29-25 de Novembro

264 30 14
                                    

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

desconhecido

Estávamos na sala de ultrassonografia, era estranho estar de novo nesse tipo de ambiente

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Estávamos na sala de ultrassonografia, era estranho estar de novo nesse tipo de ambiente.
Da última vez que eu e a Laura estivemos aqui foi para receber a pior notícia de nossas vidas.

—  você está bem?— perguntei baixo para que só ela pudesse ouvir.

— quer que eu minta?— entrelacei nossas mãos como se aquele gesto lhe fose dar força.

— o bebê está se desenvolvendo bem.
— o médico explicava sem desviar o olhar da tela.

— podemos ouvir o coração?

—  sim, só um minuto.

O som que eu a Marshall ouvimos tantas vezes, tomou conta do ambiente. A Evelyn e a Laura choravam, as duas trocaram sorriso.

Achei que seria impossível! mas as mulheres se conectaram de uma forma diferente.

—  Vocês ouviram? era o som mais lindo.— a mãe do meu filho dizia extasiada enquanto saímos do consultório.

— espera até estar mais audível.

— poderia ser melhor ainda?

— muito mais.— as duas conversavam como se fossem velhas amigas— você precisa se alimentar direito.

— eu estou tentando, mas os enjoos são terríveis— fez careta como se lembrasse de algo nojento.

— vou te passar uma receitinha, na época minha médica passou para resolver um pouco os enjoos.

— seria ótimo

— não comemore, só dá uma leve reduzida mas ajuda e muito — as duas falavam alegres.

— será que podemos passar em algum restaurante japonês?

— os desejos já começaram?

— Aparentemente sim.

— Caio!— minha esposa me olhou
— Por que não leva a Evelyn para comer alguma coisa— eu olhei sem entender.

— vem conosco Laura — a Evelyn consistiu — Eu Tenho tantas dúvidas.

— Eu adoraria ir , Só que tenho que estar em um compromisso... agora.
— olhou o seu relógio de pulso.
— mas Poderíamos marcar de de ir às compras.

— eu gostaria!

— certo! só não Coma muito peixe cru- ganhei um beijo terno — te amo

— também te amo, tem certeza disso?

— sim.

"Rivalidade", será que poderíamos viver de boa, sem brigas, sem olhares de raiva? a criança poderia nos conectar?

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"Rivalidade", será que poderíamos viver de boa, sem brigas, sem olhares de raiva? a criança poderia nos conectar?.
É como se o instinto falasse mais alto.

— para quem eu dedico?

— Morales.— terminava a dedicatória

— o Caio não deveria estar aqui?
— minha amiga perguntou.

— Não nascemos grudados sabia!

— Sara

— Belo nome.

— é para minha mãe, ela está hospitalizada.

— eu sinto muito

— me obrigou a vim— sorri— Ela é uma grande fã.

— eu agradeço, diz que eu mandei melhoras para ela e que torcerei pela sua recuperação.

— obrigada.

— Mas respondendo à sua pergunta
— meus olhos voltaram para paula
— ele não veio porque pedi que ele levasse a Evelyn para comer sushi.

— você ficou maluca?

— Talvez um pouco, mas eu confio nele.

— não devia confiar nela.

autografava a última.

— É , pode ser pode ser.

— você foi abduzida ou alienada de algum modo?

— hoje ouvimos o coração do bebê.

— e você ficou bem com isso

— era como se eu voltasse no tempo, aquele som que eu escutava todas as noites antes de dormir, mesmo que aquele aparelho não funcionasse bem, ainda assim era o melhor som, e quando choramos.

— espera, vocês choraram juntas?
— exclamou enciumada.

— não fica assim, você continua minha melhor amiga.

— é bom mesmo, porque eu não quero ter que esconder um corpo.

— isso nem me assusta, mas enfim acho que podemos deixar a rivalidade um pouco de lado e focar no serzinho que está mudando nossas vidas.
— E você! resolveu dar uma chance ao Jordan?

— estou tentada a isso.

— para de ser tão difícil, fala logo para ele o que você sente.

— e o que eu sinto?

— Toda vez que você ver ele, fica com cara de boba.

— certeza.

— sim, se quiser eu filmo para você.

— virei uma bobona apaixonada!
— a abracei de lado.

— não é tão ruim assim ter alguém para compartilhar seu dia a dia.

— é para isso que eu tenho você— me fez rir.

— é diferente, a sensação de esperar o outro chegar, o sorriso se abrindo ao vê-lo adentrando o seu quarto ou quando você se aconchega naquele corpo quente nos dias frios e em todos os outros.

— já entendi, eu fico com essa cara de bobona como você acabou de ficar aí?.

— fica, dá uma chance a ele, deixa ele te mostrar que mudou.

— fica, dá uma chance a ele, deixa ele te mostrar que mudou

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

25 de novembro, uma data um tanto assustadora.
Era às 10:00 da manhã e eu ainda estava deitada na cama olhando para o teto, como se desejasse que o dia virasse de um dia para o outro, não que resolveria muita coisa.

— chega de ficar encarando o teto!
— o homem mais lindo se encosta no batente da porta chamando minha atenção.
— eu preciso que vá comigo em um lugar.— caminhou em minha direção.
— por favor, vamos virar essa página

beijou minha testa.

—  Tá bom, eu vou tomar um banho

— certo, vou fazer algo para você comer.

— estou sem fome.

— não vou forçar a nada.

eu tinha noção para onde ele queria me levar.

— eu posso fazer isso , eu consigo
— falava em frente ao espelho embaçado pelo vapor da água quente.

ao sair de casa paramos em uma floricultura e compramos Tulipas branca.

Uma Segunda Chance Where stories live. Discover now