CAPÍTULO 11

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17:24 P.M.
16° graus Celsius.
❄️❄️❄️

   Já deve ser mais de cinco da tarde quando chegamos na minha casa, já que o sol está quase sumindo na linha do horizonte sobre as árvores, fazendo uma luz dourada banhar boa parte do céu. Fico um tanto surpreso ao notar que passou tanto tempo, pois achava não tinha passado sequer duas horas desde que meus pais foram embora.

    — Bom... Aqui estamos. — Rhaví diz assim que chegamos no pequeno lance de degraus que levam até o hall da casa. Começo a subir rapidamente, mas paro assim que noto que ele não está me seguindo e continua parado à uns dois metros com as mãos enfiadas nos bolsos da calça. A luz alaranjada do pôr do sol é absorvida pela sua pele escura e linda, deixando-a ainda mais deslumbrante.

    — Você não vem? — Dou alguns passos para trás, ficando de frente para ele. Rhaví é um pouco mais alto que eu, fazendo com que eu precise erguer levemente o rosto para encará-lo.

    — Você quer que eu vá com você?

    — Mas é claro! — disparo imediatamente. Meu olhar recai sobre seus lábios entreabertos, principalmente o inferior, que é mais grosso e carnudo que o superior, além de ser te um tom levemente mais claro.  Ele os umedece com a ponta da língua, me fazendo engolir em seco e soltar um grunhido baixinho.

    — Por que você quer que eu fique? — Rhaví dá mais um passo para a frente, ficando à centímetros de mim. Consigo sentir o calor emanar do seu peitoral desnudo.

    — P-porque... Porque eu... — começo a gaguejar, sem saber ao certo o que pretendo falar. Seus olhos escuros me encaram com tanta intensidade que sinto minhas pernas ficarem bambas.

    — Por que, Igor? — Rhaví dá mais um passo para frente, colando nossos corpos. Fecho os olhos e tento me forçar a formular uma resposta coerente. Lembro do que Joe disse, que eles ficaram por causa de Rhaví, lembro do garotinho fofinho da fotografia, do cara pelado que apareceu na minha porta semanas atrás, dos olhos azuis misteriosos, depois dos olhos castanhos calorosos e lindos, a pele cor de mogno, o sorriso gentil, a sua simpatia e tranquilidade, a voz grave...

    — P-porque eu... Gosto de voc... — sou impedido de terminar a frase quando dois braços quentes e fortes envolvem minha cintura. Abro os olhos a tempo de ver Rhaví se curvando sobre mim e... Selar nossos lábios.

❄️❄️❄️

    Ele está me beijando.

   Rhaví está me beijando!!

    E é tão... Bom. Perco o controle do meu próprio corpo quando me dou conta do quão macio são seus lábios. Solto um gemido quando sinto-o me puxar para mais perto ainda, sem desgrudar a sua boca da minha.

    Fecho os olhos com força e apenas sinto. Sinto seus braços ao meu redor, o seu peitoral quente contra mim, os lábios umedecidos que se movem lentamente contra os meus... E... CÉUS!! Sinto sua língua cutucar timidamente o meu lábio, como se pedisse permissão para prosseguir. Concedo passagem com todo gosto. Nesse momento nada ocupa minha mente a não ser Rhaví, ele me tem totalmente.

    Quando sinto sua língua quente o molhada passar por meus lábios e tocar a minha, é como se todo o mundo ao nosso redor simplesmente parasse de existir. Minhas mãos vão até seus ombros desnudos à procura de mais contato, mas não é o suficiente. Nada é. Envolvo seu pescoço com meus braços e o puxo para mim na mesma intensidade que ele está me puxando para si mesmo, mas mesmo assim não é o suficiente. Quero arrancar nossas roupas, beija-lo ainda com mais intensidade, esfregar nossos corpos um no outro até perdemos os sentidos...

    Nossas línguas começam a disputar pelo controle da situação, criando uma inebriante, molhada e prazerosa batalha dentro da minha boca, explorando cada canto dela.

    Quando enfim nos separamos devido a falta de ar, encaramos um ao outro enquanto arfamos sem parar.

    — I-isso foi...— começo, sentindo meus lábios inchados e observando os de Rhaví, que estão na mesma situação.

    — ...Sensacional — ele completa a frase, me dando um último e rápido selinho. Nós ficamos em silêncio, sorrindo por algum tempo, apenas absorvendo cada detalhe do rosto um do outro.

    — Então... Você quer entrar? — indico sutilmente em direção a casa atrás de mim, ainda sem desgrudar os olhos dele. Não acredito que isso aconteceu mesmo.

    — Sim. Eu quero.— ele responde, fazendo meu coração palpitar descontroladamente no peito.

❄️❄️❄️

    Subimos para o segundo andar lado a lado, em silêncio. A casa ainda está bem iluminada pelos últimos raios solares que entram pelas janelas de vidro, mas vou ligando as lâmpadas mesmo assim, já que vai escurecer em alguns minutos.

    — Você quer tomar banho? Vou procurar algumas roupas pra você. — Pergunto assim que entramos no meu quarto. Fico de frente para Rhaví e encaro sua expressão serena.

    — Sim. Mas antes...— ele avança até mim com uma velocidade sobrehumana e me dá um beijo rápido. Rhaví abre um pequeno sorriso, antes de virar de costas e caminhar em direção ao banheiro, me deixando paralisado no meio do quarto, encarando sua nuca.

    Ele me beijou. TRÊS VEZES!!! isso quer dizer que ele... Gosta de mim? Não é?! Assim como eu gosto dele!!

     Vou até a minha cama e sento sobre ela, tão perdido em meus pensamentos que mal noto o tempo passando, até que...

    — Terminei, Igor. — Rhaví sai do banheiro totalmente pelado. Seu topete perdeu metade do volume e a pele negra está brilhando devido a umidade. Desço o olhar pelo seu dorso até o seu...

    — E-eu... Vou pegar uma toalha para você. — desvio o olhar rapidamente e corro até meu guarda-roupas. Encontro uma toalha verde clara e a jogo por cima do ombro, não confiando em mim mesmo em conseguir parar de encarar caso olhe para ele novamente.

    Começo a procurar alguma coisa para ele, mas tudo que tenho que provavelmente sirva nele é a parte de baixo de um pijama meu, que fica bastante folgado em mim.

    — Acho I-isso é a única coisa que serve em você.— Viro-me para lhe entregar a calça do pijama, mas ele continua completamente nu. Apesar de usar a toalha para enxugar o corpo, ele não faz qualquer menção de a enrolar na cintura e esconder as partes íntimas.

    —  V-vou procurar uma cueca para você. — viro-me novamente para o guarda-roupas na velocidade da luz.

    — Não precisa. Suas cuecas ficam apertadas para mim. — ele diz, e mesmo de costas para ele, consigo senti-lo se aproximar por trás. Sinto seu hálito no meu pescoço e... CÉUS! EU NÃO POSSO FICAR EXCITADO UMA HORA DESSAS! ELE VAI ACHAR QUE EU SOU UM PERVERTIDO!

    — T-toma. — jogo a calça para ele e caminho em direção ao banheiro, querendo pelo menos me preparar psicologicamente para vê-lo vestido sem cueca nessa calça super, hiper, mega fina do pijama. Se com um jeans o seu volume já é... Surpreendentemente enorme, imagina naquela maldita calça!

     Tranco-me no banheiro e respiro fundo, então tiro a roupa e caminho até o chuveiro, resolvendo tomar um banho bem frio para acalmar os nervos.

❄️❄️❄️


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QUANDO O INVERNO ACABAR Where stories live. Discover now