Capitulo 21

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Assim foi feito,eu estava em total estado de choque quando chegamos ao fort summer,uma grande quantidade de homens esperavam clamando por justiça por seus animais roubados e pelos prejuizos que tiveram,tal mistura de sede e odio so podia ser saciada com a morte de bedizzil,era para isso que estavam ali,meu coração deu uma guinada no peito quando presenciei soldados levarem bedizzil,praticamente o arrastando,dei um passo em direção a ele e fui detida por lorde Frederick.

     — Preste esse papel ridiculo e deixarei cada fazendeiro irado arranque cada pedacinho do seu indio lentamente,a escolha é sua.— vi com tristeza,mesmo muito debilitado ele ainda olhou para mim e logo em seguida para a mão de lorde Frederick unida a minha,em meu coração a dor laciante me adoecia,eu estava fazendo aquilo por ele,para salvar sua vida,por dentro eu estava gritando,fomos recebidos por todos e nem mesmo me prestei a dizer uma só palavra, estava exausta de mas,a vida parecia escapar do meu corpo,nunca antes havia sentido tal horrivel sensação,a cada passo que eu dava em direção ao meu quarto parecia estranho e errado,aquele lugar em si não era meu lar, Bedizill estava em algum lugar ferido e sangrando,enquanto com fingimento Lorde Frederick explicava a todos o que aconteceu e como o alto heróico do índio havia salvado a vida da jovem pela qual sentia profunda adimiração,todos ali sabiam até que tal declaração era sinônimo de algo mas íntimo e sério,um compromisso de casamento,seus olhos se voltaram aos meus antes que eu entrasse no corredor.

      — Onde está o doutor? peço para que atenda o pobre índio, não queremos que o homem morra como um animal,afinal ele salvou Lady Elsie Griffiths das mãos dos Comanches,e isso é motivo de festa.— todos sorriam e comemoravam,eu só queria morrer, sabia que o meu verdadeiro inferno começava ali.

Tudo se passou como um passe de magica,as tentativas frustradas de ver bedizzil me fizeram crer que meu tempo havia se esgotado,logo estavamos junto com outras centenas de fazendeiros em um julgamento ao ar livre,eles o trouxeram amarrado,suas roupas imundas,parecia fraco e abatido,mesmo assim seus olhos varriam a multidão a minha procura,e quando encontrou vi ali uma mistura de mágoa, tristeza e incredulidade, Lorde Frederick vendo aproximou-se e sussurrou ao meu ouvido de modo muito intimo.

     — após o julgamento falaremos com ele e daremos a noticia do nosso noivado.— eu teria vomitado em sua roupa impecavel se o julgamento não tivesse iniciado,cada acusação fazia meu coração temer de medo, ele seria enforcado por cada acusação,mesmo que não tivesse cometido tais crimes nao tinha como provar ao contrario,sua palavra não valia nada perante o homem branco,era so mas um indio na estatistica do governo, quando estavam prestes a dar a sentença final,lorde Frederick levantou-se dizendo:— deixem que o pobre indio se vá,ressarcirei cada um por seus prejuizos, este ato de misericordia é por ter salvado a vida de minha noiva das mãos dos Comanches,em forma de gratidão ousarei de misericordia.— ouve protestos de  indgnação por parte dos fazendeiros e outros de alegria por meu noivado repentino, em nem um momento ele demonstrou qualquer expressão,parecia vazio e distante, tão distante que eu mesma não poderia alcançar,tive de sorrir e fingir uma alegria que não chegava aos meus olhos e muito menos ao meu coração,o juiz achou justo mas não livrou bedizzil de uma sentença mesmo que mas leve,cinquenta chibatadas, não fiquei ali para vê, não tinha sangue frio para tal,voltei a casa em prantos,ele não demonstrara nada após me ver ao lado de Lorde Frederick, nem mesmo surpresa ao estar prestes a ser esfolado vivo,me encolhi em minha estreita cama e tampei os ouvidos,mesmo assim ainda podia ouvir a multidão vibrar por mas,mesmo ele não soltando nenhum gemido de dor.

Bedizill

A dor que antes havia sentido era nada comparado a que eu sentia agora,os cortes profundos fluíam sangue e o odor ferroso inundava toda a cela imunda,fora apenas um objeto de diversão nas mãos de uma lady mimada,se perguntava como pode se deixar levar por sua promessas de amor,uma fisgada lasciante no peito o fez voltar a realidade, verdadeiramente havia amado,por mas que isso ouvesse lhe custado tudo,preferia que o ouvessem condenado a morte,pelo menos encontraria seu fim e logo estaria com os seus, não haveria mas sofrimento,foi quando se lamentava que ouviu passos vindo do corredor em direção a cela,nem mesmo se deu o trabalho de abrir os olhos,tudo já lhe doía tanto,o perfume de rosas inundou seu nariz e o fez abrir os olhos,logo junto o leve odor de charuto caro,lá estava ela,de pé ao lado da cela,vestida como um anjo em um vestido branco no estilo tradicional, exalava pureza,seus olhos um tanto vermelhos o miravam,ao seu lado o homem que havia disparado o maldito revólver.

      — Viemos agradece-lo pelo favor que nos fez!estávamos um tanto distantes e tínhamos nossas diferenças,mas com a atitude de Lady Elsie pude perceber o quão importante ela é para mim,o ato de fugir com um índio foi apenas uma forma de chamar atenção para o que estávamos perdendo por minha atitude falha,reatamos nosso compromisso e iremos nos casar dentro de três semanas, você continuar vivo é uma forma de gratidão, você foi uma peça indisponível em nosso plano, não é mesmo querida.— ele envolveu a mão dela com a sua e depositou um beijo sobre a pele nua.

        — Sim!estamos felizes ao reatarmos nosso compromisso.— respondeu ela.

         — Na verdade cheguei ate aqui por ela,esperamos que tenha uma vida digna.— respondeu o homem e logo enlaçou o braço dela no seu e partiram, não havia palavras a ser dita,tudo havia terminado assim,de maneira cruel,fora apenas um passa tempo e nada mas,descartado como um nada que era, pela primeira vez deixou as lagrimas descerem livramento.

Paixão Selvagem (Livro 3) Série Os Griffiths Donde viven las historias. Descúbrelo ahora