𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒅𝒐𝒊𝒔.

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── Adeus, Mary! ── Zoe exclama enquanto se retira da cafeteria

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── Adeus, Mary! ── Zoe exclama enquanto se retira da cafeteria.

Seus olhos vagam a calçada agora levemente vazia e engole a seco abraçando sua bolsa, estava com medo de ser roubada outra vez, ou pior, não queria ser salva pelo aranha de novo, ainda mais depois de ter mentido na cara dura.

── "Eu gosto de Aranhas." Sério, Zoe?! ── Se auto questionou em um tom baixo. ── Você odeia aranhas, sua tonta! ── Parou de falar assim que viu dois pares andando em sua frente, ela encara a mulher que a observava com estranheza e sorri nervosa apontando para o próprio ouvido ── Eu to em chamada com a minha irmã...

Mentira, ela nem tem irmã. A senhora passa por si rápidamente e ela suspira em derrota, Courtney volta a caminhar dessa vez indo em direção a estação de Metrô mais próxima, encarou seu relógio de pulso e respirou fundo. Ainda teria que trabalhar. Suspirou em derrota outra vez enquanto ainda andava feito uma lesma cansada, mesmo que estivesse acostumada suas pernas ainda doíam depois de quase três horas de aula, passava quase todo o meiado do dia dançando ou fofocando com Gabrielle quando Lili estava ausente na sala do diretor.

Parou assim que ouviu as televisões em uma loja, Zoe se vira para as mesmas e ajeita sua postura ao ver que a luta entre o Homem aranha e o tal Lobisomem havia chegado ao fim. Se virou para as amostras de TV e arqueiou as sobrancelhas ao ver que agora o lobisomem era um homem normal, desnorteado e muito, muito machucado. Seu olhar virou para uma tela diferente, afim de procurar o mascarado em pura curiosidade.

── Tsk. Com certeza ele esta bem. ── Disse por fim antes de voltar a andar.

Por outro lado, o citado estava encostado em uma parede nos fundos de seu prédio onde residia enquanto seus ferimentos ainda cicatrizavam. Resistia a milhares de pancadas mas não negava a dor, até porque querendo ou não, mesmo que pouco, ele ainda era um ser humano.

Miguel O'hara é o nome da peça, que pelos olhos de alguns, era considerado um homem parado no tempo. Mas a verdade é que ele não estava parado, muito pelo ao contrário, em comparação a terceiros ele era o que mais estava avançado no quesito temporal.

Além de ser considerado um homem parado no tempo, muitos do prédio tinham certo receio ou até mesmo medo de falar com o moreno por ele sempre estar com a cara fechada ou com a mente perdida em algo, entretanto, mal sabiam eles que dentro da mente genial do O'hara diversos tipos de terror eram revividos constantemente. Terrores que um ser humano normal não aguentaria guardar para si e rapidamente pediria ajuda, ou, na pior das hipóteses, acabaria com a própria vida.

E Miguel não era um Humano Normal.

As luzes do centro da cidade incomodavam seus olhos e por isso mantinha as cortinas das janelas fechadas e as luzes desligadas, mas nem mesmo isso o permitia ter seu merecido descanso.

Já na escuridão isso não o abalava, era o reverso disso. Uma das consequências de seu acidente em seu antigo trabalho como cientista foi o fato de sua visão ter aumentado e modificado, lhe dando a possibilidade de observar coisas incrivelmente longes ou até mesmo enxergar, mesmo que pouco, no escuro. Mas nem tudo era um mar de rosas, com esse novo dom também veio a sequela, a visão sensível.

𝐂𝐇𝐄𝐑𝐑𝐘, 𝑚𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝑂'ℎ𝑎𝑟𝑎.Where stories live. Discover now