Capítulo 34

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A Range Rover prata, blindada e conduzida pela Princesa de Gales, seguia em direção ao colégio que seus três filhos estudavam, Charlotte, Louis e George, Às 11h da manhã, horário de Londres, tentando pelo meio do caminho, esquecer o que havia acontecido a horas atrás com seu marido, além de ter como companhia a adolescente de 15 anos, que olhava pela janela, vendo a loja de sua mãe Catherine se aproximando, com suas janelas de vidro e estrutura em preto, lhe arrancando um sorriso ao sentir o carro de luxo estacionando lentamente em frente ao local, e isso lhe fez olhar em direção a Kate, a vendo, aparentemente bem, mas sentia que a mulher estava bastante sentida com tudo, e com razão.

A adolescente de 15 anos, retirou o cinto de segurança, virando e olhando para a mulher trajando um vestido estampado e vermelho, com pequenos detalhes de flores, maquiagem para cobrir o rosto de choro e madeixas soltas e onduladas naturais, mas escovadas.

- Você vai ficar bem? - pergunta Chris, recebendo a confirmação de Middleton, não com um: "Sim!" falado, mas com um toque em seu rosto e aceno de cabeça - Certeza?

- Sim! - sorri, percebendo que a menina queria ouvir essa confirmação saindo de seus lábios - Você queria me ouvir falando, não era?

- Claro! Aceno de cabeça significa muita coisa! - se afasta, abrindo a porta e saindo - Manda um beijo para os meninos.

- Como assim? - estranha, pois parecia que a menina não iria para casa.

- Vou passar a noite aqui - se apoia na janela, já com a porta fechada.

- Ah, mas... - é interrompida.

- Vem pra cá com os meninos? - fala mantendo um sorriso no rosto - Deixa aquela família de abutres, que não irão morrer sem você lá por um dia!

- Posso vir mais tarde e sem os meninos.

- Por quê?

- Eles irão para uma excursão. Vou deixá-los no local de encontro e posso vir. Tá?

- Aceito! - sorri e arruma a postura, percebendo do outro lado da rua um homem usando uma câmera fotográfica e apontando em direção ao carro e para ela, já sabendo o que iria acontecer assim que a Princesa saísse dali - Até mais tarde então - volta a olhá-la.

- Quer que eu traga alguma coisa?

- Não precisa não. Tudo que eu preciso tem aqui obrigada - sorri, dando apenas um passo para trás, vendo o carro seguindo lentamente e sumindo ao dobrar a rua.

Todos os moradores e lojistas da região. Não sendo apenas os que trabalhavam e viviam ao lado da livraria. Ainda não acreditavam que uma menina, filha de uma vendedora de livros, estava vivendo em um Palácio. Andando para todos os lados com a Princesa de Gales e o Príncipe de Gales, mas todos, por mais estranha que seja essa nova realidade, percebiam que Christine jamais deixou de ser quem era. Jamais deixou as pessoas que foram importantes em sua vida e que lhe ajudaram quando Catherine não conseguia.

E viam isso nas visitas feitas pela menina a lojas de roupas, padarias, joalherias e até mesmo livrarias do bairro. Não para comprar algo, mas para conversar e saber como cada pessoa estava e quais as novidades. Jamais falava de viver em Kensington e ser uma filha adotiva de Kate Middleton. Não! Ela esquecia a família real e chamava Kate de Anjo para todos. Além de dizer que não se importava onde estava morando, mas que nunca deixaria de ser quem era.

Longe dali e se aproximando da enorme e clássica escola, estava Kate. Estacionando o carro, abrindo a porta e vendo seus três filhos correndo em direção a ela, lhe abraçando e dizendo que a amava. Isso, lhe fez derramar uma simples lágrima, pois, se o divórcio com William acontecesse, as chances dela ficar com todos os filhos era muito pouca, já que o homem era um Príncipe e filho do Rei da Inglaterra. Mas tentou não se agarrar a esses pensamentos assustadores e apenas arrumou a postura, secou a lágrima e sorriu, se despedindo das outras crianças e seus pais, olhando para seus filhos e dizendo com um imenso sorriso no rosto:

- Vamos?

- Sim! - fala todos.

- Então, vamos! - abre a porta, vendo todos entrarem e se posicionarem em seus devidos lugares.

O carro começou a andar, e como já era costume e Kate nem se importava mais. Fotógrafos a esperavam chegar e sair, todas as manhãs e de segunda a sexta feira, para registrarem seus filhos e ela, como sendo a mãe simples acima da realeza.

E naquele momento não era diferente, pois dois homens em posse de uma câmera fotográfica, estavam a metros do carro e batendo uma sequência de fotos e só saíram quando ela acenou para saírem, mas mantendo um sorriso no rosto e dando tchau para todos como sempre fazia, porque, em sua mente, ninguém era responsável pelo seu sofrimento e coisas ruins. Então, um sorriso sempre se mantinha desenhando nos lábios e os olhos demonstrando carinho por quem nem conhecia.

Na livraria, Christine ouvia o sino da porta, anunciando que clientes chegavam, e sorriu. Virando e se deparando com o mesmo homem com a câmera em mãos e lhe fotografando sem aviso e permissão, se aproximando e perguntando.

- Você é a Christine. Não é?

- E você é uma pessoa que não tem autorização para me fotografar. Não é?

- Você é o que da Princesa e do Príncipe?

- Alguém que não é da sua conta! Agora, se me der licença?

- Filha adotiva?

- Não! Assassina de aluguel deles! - sorri vendo a expressão de estranheza - Sai, antes que eu te mate! - sorri maliciosamente - Sou muito mais perigosa do que pode imaginar, meu senhor - se aproxima do homem, que dá apenas um passo para trás - Faço os serviços sujos da realeza, porque tenho aparência de uma criança. Faz sentido para você? - mais um passo.

- Você me parece ser uma filha para a Princesa.

- Fachada! Sou a protetora particular dela! - mais um passo - Quer ver o que acontece quando veem atrás de mim? - sorri, percebendo o homem se afastando e saindo, depois de pedir licença.

A Vendedora de Livros - Vol. 1Where stories live. Discover now