Capítulo 04.2

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Daemon sentou-se preguiçosamente, cruzando as pernas e apoiando seus braços no encosto do sofá carmesim. Seus olhos estudaram meticulosamente as pernas de Rhaenyra.

A forma tentadora como a costura das meias subiam a parte de trás das pernas, guiando por dentro da saia justa destacando as curvas dos quadris o deixava salivando. Ela lembrava as pin-ups dos anos 50 posando sedutoramente para uma sessão de fotos. Bateu repetidas vezes o sapato preto, erguendo cuidadosamente um dos calcanhares, ajustando a costura que incomodava e mostrando as solas vermelhas do salto alto.

A camisa branca levemente solta por dentro emanava um ar de mulher experiente, madura ao mesmo tempo, jovial com uma falsa inocência mordendo os lábios sem malícia.

Seu charme era natural e isso deixava Daemon louco.

Um olhar sutil por cima dos ombros e o enrijecer de sua postura, o fez perceber que notava seu olhar atencioso.

— Porque você não estava lá? — direcionava até os quadros da parede, de costas para ele.

A pergunta não o agradava. Parecia tentar encontrar um culpado pelo ocorrido com Aemma.

— Está querendo me culpar pela morte da sua mãe?

Um grunhido raivoso saiu dos lábios dela.

— Não! Queria entender o que exatamente aconteceu naquele dia. Ela era tão incrível, poderia se salvar ou se você estivesse com eles!

Rhaenyra tinha a mesma dedicação e busca pela perfeição como sua mãe. O olhar, movimentos, perspicácia e sagacidade que fizeram Viserys chegar onde chegou.

Ele não seria nada se não fosse Aemma.

E ela se sacrificou para salvá-lo, em seu último suspiro. Daemon deveria estar com eles, mas um dia antes ela parecia aflita, prevendo algo de ruim acontecer e pediu com palavras trêmulas que ficasse e cuidasse de Rhaenyra.

O que sua sobrinha não sabe, é que naquele dia, ela quase morreu na porta de seu quarto, pensando estar sozinha com seus enormes fones, ouvindo inocentemente uma música.

Seis homens vieram atrás dela e nenhum encostou em um fio sequer de seus cabelos prateados.

Daemon jamais deixaria.

— Por que você de repente ficou tão bravinha? Passou o dia inteiro indiferente, não que você fosse o exemplo de carinho, mas...

— Você é apenas um babaca!

— Ei — levanta bruscamente em sua direção — Se você teve uma transa ruim com o senhor Stark, não desconte sua frustração em mim.

— Não tive transa nenhuma!

Aquela informação fez Daemon se odiar. Ele tinha certeza que os interesses dela eram outros. Ouviu de sua boca o quanto apreciava fisicamente Cregan. Não suportou vê-los tão íntimos na mesa de sinuca e não faria uma cena de ciúmes revelando o quanto ela o afetava. Por um momento pensou ser apenas para provocá-lo, erguendo aquela bunda que sempre desejou para outro homem.

Entretanto, encontrou Mysaria na outra mesa do bar, acenando delicadamente os dedos longos e finos como nos velhos tempos.

Sexo era a única forma que ele encontrava para aliviar sua frustração.

— Ah, então sua irritação é por não ter sido devidamente fodida?

— Você realmente acha que tudo se resume a isso?

— Se estivesse em dia com sua vida sexual não gastaria seu tempo testando a minha paciência.

— Não sou igual as putas que você traz tão facilmente com um sorriso torto e palavras sedutoras.

BloodlineWhere stories live. Discover now