Em tempos de guerra, sobrevive o mais forte, e Aurora, sendo a única humana que ainda consegue usar magia, vai usar essa vantagem para mudar sua realidade. Vivendo em um mundo onde os descendentes de dragões governam, e os homens se submetem à eles...
Cera de vela vermelha era derretida para carimbar uma carta. Era noite, e duas pessoas negociavam aos sussurros os próximos passos de seus planos. Entre lençóis, fumaças embriagantes, e nudez, o documento pobremente redigido foi terminado, estampado e assinado.
Uma sentença terrível, escrita em menos de meia hora.
De cabelos loiros soltos, a mulher, deitada sem traje algum, olhava o tal documento lendo-o repetidas vezes com satisfação no rosto. No entanto, uma mão masculina, envolve-a pela cintura e a trás para perto.
Seu esposo acaricia seu corpo lentamente, enquanto a olhava com satisfação.
— Feliz agora, meu bem?
— Muito feliz! — Disse ela colocando o papel no móvel ao lado da cabeceira e entregando-se à ele.
— Goste de te ver assim, Angélica... mas às vezes, o que me pedes é muito caro.
— Hum, você me diz isso como se não estivesse feliz com o documento que te pedi para assinar. — Falou a mulher olhando-o desconfiada.
— Não seja assim... não é que não concorde com a sentença de morte da ex Condessa Elizabeth.
— Então é o que Fernando?! Eu te pedi isso como prova de teu amor e você vai se negar?! — Ela se levantou exaltada.
— Não, não! O documento está feito e assinado, nada vai mudar isso... é só que temo a opinião pública.
— Ha!? Opinião pública? Fernando você é o Conde de Nova Aerantto! Você que decide o que é certo e o que é errado! O povo tem que baixar a cabeça e te ouvir!
E exaltada como estava, a mulher andou para o trocador de roupa, vestindo um roupão. O homem, Conde Fernando, foi atrás dela com sua pança de cerveja, suplicando seu amor, e desculpando-se pelo que não tinha feito como um cachorro atrás de seu dono.
Minutos depois, seus corpos se entrelaçaram novamente, para repetir aquela estranha e complicada conversa sem palavras.
Suor, álcool e substâncias estranhas impregnavam o ar do cômodo, em um frenesi que durava dias e noites. Fernando estava a usar aquela mulher, o quanto quisesse, para depois descartar como muitas outras de suas amantes.
Para ele, uma vida poderia ser decidida com o assine de um documento, um carimbo e pronto, Lise estava condenada à morte.
Sua cabeça rolaria como um tomate podre.
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O sangue descia lentamente pelo corte recém feito no rosto, indo até a sobrancelha e entrando no olho esquerdo, que o obrigava a fechá-lo. O homem tocou o corte com a mão, para saber sua extensão, e riu ao perceber que era algo superficial. Depois voltou a segurar com firmeza seu machado, já se preparando para o próximo ataque de seu oponente.
A espada vermelha com o punho cravejado de pedras preciosas, estava agora adornada pelo sangue do inimigo. A tempos que sua lâmina não se deliciava com tal sabor, que deixava seu mestre desgostoso.