quando vai parar, agora.

*Quebra de tempo*

— Pofavor, façam silêncio, quanto mais barulho vocês fizerem, mais tarde iremos sair daqui. — Falo para sala que estava mais agitada que o normal hoje.

— Como a grande maioria de vocês sabem, escola não é lugar para trazer celular, porém muitos ainda sim permanecem no erro. Às vezes não aprestam atenção na aula, acabam atrapalhando os professores de certa forma, por este motivo, de hoje em diante os celulares serão proibidos na nossa escola, quem desobedecer está regra irá diretamente para diretoria. — Falo olhando para baixo, sabendo que de hoje em diante o que realmente irá acontecer é que serei ameaçado de morte, mesmo que a ideia desta regra tenha sido da diretoria e eu fui somente obrigado a comunicar.

Os alunos começam a gritar, outros me xigam de coisas que não sou capaz de ouvir porque antes que o caos fique ainda maior eu saio de lá com a respiração falha.

A exaustão já tomou conta de mim faz muito tempo, mas acumulando todos os outros problemas, isso fica ainda mais difícil de lidar.

Com às mãos já trêmulas eu me assusto ao ouvir o barulho da porta do banheiro abrir com certa brutalidade.

— Blake, eu estou aqui, eu estou bem aqui. — Robin fala eufórico correndo em minha direção e pondo suas mãos em meu rosto.

— Robin? — Falo e escondo minhas mãos trêmulas e minha respiração fica ainda mais desregulada.

— Eu estou aqui, fique calmo. Eu estou aqui, eu estou aqui. — Robin fala repetidas vezes e ao me abraçar posso sentir que ele está chorando.

— Eu...Irei ficar bem, eu estou bem. Não se preocupe comigo, não há o que se preocupar. — Falo pondo às mãos em seu ombro, porque por um momento ele parece está mais mal que eu.
Como se sentisse culpado por algo, entende?

Desde o beijo que aconteceu, desde esse dia às coisas tinham ficado estranhas.
É como se Robin não fizesse mais questão de perder o seu tempo para me irritar como sempre fez, é como se ele tivesse se afastado. Mas, como algo que nunca foi próximo pode se afastar mais ainda?, Eu não entendo, me parece confuso.

Mas a verdade é que Robin parece cada vez mais preocupado comigo, não entendo o motivo, ele já disse que não podíamos ser amigos, ele já falou que me detesta, como às coisas podiam mudar tão rapidamente?

— Blake, me desculpe, pofavor desculpe-me. — Ele fala com os olhos molhados.

— Robin?, Desculpar você pelo o quê?, Você não fez nada.— Falo confuso com o pedido do mexicano.

— Desculpe, me desculpe por ter lhe tratado mal todos esses anos e por...É, me desculpe. — Ele fala e olha para os próprios dedos, como se quisesse falar algo a mais.

— Está tudo bem, Robin! Isso faz parte do passado, eu lhe desculpo, sei que você está em um processo de evolução como pessoa e isso é ótimo, eu fico muito feliz em ver. — Falo sorrindo pequeno para o garoto que mantém os seus olhos vidrados em sua própria mão.

— Muito obrigado, cachinhos. Eu preciso ir, ou aquele velho me mata por eu está matando mais uma aula dele. — Ele fala e assinto ainda com um pequeno sorriso nos lábios. Quando Robin levanta rapidamente ele deixa um selinho em meus lábios e sai como se nada tivesse acontecido, aquilo me surpreendeu muito, mas apenas olho para o chão envergonhado com o ato do garoto.

Sem perceber eu estou sorrindo feito um bobo para parede, mas logo depois de ver um envelope na porta, meu sorriso some imediatamente, e lá vamos nós novamente, com mais uma carta.