Capítulo 29 - Reflexo

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Não funciona. Quebrado. Não adianta. Não tem jeito. Malfoy socou o armário a sua frente, repetira o feitiço tantas vezes, fizera tudo tão certo e ainda assim, não funcionava, seu plano estava indo por água a baixo. Não adiantava mais fingir, tudo o que ele fazia se resumia aquele maldito armário.

Ele andou de um lado para o outro na frente do objeto, pensa, mas nada vinha a sua mente, talvez tivesse chegado o momento de mudar de estratégia, mas o que ele poderia fazer? Snape lhe ajudaria, mas será que ele aceitaria a ajuda de Snape como se Draco tivesse obtido sucesso ou fracassado?

Ele se lembrou das dores causadas pela maldição cruciatos, se Snape o ajudasse ele seria castigado, não, ele teria que resolver sozinho, mas o tempo havia se passado e nada. Ele não tivera chance com o colar, muito menos com a garrafa de hidromel, tudo havia falhado miseravelmente.

Socou novamente o armário negro, raiva fluía por seu corpo, ele gritou com o armário, não podia acreditar que estava perdendo todo aquele tempo, era uma agonia infinita. E para piorar, ela sabia, talvez ja tivesse contato a Dumbledore, mas então ele teria sido expulso, certo? E o que aconteceria com eles se ele fosse expulso? Ele seria morto, seu pai apodreceria na prisão e sua mãe...

Não, se recusava a pensar naquilo, ele ainda tinha tempo, não iria desistir. Saiu da sala precisa como um raio, não se importando se alguém o observava, mais uma detenção, menos uma, era só outro momento inútil que perdia seu tempo quando poderia estar trabalhando, pensando, tentando concertar aquele armário estúpido.

Sentiu a gravata lhe apertar o pescoço, precisava proteger sua família, precisa se proteger, o tempo estava acabando, respirar estava se tornando difícil, seus pulmões lutavam para puxar o ar, um forte aperto em seu tórax não permitia que eles se expandissem, precisava respirar...

Ele abriu violentamente a porta de um banheiro, começou a puxar a gravata para fora do caminho, precisava de ar, precisa respirar. Nada iria adiantar, ele não iria conseguir, se olhou no espelho, parecia um fantasma de si mesmo, estava tão cansado, não aguentava mais, precisava acabar com aquilo logo.

Ele vai me matar

Não vou conseguir, não tem jeito, não tem concerto

Eu não sou um assassino, não posso fazer isso, não posso fazer isso...

Ar, ele precisava de ar, socou o espelho com força contente que a dor dos cortes do vidro lhe distraíssem da dor que emergia em seu peito, estava sozinho, não tinha mais saída, seus pulmões lutavam por ar, ele arfava, agarrou seus próprios cabelos e escorregou para o chão.

Ele vai me matar, vai matar minha família

Não tem jeito, eu não vou conseguir, eu não vou conseguir...

Lágrimas grossas começaram a escorrer de seus olhos enquanto ele continuava tentando puxar o ar, seu peito se apertava como se vários tijolos o estivesse pressionando, doía tanto, ele só queria que acabasse.

- O que você não vai conseguir? - Uma voz chorosa rompeu a escuridão do banheiro e um vulto de uma menina com grandes óculos redondos fixou a sua atenção nele. Draco mal ergueu a cabeça, continuava lutando para respirar, para tirar aquela dor absurda que lhe invadira, queria arrancar aquela marca no braço com as unhas.

- Ele vai me matar - Disse em tom de assombro - O Lorde das Trevas vai me matar

- Então você deveria fugir, se esconder - Replicou a fantasma.

- Não posso, sou um deles, ele me encontraria, eu estou sozinho

- Eu também estou sozinha - Disse a voz que agora se embargava - As pessoas nunca gostaram de mim, cochichando pelas minhas costas...

Moonlight - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora