56|Stuff We Did

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Eu sabia o que deveria fazer. Eu também sabia o que aconteceria se eu fizesse. Então decidi seguir a onda, e quando finalmente chegasse o momento certo, eu contaria.

Eu só não sabia quando esse momento chegaria.

Eu estava me preparando para ir embora quando Henry apareceu e disse:

― Você gosta de música clássica?

― Hmm. Nunca fui de ir em concertos, mas acho bonito. Por quê?

Peguei minha bolsa.

― Porque pensei em te levar na minha casa.

Não demorou muito para estarmos no carro dele e a caminho de sua casa.

À medida que foi chegando, fui tentando entender o motivo do meu nervosismo. Talvez deve-se ao fato de que a última vez que estive aqui eu estava drogada.

Era um lugar impecável e possuía fontes na entrada. Possuía uma enorme área de jardim que se perdia a vista e uma piscina que refletia as luzes da casa. Ao entrar, o chão era de madeira e o espaço era amplo de todos os cômodos, muitas janelas e uma escada gigante.

Eu estava calculando mentalmente o quanto deveria custar a manutenção de um lugar desse por mês, quando demos com Margot.

Estava olhando no corredor perto do que deveria ser os quartos, como uma espiã.

― O que você quer, Mag? ― perguntou Henry, parando no meio do caminho.

― Hum. Nada. ― Ela não se mexeu. De braços cruzados, levantou os olhos para mim. ― Oi, Anielle.

― Oi, Margot ― cumprimentei.

Meu rosto estava queimando. Nunca senti tanta vergonha. Margot então deu as costas e voltou para uma porta que devia ser o seu quarto.

Levei a mão ao rosto, querendo desaparecer.

Henry veio segurar minha mão.

― Não precisa ter vergonha, Anielle. Eu sou maior de idade, posso trazer minha namorada no meu quarto quando quiser.

― Não é por isso. Eu só não queria que ela descobrisse assim ― resmunguei.

― Descobrisse assim?

― Sim. Eu queria ter contado primeiro ― continuei. ― Gosto muito dela e não quero que ela me veja como falsa com ela.

Henry levantou a mão e acariciou minha bochecha.

― Margot sabe desde o dia que começamos a namorar.

Fiquei olhando para ele.

― Então ela sempre soube?

― Sim, porque eu contei. E por sinal ela ficou muito contente. Não estou nem entendendo o seu medo já que ela se dá tão bem com você.

Eu também não entendia. Eu tinha medo de que Margot não me aceitasse.

Enquanto eu saía da minha espiral descendente, Henry abriu a porta e me convidou para entrar.

Era enorme. Eu já sabia disso, claro, pois já havia estado ali antes, mas não tinha tido a oportunidade de observar tão atentamente.

As paredes eram em tons escuros de azul e preto e havia algumas aquarelas minimalistas perfeitamente feitas a mão em algumas paredes.

Tinha uma porta que levava para o banheiro e estava entreaberta, mas dava para ver uma banheira lá dentro.

Os móveis eram de madeira escura e metal, assim como a cama, que era enorme.

Ele também tinha uma mini biblioteca e notei que haviam alguns livros de gestão financeira aberto na mesa e muitos post-its colados à parede. Ele estava estudando sobre a empresa, pelo visto.

Em Nome do Amor  ✔(Concluída)Where stories live. Discover now