capítulo 54 :

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Ainda estava com a cabeça cheia das lembranças da noite passada. Sentia como se havia tido um sonho estranho, após toda aquela confusão com a bola de pelo falante, por algum motivo minha intuição apitava em alerta e em letras maiúsculas. Mas ignorei tudo isso no instante que fui convidado a entrar e meus pés adentraram pela porta

- Como a senhora está? - a segui até a cozinha e me apoiei no balcão

- Estou bem, obrigada. Não me chame de senhora, me sinto uma idosa - ela respondeu, sorrindo gentilmente. - E você, como está se sentindo?

- Ah, estou ótimo. Acho que dormi pouco, mas nada que não dê para aguentar- respondi, tentando soar confiante.

Ela foi para o fogão terminar de fazer o que suspeitava ser panquecas

- Quer tomar café da manhã? Aposto que Kauane vai demorar pra se arrumar - ela despejou a massa na frigideira e voltou sua atenção para mim

- Se não for incomodo, claro - sorri sem jeito, ela abriu um sorriso empolgada, um cheiro de queimado subiu e ela se desesperou para virar a panqueca. Ouvi ela sussurrar xingamentos e abafei minha risada

- Deixa comigo - fui até ela e gentilmente a expulsei da cozinha, ela se sentou no banco do balcão derrotada

- sou uma péssima recepcionista, não devia por você pra fazer isso - ela falou brincalhona como se uma panqueca queimada não fosse o suficiente pra estragar sua manhã

- Não se preocupe, não acho que seja uma péssima recepcionista- Passei os próximos minutos preparando um novo lote de panquecas e servindo-as com morangos e chantilly.

- Deixa comigo, vá se sentar garoto - A ajudei a arrumar a mesa e logo estávamos sentados juntos, tomando café e comendo panquecas.

Ela sentou-se na cadeira a minha frente - Kauane me disse que você ficou de estudar com ela para a prova de matemática hoje.

- Ah...Claro, sim. Vamos estudar juntos depois da escola - respondi, sem titubear e evitando o olhar da mãe de Kauane.

Essa é nova, pelo menos tenho uma desculpa pra ficar grudado nela

Enquanto comia, observei a mãe de Kauane com um pouco mais de atenção. Ela era uma mulher bonita e elegante, ela e Kauane não se pareciam muito mas lembravam uma a outra

- Anda com problema com notas Lucas? - escutei passos vindo da escada, pequena foi até sua mãe e lhe deu um beijo na bochecha, logo em seguida sentou na cadeira ao meu lado

Que pena, não vou ganhar nenhum beijinho

- Sim, Kauane é um anjo e me ensina direitinho - coloquei a mão em sua coxa por baixo da mesa - Bom dia flor do dia

Abri um sorriso satisfeito ao ver ela ruborizar

- Bom dia, do que estavam falando?

Entramos em uma conversa animada, a ponto de perdermos a noção do tempo. Me senti em casa naquela manhã, quase como uma família.

- Sabe, Lucas, tenho notado que você é um rapaz interessante - a mãe da pequena falou, interrompendo os meus pensamentos. Havíamos todos terminados de tomar café da manhã, pequena havia subido e eu estava lavando os pratos

- Ah, eu? Interessante? - ri, fingindo desdém. - Não há nada de especial em mim.

- Discordo. Pelo pouco que tenho conhecido de você, vejo que é um rapaz inteligente, engraçado e bem-educado - continuou - E notei como seus olhos brilham quando olha pra ela

Achava que ela estava sendo um pouco exagerada mesmo sabendo que ela tinha toda a razão no que falava

- Bom, eu tento fazer o meu melhor - respondi, sem saber direito o que dizer. Ela deu um sorriso simpático e se apoiou na pia ao meu lado

Meu Melhor Amigo Imaginário Where stories live. Discover now