Capítulo 04

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Rhaenyra mirava sua pistola na sala de treinamento. Bem à sua frente, o alvo de tiro com a silhueta em formato de uma pessoa. O abafador eletrônico protegia seus ouvidos.

Sua mira sempre foi impecável, mas para sua infelicidade o nervoso em errar estava mexendo com os seus instintos. Continuava acertando seu alvo, mas não no local apropriado e precisava provar para Daemon que seria perfeita.

A grande verdade é que apenas a presença dele ali afetava sua sanidade. Parado inclinado ao seu lado, com os braços cruzados e olhar julgador.

— De novo! — disse sério e com o tom de voz mais grosso — Você é melhor que isso.

Respirou fundo tentando aliviar a tensão. Seu estômago revirava com fome, não tomavam café da manhã desde às 7h. Atualmente o ponteiro marcava 10h15.

Daemon sempre jejuou antes de qualquer treinamento, serviço, atividade física. O jejum ajudava a clarear seus pensamentos e fazia um bom tempo que Rhaenyra não seguia essa metodologia.

Ela concordava que realmente a diferença era grande, sua atenção ficava ainda melhor, mas amava um pão amanteigado e um café preto adoçado para acordar de um sono profundo.

Seu tio era rígido. Movido a perfeição. Não era atoa o quanto era difícil superá-lo.

— O que atrapalha sua atenção? Minha presença causa isso?

"Cretino egocêntrico"

— Você poderia calar a boca um segundo. Sua voz irritante atrapalha minha concentração.

— Essa é sua desculpa por ser tão ruim?

"Deus como é irritante"

— De novo Rhaenyra! Não tenho o dia todo.

Respirou fundo mais uma vez e disparou quatro vezes com firmeza.

Acertou seu alvo.

Mas errou o último, fora do círculo vermelho.

— MERDA! — bateu com força na divisão da cabine.

— Se não consegue fazer algo simples, não tem porque ir comigo. Precisa retornar com seus treinamentos intermediários.

— Seus comentários não ajudam em nada!

— Não estou aqui para ajudar. Ser pressionada faz parte do trabalho, chorar para seu pai te salvar não vai adiantar quando mirarem em sua cabeça e estourar seus miolos.

— Você consegue deixar de ser um babaca alguma vez na vida?

— Pegue sua arma.

— O quê?

— Ficou surda também? Pega a merda da sua arma!

Pegou a pistola com um olhar gelado e rosto enfurecido.

Para sua surpresa ele se aproxima, pressionando a palma da mão em suas costas deixando mais ereta, arrumando a postura adequadamente. A outra mão viaja até seu tórax, auxiliando a respiração. Seu corpo inteiro estremeceu.

— Lembre-se, respire, sem precipitação — orientava mais próximo, o rosto apoiado na curva entre o pescoço e o ombro.

Quando falava suave, rouco, e devagar, Rhaenyra sentia uma eletricidade percorrer seu corpo. Um arrepio gelado começava no meio da sua barriga, direcionando até seu sexo, pulsando em desejo.

Cogitou por um instante, pressioná-lo contra a parede, chupá-lo até senti-lo perdido em seus desejos e a mercê dela.

"O que diabos estou pensando?"

Focou em sua respiração e mirou novamente para o alvo.

Seus tiros foram certeiros.

Sorriu satisfeita alegremente.

— Você pensa demais — Daemon pontuava, afastando seu corpo dela, mas deixando um aperto suave em sua cintura.

Ela sentiu, mesmo sutilmente e quando girou seu corpo para encontrá-lo, não estava mais ali. Seguiu até a saída.

— Vamos comer alguma coisa pirralha, antes que desmaie e precise carregar esse seu corpo pesado.

"Ridículo"

***

Ela caiu, uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Daemon a derrubava sempre.

Seu corpo dolorido e cheio de hematomas pelos socos, rasteiras e caídas no chão.

— Se acertar um golpe, te pago uma bebida.

— Não precisa apostar se quer sair comigo Daemon, é só me convidar.

Ele tentou esconder o sorriso e um leve rubor em suas bochechas. Não soube identificar se foi o interesse em sair com ela ou chamá-lo apenas de Daemon em vez de tio, que o deixou assim. Rhaenyra gostou de deixá-lo desconcertado.

Posicionou as mãos em frente ao seu rosto, envolvidas em uma faixa branca protegendo a pele dos dedos.

— Vem pirralha! — ele inclina, deixando o rosto exposto, dando batidinhas suaves na bochecha, provocando-a.

Ela gira o corpo com velocidade tentando acertá-lo com sua perna esquerda acima de seus ombros. Daemon desvía tentando golpeá-la na costela, sem sucesso.

Andam em círculos saltitando com os punhos altos em defesa esperando o próximo golpe. Rhaenyra estava determinada em desferir um soco naquele rosto bonito. Ele sorri, olhando calmamente.

Daemon gostava de brigar. Sentia-se relaxado e com um semblante alegre quando treinava com ela. Rhaenyra entendia sua excitação. Ela era caótica igual ele.

Muay Thai era o estilo de luta primordial para ela. Sua força nas pernas e movimentos rápidos eram impressionantes. O que sempre a derrubava era quando deixava a guarda baixa e Daemon a imobilizava com pernas e braços no chão, não deixando brecha para um contra-ataque.

Precisava acertar apenas um golpe, não importava onde.

Movimenta com uma sequência de chutes, desviados rapidamente por ele. Por um descuido, ele deixa o braço mais exposto.

"Perfeito"

Ela apoia-se em seu ombro, direcionando as duas pernas em cruz no pescoço, derrubando-o com um giro no chão.

Era a vez dela de imobilizá-lo.

Daemon solta uma gargalhada alta com as pernas de sua sobrinha firmes em seu pescoço.

— Finalmente pirralha, estava cansado de sempre vencer.

— Aquela bebida ainda está de pé?

***

— Então... Vai me levar?

— Disse dois dias, passou apenas um.

Ele sinalizava para o bartender entregar as cervejas no balcão.

— Consegui te derrubar! — falava mais alto — Com isso meu passe livre está liberado.

— Depois de quantas tentativas? — respondia levando o copo até a boca — Você esqueceu das ordens do seu pai?

— Vai ficar com medo e desistir do que combinamos? Você já foi mais ousado tio, a velhice colocou consciência na sua cabeça?

— Vai se foder!

Rhaenyra tomou um longo gole de sua cerveja e continuou sorrindo. Irritá-lo fazia parte do seu esporte favorito. Adorava ver as sobrancelhas franzidas e uma carranca insatisfeita preencher seu rosto.

Ao longe, ela vislumbra um rosto conhecido. Os cabelos escuros na altura dos ombros com uma leve ondulação e olhos cinzas marcantes. Fazia tempo que não era devidamente fodida. Tempo até demais. Mesmo com o corpo cansado e hematomas doloridos, uma rapidinha no banheiro recarregaria suas energias.

Daemon poderia ser uma bela opção, mas não gostaria de ver seu sorriso vitorioso e se vangloriar por ela ceder primeiro.

E também, ele gostava de outra mulher. Não queria se envolver.

— É o Cregan Stark ali? — perguntava com um leve toque do cotovelo em seu braço.

Daemon gira o corpo em cima da banqueta procurando o indivíduo.

— Ele mesmo. Pelo visto você tem um objetivo essa noite?

— Porque não? Não tenho compromisso com ninguém e ele é um pedaço de mal caminho.

— Isso tenho que concordar — levava o copo até a boca tomando o último gole.

— Eu não sabia que... Você... Também gostava.

— Você era muito nova quando minha sexualidade virou assunto principal. Seu pai supôs que desvirtuaria todos os rapazes da nossa família.

— Foi esse o motivo pelo casamento com Laena?

Pensou alguns minutos antes de responder à pergunta. Ela sentiu que a princípio esse não era o verdadeiro motivo e analisava se contava a verdade ou não para ela.

Passou muitos anos com ele e sabia reconhecer algumas expressões.

— Sim, — finalmente respondeu — esse foi o grande motivo.

Ela não ficou satisfeita com uma resposta tão vaga. Cogitou aprofundar o assunto, talvez conseguir um desabafo sincero, mas pressioná-lo, não era a melhor ideia para conseguir algo dele.

"Melhor deixar para outro dia"

Estavam sem brigar, conversando como duas pessoas civilizadas e isso era raridade.

— Laena me contou o motivo do divórcio.

— O que exatamente ela contou?

— Que você é apaixonado por outra mulher.

— Não sabia que agora ela contava sobre minha vida para todos. Daqui a pouco divulga meu nome, meu tipo sanguíneo...

— Não seja dramático — revirava os olhos — Insisti nesse assunto e Laena foi educada em responder.

— E, porque os motivos da minha separação seriam de seu interesse Rhaenyra?

— Fi-fiquei, apenas curiosa... Notei que vocês ainda se comem com os olhos e queria entender se aconteceu algo grave entre vocês.

— Hmm, você tem um grande interesse na minha vida.

Seu rosto esquentou não conseguindo conter a vergonha.

— Vou jogar sinuca! — tentou mudar de assunto rapidamente, saindo de perto e direcionando a mesa rodeada por alguns rapazes.

"Definitivamente preciso parar de pensar nele, fazer uma desintoxicação" pensava confiante "Nada de pensamentos luxuriosos, fantasias com suas enormes mãos cheias de veias acariciando meu corpo ou como seria a visão dele estocando por cima de mim".

Posicionava o taco para a primeira tacada. Nesse jogo ela era profissional.

Olhou de soslaio Daemon ainda sentado no bar olhando-a.

A vestimenta mais casual, os cotovelos apoiados na bancada analisando cada movimento dela.

Era difícil tirá-lo de seu sistema, sendo um maldito pecaminoso.

— Syrax? — Cregan apoiava a mão em seu ombro tentando iniciar uma conversa.

— Cregan, olá! — ela cumprimentou sorridente.

Seu sorriso largo com dentes perolados e rosto mais rústico, agradava Rhaenyra.

"Porque não flertar com ele"

A conversa se estendeu e Cregan se uniu ao jogo.

Risadas altas, batidas nos ombros tentando um toque inocente e olhares acalorados deixaram-na confiante.

Ela sabia de sua beleza e como encantar qualquer homem para ficar aos seus pés. Cregan parecia um ótimo homem, de uma grande família aliada aos Targaryen, seria a união perfeita.

Observou Daemon mais uma vez enquanto ajustava para uma próxima tacada. Ele segurava algo na mão que Rhaenyra não conseguia identificar pela distância, mas a forma que apertava raivoso, com certeza indicava um sentimento novo.

Ciúmes, ela ousou pensar.

"Sentia ciúmes de mim? O que realmente deixei passar?"

Sua última jogada não saiu como esperado e resolveu testar os sentimentos doentios de Daemon.

— Ainda preciso aprender a forma correta de posicionar o taco — a voz soava inocente, feminina e vulnerável. Qualquer homem adoraria ajudá-la com todo o cuidado do mundo.

E Cregan fez exatamente o que ela esperava.

Pegou em suas mãos delicadamente indicando como fazer o movimento correto, atrás dela, sem muito contato corpo a corpo, mas o suficiente para o calor e tensão entre eles ficarem interessante.

Rhaenyra mostrava-se uma aluna aplicada, curvando-se para uma atenção mais especial.

Quando olhou novamente para o bar, notou que Daemon não estava mais ali.

Ele simplesmente foi embora.

***

Ela voltou para a mansão tentando encontrá-lo em algum lugar. Não sabia se realmente voltou para casa, mas estava certa que no bar não estava mais.

Resolveu por fim tomar um banho relaxante e descansar para mais um treinamento pesado no próximo dia.

Abriu a porta de seu quarto parando por um instante cogitando ver se estava dormindo, talvez conversar, se explicar por que sumiu de repente sem ao menos se despedir.

Quando decidiu ir até o quarto, uma risada feminina reverberou. Rhaenyra se escondeu atrás de sua porta e viu uma morena lindíssima passar pelo corredor. Os cabelos castanhos-escuros, longos, lisos e uma pele perfeita que qualquer mulher invejaria.

Então Daemon apareceu atrás dela, puxando-a até seu quarto, agarrando-a pelos quadris.

Rhaenyra não conseguia ver mais nada. Decidiu fechar a porta e encostou sentindo o peito doer.

"Ele sempre foi um babaca, porque imaginou que seria diferente?", Rhaenyra também entendia que jogou um jogo perigoso. Quis vê-lo com mais ciúmes, talvez forçá-lo a ceder e no final acabou perdendo, ficando sem ninguém e sentindo-se mal no escuro do seu quarto.

***

Dessa vez imaginava o rosto dele, no saco de boxe bem a sua frente. Os chutes eram pesados e violentos. Acordou mais cedo que o normal, conseguindo ficar sozinha na academia.

Precisava tirar esse sentimento de ódio do corpo.

Não poderia ignorá-lo também, precisava dele para seguir o combinado e acompanhá-lo no serviço que foi designado. Falaria apenas o necessário.

— Acordou mais cedo? — a voz dele fazia seu estômago embrulhar. Seu humor estava péssimo para qualquer brincadeira.

Rhaenyra não respondeu, focando sua atenção para o saco de areia e desferindo golpes nada sutis.

— Seu humor está encantador hoje, pensei que ficaria calminha depois de conseguir o que queria no bar.

Permanecia em silêncio.

— Decidiu não dizer mais nada? Me ignorar? Ao menos solte um palavrão para saber se ainda está viva.

— Você poderia ter avisado que encontrou companhia ontem.

Ele piscou duas vezes rápido tentando entender a pergunta.

— Não queria incomodar seus jogos de sedução — parou inclinando-se ao lado dela — Continuar com você lá não fazia mais sentido.

— Tanto faz, realmente não me importo, vamos apenas acabar com isso.

***

O dia foi longo e entediante. As poucas palavras que trocaram eram ofensas ou simples murmúrios raivosos.

Com ódio, Rhaenyra sentia-se mais habilidosa. O fato de ignorar Daemon de seus pensamentos fez sua atenção redobrar.

Olhou rapidamente ao redor da sala vislumbrando Daemon encostado na parede, estudando-a. O silêncio permeia o espaço enquanto os olhos dele encontraram os dela.

Ela treinava seus últimos tiros de longa distância com seu rifle de precisão. Pela sua linguagem corporal e expressão, Rhaenyra poderia afirmar que seu tio sentia-se orgulhoso dela.

— Apesar de agir igual uma pirralha mimada o dia inteiro, devo admitir que está preparada.

Respondeu apenas com uma expressão furiosa, escondendo sua satisfação em ouvir um elogio dele. Era tarde da noite e queria apenas um bom banho e descanso em sua cama aconchegante.

— Finalmente encontrei vocês — Harold chegava ofegante — Balerion solicitou a presença de ambos no escritório particular.

— É urgente? Queria apenas colocar uma roupa mais adequada.

— Não se preocupe, a reunião no salão principal levará tempo ainda, ele apenas pediu para avisá-los antes de seguirem para outros compromissos.

— Estaremos lá.

***

Rhaenyra olhava o porta-retrato na escrivaninha do escritório. A foto foi tirada na primavera quando tinha 10 anos. Sua mãe estava sorridente, abraçando-a carinhosamente. Ela lembrava cada detalhe daquele dia, de como sua família parecia normal e tranquila passeando no parque.

Nunca imaginou que um mês depois a perderia.

— Ela era incrível. — Daemon encostava a porta, caminhando em direção a ela, olhando de um lado para o outro — Onde está Viserys?

— Ainda está preso em sua reunião particular — respondia colocando o porta-retrato de volta ao lugar inicial.

Daemon sentou-se preguiçosamente, cruzando as pernas e apoiando seus braços no encosto do sofá carmesim. Usava sua cacharrel preta destacando seus cabelos prateados soltos e ondulados por cima dos ombros.

Ela sentiu seu olhar quente sobre suas pernas expostas pela saia extremamente grudada acima dos joelhos e meias com a costura subindo pela parte de trás das pernas.

Apesar de sentir um calor percorrer seu corpo, gostava de sempre lembrar o quão desagradável ele era. Não era tão difícil, ele conseguia se superar a cada dia.

— Porque você não estava lá? — desviava o olhar dele, tentando focar sua atenção para os quadros na parede.

— Está querendo me culpar pela morte da sua mãe?

— Não! — respondeu raivosa — Queria entender o que exatamente aconteceu naquele dia. Ela era tão incrível, poderia se salvar ou se você estivesse com eles!

Essas lembranças de quando recebeu as notícias do atentado voltam para atormentar. Rhaenyra entendia a preocupação de seu pai, seu senso protetor após perder seu bem mais precioso, mas precisava se arriscar, ser vista como uma líder capaz.

Talvez essa reunião de última hora seja para designar sua presença nesse serviço.

Seria uma ilusão e ingenuidade imaginar que seu pai aceitaria de bom grado a sugestão de Daemon.

— Por que você de repente ficou tão bravinha? Passou o dia inteiro indiferente, não que você fosse o exemplo de carinho, mas...

— Você é apenas um babaca!

— Ei — levanta bruscamente em sua direção — Se você teve uma transa ruim com o senhor Stark, não desconte sua frustração em mim.

— Não tive transa nenhuma!

— Ah, então sua irritação é por não ter sido devidamente fodida?

— Você realmente pensa que tudo se resume a isso?

— Se estivesse em dia com sua vida sexual não gastaria seu tempo testando a minha paciência.

