Ainda estava com a cabeça cheia das lembranças da noite passada. Sentia como se havia tido um sonho estranho, após toda aquela confusão com a bola de pelo falante, por algum motivo minha intuição apitava em alerta e em letras maiúsculas. Mas ignorei tudo isso no instante que fui convidado a entrar e meus pés adentraram pela porta
- Como a senhora está? - a segui até a cozinha e me apoiei no balcão
- Estou bem, obrigada. Não me chame de senhora, me sinto uma idosa - ela respondeu, sorrindo gentilmente. - E você, como está se sentindo?
- Ah, estou ótimo. Acho que dormi pouco, mas nada que não dê para aguentar- respondi, tentando soar confiante.
Ela foi para o fogão terminar de fazer o que suspeitava ser panquecas
- Quer tomar café da manhã? Aposto que Kauane vai demorar pra se arrumar - ela despejou a massa na frigideira e voltou sua atenção para mim
- Se não for incomodo, claro - sorri sem jeito, ela abriu um sorriso empolgada, um cheiro de queimado subiu e ela se desesperou para virar a panqueca. Ouvi ela sussurrar xingamentos e abafei minha risada
- Deixa comigo - fui até ela e gentilmente a expulsei da cozinha, ela se sentou no banco do balcão derrotada
- sou uma péssima recepcionista, não devia por você pra fazer isso - ela falou brincalhona como se uma panqueca queimada não fosse o suficiente pra estragar sua manhã
- Não se preocupe, não acho que seja uma péssima recepcionista- Passei os próximos minutos preparando um novo lote de panquecas e servindo-as com morangos e chantilly.
- Deixa comigo, vá se sentar garoto - A ajudei a arrumar a mesa e logo estávamos sentados juntos, tomando café e comendo panquecas.
Ela sentou-se na cadeira a minha frente - Kauane me disse que você ficou de estudar com ela para a prova de matemática hoje.
- Ah...Claro, sim. Vamos estudar juntos depois da escola - respondi, sem titubear e evitando o olhar da mãe de Kauane.
Essa é nova, pelo menos tenho uma desculpa pra ficar grudado nela
Enquanto comia, observei a mãe de Kauane com um pouco mais de atenção. Ela era uma mulher bonita e elegante, ela e Kauane não se pareciam muito mas lembravam uma a outra
- Anda com problema com notas Lucas? - escutei passos vindo da escada, pequena foi até sua mãe e lhe deu um beijo na bochecha, logo em seguida sentou na cadeira ao meu lado
Que pena, não vou ganhar nenhum beijinho
- Sim, Kauane é um anjo e me ensina direitinho - coloquei a mão em sua coxa por baixo da mesa - Bom dia flor do dia
Abri um sorriso satisfeito ao ver ela ruborizar
- Bom dia, do que estavam falando?
Entramos em uma conversa animada, a ponto de perdermos a noção do tempo. Me senti em casa naquela manhã, quase como uma família.
- Sabe, Lucas, tenho notado que você é um rapaz interessante - a mãe da pequena falou, interrompendo os meus pensamentos. Havíamos todos terminados de tomar café da manhã, pequena havia subido e eu estava lavando os pratos
- Ah, eu? Interessante? - ri, fingindo desdém. - Não há nada de especial em mim.
- Discordo. Pelo pouco que tenho conhecido de você, vejo que é um rapaz inteligente, engraçado e bem-educado - continuou - E notei como seus olhos brilham quando olha pra ela
Achava que ela estava sendo um pouco exagerada mesmo sabendo que ela tinha toda a razão no que falava
- Bom, eu tento fazer o meu melhor - respondi, sem saber direito o que dizer. Ela deu um sorriso simpático e se apoiou na pia ao meu lado
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Meu Melhor Amigo Imaginário
Romance"Mamãe vivia me dizendo que lucas era passageiro.... aqui estou eu com meus 16 anos nas costas deitada no peito de lucas escutando seu coração enquanto conversamos sobre coisas aleatórias...." [ História Concluída] Contém conteúdo +18 PLÁGIO É CRIM...