Capítulo 24 °

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°•°Peter°•°•

Estava quase chegando em casa, quando escutei ela me chamar e a dor em sua voz me fez correr o mais rápido que pude para salvá-la do que quer que fosse. Brian estava mordendo ela, ele estava tocando nela, ela é minha, só eu posso tocá-la. Ela estava prestes a desmaiar, aquele desgraçado iria matá-la, no mesmo instante que vi a cena, avancei nele, mas foi impensado e ela acabou caindo quando ele a soltou.

Estou com tanta raiva, que avanço nele, me transformando em lobo e ao menos sentindo dor, é a primeira vez que isso acontece. Minha mente permanece, não me sinto descontrolado, posso controlar cada movimento.

— Calma, o que aconteceu? — Brian fala com a mão frente ao corpo, e se afastando conforme me aproximo, sua velocidade impede que me aproxime tanto. — Só estava me divertindo, iria parar, mas não consegui me controlar, o sangue dela é o melhor que já provei até hoje. O gosto é tão... – Todo o meu corpo se impulsiona para ele, e acabo sendo mais rápido, mordendo seu ombro.

Quando lobos mordem vampiros, a mordida é como um veneno para eles, eles morrem aos poucos. Ele é meu melhor amigo, mas ninguém toca nela e sai impune. Mas, como ele não é um vampiro comum, é um dos originais, a mordida causará apenas um sufoco bem grande por uma semana, nada tão alarmante. Mesmo que minha raiva no momento quisesse a morte dele.

— Aaahr. Você sabe que isso dói. – Solto ele, que cai no chão e começo a recuar, voltando a minha forma humana.

— Você não deveria ter tocado nela. – Falo e vou até ela, seu corpo está deitado no chão, diria que estava dormindo, se não estivesse tão pálida.

— Não sabia, achei que era mais uma de suas aventuras, somos amigos, compartilhar faz parte. – Fala dando um risinho, mas logo geme de dor.

— Ela é diferente, é minha companheira, a que foi destinada para mim. — Digo antes de sumir da sala, para me vestir. Não seria legal ela acordar e me ver sem roupa. Volto com um cobertor para cobrir o corpo dela.

— Achei que fosse a Dália. — Responde quando entro no local. — Já tinha esquecido o quanto sua mordida dói. — Resmunga e se levanta. — Essa é a...

— Também pensei que fosse a Dália, mas não é e não quero que esteja aqui quando ela acordar. — Pego o corpo dela e coloco sobre o sofá. — Vai embora antes que use minha adaga especial em você. Se eu tiver de bom humor mais para frente, posso te contar tudo. – Falo em meu tom mais ameaçador, ele apenas sorri.

— Tá bom, vou antes que essa mordida me afete e comece a me descontrolar, não vai ser bom. — Diz indo em direção a porta.

— Nunca mais encoste nela, entendeu? – Ele se vira e me encara.

— Sim, Senhor Peter. – Falou fazendo uma reverência. — Se ela é sua escolhida, agora é minha irmã. — E desaparece por causa de sua velocidade anormal.

— Melhor limpar isso. — Resmungo, segurando o corpo mole dela e indo em direção ao meu quarto, deito ela na cama e pego os curativos. Agora me sinto mal por todos os machucados que estão ganhando só por estar aqui.

Ela está mais branca que o normal, sua boca está sem cor nenhuma, só em pensar que se demorasse mais um pouco, ele a mataria, me dá calafrios. Limpo o sangue que escorreu pelo pescoço, e manchou sua roupa. Me contento apenas por limpar sua pele, já que trocar a roupa é algo ao qual fui proibido e quero respeitar. Me deito ao lado dela assim que termino, encarando o rosto sereno e delicado. Ela parece um anjo, uma criatura perfeita, é como se fosse esculpida a mão. A raiva me fez perceber tarde demais todos esses detalhes.

Um lobo em minha vidaWhere stories live. Discover now