8. How Soon Is Now?

493 58 54
                                    

How Soon Is Now – The Smiths

"Eu sou o filho e o herdeiro
De uma timidez que é criminosamente vulgar
Eu sou o filho e herdeiro
De nada em particular"

*

— Seulgi! – Jihyo berrou quando abriu a porta da última cabine e encontrou a amiga caída no chão. – Que droga! Me ajudem aqui.

Assim que ouviram o pedido, Chaeyoung e Jeongyeon foram com pressa até Jihyo e, com ajuda da mesma, levantaram a garota. Seulgi tinha a pele pálida, olhos fechados e boca e cabelos sujos de vômito.

Carregaram a menina com rapidez até o quarto, a deitaram numa cama e limparam a pequena sujeira que ainda tinha em seu corpo. Após isso, Jeongyeon saiu para buscar um chá e Chaeyoung foi junto. Jihyo ficou no quarto, ao pé da cama, observando sua melhor amiga em tal estado.

Passava as mãos quentes pelo cabelo da Kang com carinho, preocupação e amor. Sentia quase uma dor física a cada momento que lembrava o motivo do desmaio da amiga e, vez ou outra, deixava uma lágrima escapar de seus olhos.

Jihyo e Seulgi têm uma das amizades mais puras e belas. As duas são confidentes, quase um ser só. Brincam sobre tudo, falam sobre tudo e sentem tudo uma da outra.

— Quando você acordar, Seulgi, prometo que vamos conversar sobre coisas boas. Não falarei sobre esse episódio agora, sei que não gosta e nem te ajuda, mas me prometa algo também. – Jihyo dizia com a voz mansa e acolhedora enquanto segurava forte a mão da maior. – Prometa para mim que vai buscar ajuda, hm?

— Prometo. – Ouviu aquilo e se assustou. – Prometo por ela. – Era Seungsik.

— Como você soube? – Jihyo perguntou temerosa. – Não te avisamos porque...

— Eu já sei. – Aproximou-se da irmã. – Encontrei as meninas e elas me avisaram, eu já estava sentindo que algo do tipo ia acontecer. – Deu um sorriso triste. – Dizem que os gêmeos são um só nas dores, né? – Jihyo assentiu. – Vamos ser um só no tratamento também.

*

— Cansaram... – Repetia a palavra em voz baixa ao passo que jogava uma bola de beisebol no teto. – Cansaram de mim, do meu jeito...

Dahyun continuava a lembrar da discussão que teve com os pais. Lembrava com pesar e a contragosto, mas já havia perdido o controle de sua mente barulhenta há muito tempo.

Sua mente era confusa, agoniada. Seu coração era acelerado, suas mãos suavam e seu corpo doía. Estava em crise. Sua respiração não ficou mais fora de controle, ao menos, pois sua asma está controlada há muito tempo e raramente tem algum episódio grave. Geralmente está bem, mas se não estiver, somente um curto uso da bombinha já ajuda.

Parou com a bolinha e levantou da cama com rapidez por ter lembrado de algo importante. Abriu a porta do guarda-roupas, puxou algumas caixas de dentro e pegou um estojo de metal. Depois, devolveu tudo para o lugar, abriu as janelas e colocou uma cadeira na sacada de seu quarto.

Dahyun tinha pensado em algo que a ajudaria, pelo menos por agora, a relaxar. Colocou uma música num volume moderado, sentou-se na cadeira que preparou e abriu o estojo. No recipiente tinha tudo que precisava para relaxar como queria.

Tying Cherry Knots | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora