16. Frenesi

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Talvez Romeu estivesse mesmo mudando ou, enfim, se interessando por mim. Fato era que eu havia decidido dar a ele mais uma chance para ver se o que eu sentia era recíproco.

Noah e Rafa respeitaram a minha decisão e me apoiaram a sair com Romeu para que eu pudesse chegar à uma conclusão. Então eu teria que sair daquele encontro com a resposta de que ou eu poderia mergulhar de cabeça em um relacionamento com ele ou se eu deveria pular fora de uma vez por todas.

— Não sabe o quanto fiquei feliz por ter aceitado jantar comigo — Romeu acariciou minhas bochechas com os polegares e me puxou para um beijo leve.

— Temos bastante coisa pra conversar — sussurrei, com um sorriso nos lábios.

Estávamos em seu carro estacionado, pois já havíamos chegado no restaurante que tinha a reserva no nome de Romeu.

Assim que entramos, um perfume adocicado tomou minhas narinas e luzes amarelas penetraram meus olhos. Era um restaurante lindo, com decoração vermelha e amarela, luz baixa e uma música ambiente deliciosa.

Quando o garçom nos direcionou até a mesa, Romeu segurou a minha mão, entrelaçou nossos dedos e se sentou ao meu lado.

— Pode pedir o que quiser — sussurrou em meu ouvido e selou os lábios em meu pescoço.

Olhei o cardápio e me deparei com os nomes dos pratos em inglês. Apertei as mãos e senti meus olhos querendo marejar ao observar os nós de meus dedos ficando brancos. Busquei respirar fundo para que Romeu não notasse a minha frustração e fechei o cardápio.

— E então? Decidiu? — ele me olhou, acariciando minha coxa e assenti.

— Vou querer a sugestão do chefe — sorri fraco.

Com certeza ele sabia que eu não tinha entendido nada do que li.

— Ok — Romeu apertou um botão pequeno em cima mesa e, em poucos minutos, o garçom já estava na frente da nossa mesa.

Ele fez seu pedido, pediu a sugestão do chefe para mim e, quando os pratos chegaram, dei de cara com um tipo de sopa com camarões e brócolis. O prato de Romeu era, basicamente, um macarrão diferente com filé mignon e gorgonzola.

Em seguida, o garçom nos serviu duas taças de vinho e, mesmo que eu não pudesse tomar aquilo por conta dos remédios, me senti pressionado a pelo menos tentar ficar no mesmo patamar que Romeu naquela mesa.

— Um brinde? — ele ergueu sua taça e me olhou.

— À quê? — eu estava incomodado com tudo aquilo.

— Ao que você quiser — Romeu sussurrou novamente em meu ouvido, me arrepiando.

Engoli em seco, sem saber ao que brindar.

— Um brinde à novas possibilidades? — perguntei e ele assentiu, tocando sua taça na minha.

Nossos olhares permaneceram conectados enquanto dávamos os primeiros goles, mas depois Romeu rompeu a conexão para começar a comer.

Já eu, não sabia nem como comer aquela coisa na minha frente. Não era tão líquido e também não era tão sólido. Deveria usar um garfo? Uma colher? Haviam tantos talheres na mesa que eu mal sabia para qual olhar, quem dirá escolher.

Ao colocar o prato na mesa, o garçom me disse o nome, só que em inglês, então eu realmente não fazia ideia do que iria comer.

Que desastre.

— Ei, não gostou da sugestão do chefe? — Romeu me olhou, ao limpar o canto dos lábios com o guardanapo de pano.

— Ah, eu só... Estava vendo o que é — fechei os olhos, sentindo vergonha.

INTERROMPIDO - Spin-off de CORROMPIDOWhere stories live. Discover now