— Não sou igual às putas que você traz tão facilmente com um sorriso torto e palavras sedutoras.

— Mas se esfregava igual uma meretriz quando ficou interessada por um rosto bonito.

Um estalo agudo ecoa pela sala. Ele poderia ter desviado, já segurou seu punho em movimentos mais rápidos. Talvez quisesse receber o tapa ou duvidou que Rhaenyra fizesse algo assim.

O tom vermelho se espalha no rosto e a dor floresce na bochecha dele.

Seu peito subia e descia com velocidade, não aceitaria ser chamada por tal insulto. Ele não tinha o direito de ofendê-la, dizer algo tão baixo para apenas irritá-la.

Quando seu rosto ergueu-se até ela, conseguia sentir sua ira emanando pelo escritório. Aquele olhar era novo. Sabia exatamente quando ficava eloquente em qualquer situação, mas seus olhos se apertavam escuros, nebulosos pela situação que causaram com uma discussão estúpida.

Ele anda, cercando-a até a mesa principal. A raiva ainda fervilha em seu sangue, misturada com um sentimento de luxúria.

Rhaenyra sente a parte de trás das coxas baterem na borda da mesa. O rosto dele fica próximo ao dela, quase resvalando nariz com nariz.

"Que diabos ele está fazendo"

Seu cérebro gritava para empurrá-lo, sair de perto dele, ofendê-lo com todos os palavrões inimagináveis, mas seu corpo tinha outras ideias. Os únicos sons que pairavam na sala eram suas respirações.

Os músculos ficaram tensos sentindo as pontas dos dedos tocar toda a extensão da sua coxa, até a barra da saia, tracejando a alça da cinta-liga que sustentava a meia.

Seus olhos se fecharam enfrentando a mesma batalha interna que ela.

Ele avança, mordendo lentamente seu lábio inferior, estudando suas reações, cauteloso.

Olhar malicioso, desafiando qualquer ação dela para tirá-lo de lá, mas ela não reage. Deixa ser conduzida por ele, puxando sua boca com força, sentindo seus lábios perfeitos e firmes. Daemon sabia exatamente o que estava fazendo, conhecia cada ângulo e movimento provocante deixando-a completamente louca.

As mãos agarrando com força sua nuca, o corpo dele entre suas pernas, o calor de suas mãos por toda a sua pele.

Ela nunca foi beijada assim.

— O que você pensa que está fazendo? — perguntava ofegante, afastando o corpo para olhá-lo.

— Fazendo exatamente o que você queria, só não estava sabendo pedir.

Ele retoma seus lábios, mais rude, faminto, engolindo seus gemidos abafados, chupando sua língua, lábios, ela inteira.

Mãos agarrando cabelos, línguas duelando.

Os movimentos eram tão intensos, que seria difícil dizer se era uma briga ou beijo.

Ela pode odiá-lo, insultá-lo, menosprezá-lo, mas Rhaenyra o desejava e saber que ele se rendeu primeiro a deixava vitoriosa.

Ele agarra sua bunda forte enchendo-a com suas mãos, sentando-a na mesa, abrindo suas pernas violentamente e pressionando seu pau duro contra ela.

— Oh deus! — ela geme, tombando a cabeça para trás.

Mas a realidade volta quando o som de passos e maçaneta da porta abrindo reverberam pelo local. Ambos saltam para lados opostos, ajustando as roupas disfarçadamente.

— Desculpem, a reunião consumiu mais do que deveria.

Viserys analisa Rhaenyra com os cabelos levemente bagunçados e rosto corado.

— Tudo bem por aqui? — perguntava desconfiado.

— Apenas cansada, pai, passei por um dia cheio de treinamentos pesados com Daemon e queria apenas descansar assim que possível.

— Serei breve.

Daemon permanecia virado para a janela, com as mãos no bolso tentando esconder sua ereção.

Viserys puxa as mangas da camisa e tira um charuto do pequeno compartimento metálico em cima da mesa.

— Lorde Stark pediu exclusivamente seus serviços, Rhaenyra, ele precisa viajar por 12 dias para o exterior e solicitou você como segurança dele.

Um desconforto nos ombros de Daemon entregavam sua irritação.

— Agora estamos sendo designados para proteção?

— Tenho interesse de sua participação nessa comitiva, sei de sua capacidade de analisar situações e trazer o que for de mais benéfico para nós.

— E quando seria essa viagem?

— Amanhã!

***

Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles.

Beijooos.

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