001 | Ronda noturna

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Deveria ser mais de dez horas da noite e o meu sexto copo de café, não para me manter atenta, mas sim para me ajudar a não deixar tudo aquilo me estressar quando percebi que tinha tantos papéis para organizar. Uma vez que tinha passado do meu horário e os demais policiais e funcionários já tinham ido para suas casas, ou pelo menos a grande maioria desses, eu faria tudo sozinha. Já dizia aquele ditado: melhor só do que mal acompanhado.

- Quer que eu fique pra te ajudar a fazer a última ronda e fechar a delegacia? - Questionou, mesmo sabendo a resposta, o meu adorável parceiro de trabalho, Hoseok, sempre se colocava à disposição para ajudar a passar o tempo mais rápido com nossas piadas internas. Olhei para ele que se encontrava em frente a minha mesa, com suas vestimentas normais, guardando a pistola por baixo da jaqueta que levava no braço esquerdo.

Desviei o olhar, dando um suspiro, continuando a escrever o relatório do último drogado que impedi de vender drogas a alguns adolescentes que saiam da escola. Mesmo em uma cidade pequena e aparentemente pacata, existia muitas sombras onde, infelizmente, se escondiam dos menos piores aos piores, se comparado às cidades grandes. Bebi o que restava do café já gelado, acrescentando:

- Você sabe que dou conta de tudo isso sozinha, não é a primeira vez. - Escutei o tirar das suas chaves do bolso.

- Eu sei, eu sei. - parecia o bastante para mim. - Mas sempre é você que fica, o capitão vai exigir que tire férias logo em breve de tantas horas que tem.

- Se ele conseguir fazer isso... - Era mais simples ficar ali e lidar com aqueles problemas, do que apenas lidar com os meus. Visto que não tinha ninguém me esperando em casa, ao contrário de Hoseok, não via problema em passar minha madrugada encontrando maneiras de estar um passo à frente. Era uma delegacia pequena, os presos mais sérios não ficavam aqui e eram levados para a cidade grande, os outros eram soltos em algumas horas para serem presos dias depois e consequentemente aumentarem suas listas de crimes, não que eu gostasse desse detalhe, todavia, mesmo que eu colocasse atrás das grades, os mocinhos de gravata e camiseta de grife estalavam seus dedos e os retiravam. - Vá para casa hoseok, diga a jade que mandei um abraço e vou visitá-la em breve. - Voltei minha atenção para ele, descansando a caneta na mesa.

- Tudo bem, mas não demore por aqui, vou manter meu celular ligado e se você...

- Vá para casa Hoseok, eu dou conta daqui - O respondi. Eu e Hoseok éramos amigos há muitos anos, na verdade, o conhecia devido ao meu falecido marido, éramos todos amigos. Após sua morte, Hoseok se aproximou tentando ajudar a policial que havia acabado de casar e já perdeu o seu marido, com o tempo, me tornei amiga da sua esposa e isso, de certa forma, me ajudou.

Me levantei e fui até ele.

- Qualquer coisa que acontecer, eu vou dar conta e se estiver muito, mais muito difícil, somente no caso de eu levar um tiro, aí eu ligo pra você. - Ele fez careta e eu sorri amigavelmente.

- Ruby sendo Ruby - Murmurou e o levei até a saída, observando pegar sua moto e dirigir para sua casa.

Voltei para minha mesa, pegando o copo e indo até a cafeteira, vendo que o Jung havia feito café antes de sair em algum momento e agradeci mentalmente, meu café era horrível e só de imaginar ter que fazer, sentia minha garganta apertar. Com mais uma dose de café, só falta mais alguns papéis.

Olhei no horário, tinha quinze minutos para agilizar e ir fazer a patrulha noturna habitual para checar se nenhum vândalo fazia a festa ou algum estabelecimento estava sendo saqueado.

Não sei quando exatamente esse trabalho se tornou o ar que eu respirava ou quantas noites de sono eu perdia, mas aquilo tinha me dado um novo sentido de vida nos últimos dois anos. Sair da academia e ter em mente que eu iria começar foi o meu maior medo, mas depois que enfrentei o começo, o resto era mais simples de lidar, como uma caminhada em um dia agradável ou minha dose de café. Eu estava acostumada com a minha rotina e adoravelmente satisfeita, principalmente quando colocava as minhas mãos em algum miserável que achava que poderia fazer bagunça no meu turno, quando eu estava por ali. Muitos não gostavam da maneira ácida no qual enfrentava todos, como eu usava as lógicas que aprendi trabalhando aqui contra juízes e advogados e como odiava, detestava quando via alguém que merecia morrer na cadeira e pagar por cada crime que cometeu ser solto, sair pela frente.

Travei meu maxilar, sentindo o gosto do sangue da bochecha que mordi, concentrada no papel e nos meus próprios pensamentos. Inclinei para visualizar o horário e já estava na hora. Montei tudo o que era preciso, pegando o fundamental, minha pistola. Nunca foi necessário atirar em alguém, mas não era como se eu não tivesse coragem.

Tranquei a delegacia, vendo algumas pessoas ainda transitando pelas calçadas e algumas lojas fechando as portas para recomeçar no dia seguinte. Cumprimentei uma senhorinha que caminhava com seu cachorro, orientando que fosse para casa e encontrei o carro, pegando a pista principal. Observei a praça que era consideravelmente grande e notei alguns adolescentes que estavam ali, ameaçando ligar para os pais de cada um para perguntar se eles sabiam da presença dos seus filhos ali. Não foi nem preciso uma falsa ligação e eles já estavam pegando suas coisas e indo embora

Não fazia ideia o que um bando de adolescentes faziam ali. Já fui para muitas cenas de crimes e nunca foi fácil para mim, em potencial quando era um adolescente ou criança. Independentemente, nunca seria fácil.

Esperei que eles seguissem de fato seus caminhos para retornar. Era uma volta pela cidade que durava menos de uma hora. Peguei alguns caminhos que já conhecia por ser pontos estratégicos para alguns vendedores de droga, era impossível exterminar todos, no entanto me esforçava para dificultar o trabalho deles.

Dado momento, observei um carro branco dirigindo em uma velocidade não permitida para o lugar, o que automaticamente me alertou e dei início a uma análise, pegando algumas infrações que poderiam causar acidentes e problemas para o motorista. Liguei as sirenes e segui firmemente o automóvel, vendo diminuir a velocidade gradativamente. Indiquei para parar e assim que parou, desliguei o carro, pegando um bloco de notas e também um bafômetro.

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Não esqueça de curtir e comentar o que vocês acharam do capítulo, até o próximo!

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Altamente inflamávelWhere stories live. Discover now