Um lobo em minha vida

Capítulo 28 °

••°• Mellany •°••

Não consigo esconder meu desespero e meu estado de choque, que, por incrível que pareça, não é pelo beijo, é pelo que ele falou. Como posso estar apaixonada por ele sem ao menos saber? Somos compatíveis? Isso não faz sentido.

— Só quero ir para casa. — Resmungo. — Não quero ficar aqui.

Fico em alerta quando escuto ele bater na porta, pela minha falta de resposta ele tenta abrir, mas desiste.

— Me desculpe, não queria que ficasse assim, me deixei levar pela conversa, me desculpa, abre a porta, por favor. — Escuto a voz dele e engulo seco.

— Não. — Respondo, firme. — Não quero que chegue perto de mim.

— Tudo bem, eu entendo, não devia ter feito aquilo. — Parece arrependido. — Não quero que chore por minha culpa. — Diz e noto que, apesar do meu susto, não estou chorando. Acho que estou aprendendo a controlar melhor algumas emoções.

Meu coração está batendo freneticamente contra meu peito, não sei ao menos o motivo, mas me deixa nervosa.

— Escutei você falando que quer ir para casa e ... — Fica quieto. — Vou deixar você ir para casa, você pode ir embora. — Fico em choque com suas palavras, mais ainda pelo fato de parecer que está chorando. — Não quero mais me vingar, acabei me apaixonando por você no meio dessa confusão, foi pela sua inocência, pureza e sua coragem que me apaixonei. — Por que ele está se declarando? — Minha tia me contou que todo lobo tem uma companheira que é para toda vida e a minha é você, Mellany.

Meu corpo se arrepia por inteiro ao ouvi-lo falar meu nome. O que está acontecendo? Não estou gostando da proporção que isso está tomando.

— No começo não queria aceitar, só queria me vingar, mas agora só quero que você seja feliz, mesmo que seja longe de mim. Nossas almas estão destinadas a ficarem juntas, quem sabe um dia possamos tornar isso realidade. — Fico de pé, ando até a porta e abro, encarando o homem, seu rosto está banhado em lágrimas. — Eu...

— Sei que tudo que está falando é verdade, acredito em você, mas quero ir para casa. Desculpa, Peter, mas não posso esquecer o que fez, não posso ficar e fingir que está tudo bem. — Sou sincera, espero por um ataque ou surto, mas ele apenas me puxa com força, abraçando meu corpo.

— Me perdoa, por favor, me perdoa. Antes de ir embora,me perdoa por tudo que fiz, por toda a dor que te causei e diga que, se nos encontrarmos novamente, irá esquecer tudo e poderemos começar do zero. Não importa quanto tempo demore, quanto tempo seu coração vai levar para me aceitar, vou esperar.

Toco o rosto dele, deixando minha mão em sua bochecha, ele fecha os olhos para sentir meu toque. Sei que ele não é aquele Peter de antes, que era tudo uma máscara, mas preciso ir, acho que faz parte do amadurecimento, é necessário.

— Te perdoo de coração, Peter. Não se preocupe, senti dor quando me bateu e quando me mordeu, mas consigo deixar isso para trás e te perdoar. Obrigada, por me deixar ir e por desistir da vingança. — Espalmo a mão na direção do coração dele. — Espero que sua dor seja curada e que a morte de sua mãe, deixe de te machucar. — Abro um sorriso. — Viva bem. Desculpa, mas tenho uma vida e preciso voltar para ela.

Tutty está no topo da escada quando passo pelo homem que está parado, sem reação alguma, pego meu cachorro e corro, temendo uma mudança de humor que me faça ficar. Não olho para trás, isso pode ser pior. Já que parece que existem pedras presas ao meu corpo, dificultando minha corrida e um magnético me puxando para trás. É como se meus sentimentos estivessem em conflito com minha cabeça.

Saio da caverna de entrada para a propriedade dele, adentro na floresta e tento me orientar pela mata densa.

— Vou te proteger sempre.

A voz do Peter fala em minha mente, e é nesse momento que minhas lágrimas aparecem com força, meu peito está doendo. Mas, não ouso aceitar isso. É errado, ficar seria errado, esquecer seria errado, aceitá-lo seria errado, retribuir o que sente seria errado.

Meu corpo está cansado de tanto andar, não faço ideia de onde estou, só sigo em frente torcendo para que encontre logo minha casa, é como se um senso de direção incomum me guiasse para um trajeto que desconheço, e mesmo sendo estranho, estou seguindo rumo a ele.

Paro quando escuto uma movimentação grande mais a frente, me escondo atrás de uma árvore e fico o mais escondida possível, o barulho dos galopes de cavalos ficam mais em evidência. Meu coração acelera, tomara que não sejam bandidos ou pessoas ruins, não estou escondida o suficiente para passar despercebida.

— Saia de onde está e mostre seu rosto. — É, como previ, não estou tão oculta. Saio do local de cabeça baixa, agarrando Tutty contra meu peito e me aproximando cautelosamente. Estou tão nervosa. — Princesa? — Olho para cima, vendo um dos guardas do castelo chocado e ainda com sua espada apontada para mim.

— Filha... — Ouço um grito vindo de trás e olho, meu pai pula do cavalo e vem correndo em minha direção, coloco meu cachorro no chão e corro até ele, abraçando com força quando estamos perto o suficiente. — Não acredito, você está bem. — Me aperta com muita força. — Tive tanto medo de que algo acontecesse. — Pensei que ficaria mais feliz, porém não é o que acontece. — Pensei que nunca mais te veria, acreditei que eles... — Se interrompe.

— Eles? — Me afasto, o encarando. — Eles quem? — O peso da verdade começa a recair sobre mim, a confusão de emoções e sentimentos colidem uns contra os outros.

— O importante é que você está viva e aparentemente, bem. — Segura em meu rosto, analisando para ver se encontra algum machucado.

— Estou bem. — Afirmo, mas estou mentindo. Não estou bem, nada bem, meu corpo está sentindo algo. — Pai?

— Sim, querida?

— Eu... — Meu corpo parece ter sua energia sugada junto com a dor forte que cresce em minhas costas, parece que está pegando fogo e não entendo, é uma dor bem mais intensa do que já senti antes.

Acabo caindo, sendo amparada somente pelos braços do meu pai, que me mantém segura quando perco a consciência.

O aniversário é meu, mas o presente é de vcs <3
O que vocês acham que vai acontecer a partir de agora? 

Bom, creio que o Peter se redimiu deixando ela ir, será que eles vão conseguir deixar tudo que aconteceu para trás e seguir, ou será que esse destino espertinho vai  juntá-los novamente? Pelo menos não vai ser mais por obrigação, e sim vontade própria.

Desculpem a demora, estou em época de prova, fim de semestre, entrega de pasta de estágio e afins, o tempo está remido. Quem está no grupo do whats ta acompanhando minha luta kkkkk  Aí, Aí, beijos 😘😘

Espero que estejam gostando <3