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Às seis e quarenta, me arrumei para ir trabalhar e chegar na empresa apenas para ser recebida com beijos na clavícula, uma língua no meu pescoço acompanhada por abraços e beijos e em seguida um "bom dia, princesa". 

Eu estava muito feliz, não sabia exatamente o porquê, mas eu cantarolava, sorria para o meu reflexo no computador e sabia que minha bolha de felicidade ainda não havia estourado.

― Hmm. Que sorriso é esse, Anielle? ― inquiriu Eleanor. 

Eu demorei muito para perceber que as Five me consideravam de verdade. Quando eu estava feliz, elas sorriam da minha felicidade e quando eu estava triste, se compadeciam comigo. Não iria mais me esconder, simplesmente iria deixar as coisas acontecerem e visse quem quisesse ver, eu estava feliz.

― Hum, nada. ― Circulei o balcão e coloquei o café em cima dele, me ajeitando na cadeira. ― Só estou contente.

― Você está melhor. Está mais corada agora ― Grace comentou, sorrindo também.

― Tá tão notório assim?

― Fala sério! ― exclamou Madison. ― Você está arrotando borboletas nos últimos dias. É o cara das hortênsias azuis e os balões de corações?

― Hum… — Hesitei, considerando que esse tal cara estava na sala a poucos metros de mim e que eu não poderia correr o risco de mencionar o nome dele sem querer. Mas depois pensei: que se dane, ele é meu namorado agora. ― Na verdade ele me pediu em namoro.

Houve um uh-uh!  em coro das meninas. 

― E como ele é? ― perguntou Nora.

― Ele é… ótimo. É como se ele fosse um anjo na minha vida. ― Baixei os olhos, um pouco envergonhada. Eu não conseguia nem pensar em Henry sem corar. ―  Meu Deus, agora tô sendo até piegas.

― Piegas é bom.

― Ela transou com ele. Com certeza transou com ele — disse Grace.

― Está com aquele brilho nos olhos ― comentou Madison.

― É… sim. Nunca pensei que sexo poderia ser uma terapia. ― Dei de ombros. ― Ele faz eu me sentir viva, não sei explicar.

Depois que terminei minha última frase, houve murmúrios de aprovação. Enquanto eu me perguntava se algum dia contaria a elas quem era o homem ou se assumiríamos o nosso relacionamento para a empresa, notei que a porta de Henry havia se aberto e um terno perfeito e bem passado passou por mim, ele piscou e entrou no elevador. 

Tive quase certeza de uma coisa: Henry escutou a nossa conversa. Ele sabia sobre o que estávamos falando e gostou.

■■■


No sábado, Josh deixou Neo no apartamento e eu o mantive ocupado o tempo todo: brincamos de pular na cama; amarrei uma rede na varanda da sala e nos balançamos por umas três horas; assistimos quatro episódios de Once Upon A Time, depois dei banho nele, tudo para que ele pudesse se cansar logo e ir para cama cedo, porque eu tinha um plano para noite, e como não podia deixá-lo sozinho em casa, no mínimo ele tinha que estar dormindo quando Henry chegasse.

Observei-o pegar no sono e então liguei para Henry.

● ● ●

Eu havia escolhido um filme na Netflix para assistirmos juntos. Eu olhava o reflexo da minha barriga no espelho e dizia a mim mesma que já estava na hora de contar. Não dava mais pra esconder aquilo, pelo menos não de Henry.

Mas eu planejei tudo. Não queria que fosse uma surpresa e tanto para ele, mas obviamente seria uma baita surpresa para ele. Ensaiei várias vezes a maneira que eu ia começar a conversa: "Então, sobre a noite da festa de Edward Bennett…"

Em Nome do Amor  ✔(Concluída)Where stories live. Discover now