Capítulo 12

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Viserys acompanhou os detalhes dos treinamentos na sala principal banhados com as cores vermelho e preto, e símbolos de dragões entrelaçados em dourado. Ele nunca poupou em lembrar em cada canto decorado o orgulho por sua casa. O interesse dele não estava em qual novato se sairia melhor, mas na relação entre Daemon e Rhaenyra.

Nenhum toque despretensioso ocorreu, mas os olhares mesmo distantes eram reveladores.

Pelo menos aos olhos de Viserys que os conheciam tão bem.

Rhaenyra não disfarçava todas às vezes que Daemon caminhava e seus olhos seguiam hipnotizados. Isso fez Viserys sorrir e pensar em um futuro diferente para sua herdeira.

— Não seria prudente enviar Syrax para o norte — Otto orientava ao seu lado — é perigoso! Seus inimigos usariam como isca para uma negociação.

— Então meus inimigos seriam burros. Qualquer ferimento nessa viagem fariam o cão de guarda surtar e nós sabemos como Caraxes lida com raiva.

Otto analisou de soslaio engolindo seco. Uma cicatriz em seu pescoço era prova de uma provocação leviana na juventude. Ele sabia do que Daemon era capaz.

— A união Stark e Targaryen não pode declinar. Almejamos por muito tempo isso até o momento apropriado. Syrax não pode deixar escapar tal oportunidade com qualquer discurso estup-

Viserys o encarou com o olhar semicerrado.

— Dobre sua língua consigliere. Você está falando da futura herdeira, a capacidade dela de diplomacia é admirável. Qualquer comentário desrespeitoso cortarei um de seus dedos como aviso.

— Minha intenção não era desrespeitar, mas seria estupidez não notar a aproximação dela com Caraxes.

— Agora o problema é meu irmão? — Viserys girou o corpo encarando-o — Me diga Otto, tem problemas com o sangue do meu sangue?

Ele não ousou responder. Levou suas mãos entrelaçadas até as costas e engoliu o orgulho ferido.

— A conversa em Winterfell terá um desfecho que consigo prever e não me desagrada, pelo contrário, fortalece nossa família e nossa casa não cairá tão facilmente.

***

Daemon treinava com Baela os tiros de longa distância. Ao seu lado, Rhaena praticava, mas orientada por Rhaenyra, sua mestra.

— Você está distraída Rhaena — Rhaenyra pontuava com tom de voz mais intimidador.

— Será que papai sente orgulho de mim?

Rhaenyra observou com carinho as feições de dúvidas de sua pupila e ao observar como Daemon lidava com Baela, seu coração apertou um pouco entendendo o sentimento de inferioridade.

Baela era comparada ao pai por todos, era melhor em tiros, luta corpo a corpo e manuseava facas com maestria. A comparação era desleal, mas Rhaena não era inferior.

— Ele te ama Rhaena. Nem mais, nem menos, é igual. Você foi qualificada no mesmo nível que Baela, deveria se orgulhar.

Ela sorriu graciosa e doce como sempre foi, ajustando os dreads com um coque no alto da cabeça, demonstrando um afeto e calma no coração. As palavras de Rhaenyra a fizeram focar e cinco tiros certeiros no centro do alvo foram disparados.

Daemon olhou surpreso ao ver sua mira e vislumbrou sua filha admirado.

Incrível meu pequeno dragão — deslizou para o dialeto da antiga Valíria e Rhaena sabia a intensidade em usar esse idioma.

Nesse momento, Rhaena prometeu nunca duvidar de si mesma.

***

Aegon e Helaena treinavam no ringue supervisionados por Rhaenyra. Ambos eram bons em seus golpes, mas Aegon trapaceava e humilhava sempre que a derrubava no tatame.

Aemond fechava os punhos inclinando-se para encontrá-lo e acabar com essa cena humilhante.

— Não se intrometa! — Daemon segura seu sobrinho pelo braço com força.

— Se ele a machucar...

— Ela vai se machucar, quebrar braço ou perna, sair ferida de uma missão e você precisará lidar com essa situação. Helaena pode se proteger e você deveria incentivá-la e não salvá-la sempre quando algo de ruim acontece.

— Você fala como se fosse fácil...

— Precisa aprender! Isso apenas distrai e em qualquer missão um simples descuido tudo acaba. É vida ou morte Aemond, aqui não tem meio-termo.

Aegon a derruba novamente esfregando o rosto dela como punição.

— Chega Aegon! — Rhaenyra exclamava tirando-o de cima dela.

— Ela precisa entender que esse não é o lugar dela. — ele agacha próximo ao seu rosto — É melhor ir se acostumando irmãzinha, pois será minha futura esposa.

— O QUÊ? — Aemond levanta colérico em direção ao seu irmão.

Daemon o segura mais uma vez orientando a não aceitar a provocação, controlando os instintos impulsivos de seu sobrinho. Ele entende melhor que qualquer pessoa o sangue quente nas veias e precisava orientá-lo para não cometer nenhum ato estúpido.

Aegon olha para Aemond com um sorriso debochado, conseguindo a resposta que tanto queria.

Impaciente, Rhaenyra o ergue pelo pescoço e joga violentamente no chão causando um estrondo com o movimento. Todos os rostos viraram observando a cena.

— Se você encostar nela ou pensar nela, arrancarei cada órgão do seu corpo e deixarei vivo como um eunuco para que todos saibam o quão tolo foi Aegon por me desafiar.

Ele continuava olhando-a com a respiração falhada e desdém por suas palavras, sentia medo, era óbvio, ela era tão implacável quanto seu tio, mas não demonstraria perante todos a sua fraqueza. Rhaenyra o solta e ele corre para fora com as mãos no pescoço e olhar sombrio.

— Eu odeio essa família! — ele gritava — e não vou aceitar uma puta como matriarca!

Palavras erradas fizeram Daemon perder os sentidos e comprovar o que Viserys sempre disse. Qualquer inimigo seria burro em confrontá-la na frente dele.

Mesmo alguém da sua família.

Daemon desferiu três golpes no rosto de Aegon o fazendo cair no chão.

Todos tentavam segurá-lo, mas ninguém teria força suficiente para arrancá-lo da fúria eloquente.

Só uma voz o fazia parar.

— Chega Daemon! — com o punho erguido e pronto para mais um soco ele para, ouvindo a voz de Rhaenyra — Deixe o garoto ir. Não vale a pena.

Aegon levanta com o rosto ensanguentado e cuspindo um dente quebrado no chão da sala de treinamento.

— Não vejo a hora do plano começar — ele sussurrou, mas Daemon estava perto o bastante para ouvir.

— Que plano?

— Aegon! — a voz de Alicent reverbera e seu filho caminha em sua direção como um cão maltratado.

Daemon observa o semblante da cunhada duro e sem expressão com um senso de proteção além do normal com seu primogênito.

As palavras de Oberyn voltavam como um soco em sua mente e ele sabia que algo estava acontecendo.

Precisava agir, após a visita em Winterfell.

— Precisamos decidir agora quem vai Rhaenyra. Acabaremos com as sanguessugas assim que voltar.

Ela assentiu com a cabeça.

— Aemond! — Daemon o chamou — prepare as malas, sairemos amanhã cedo.

— Helaena! — Rhaenyra a chamou em seguida — faça o mesmo. Sairemos 6h da manhã.

Aemond olhou surpreso para Rhaenyra que sorria e com uma piscadela sapeca confirmou seus planos.

O rosto dele corou e seu olhar calmo aqueceu o coração de Helaena que olhava animada do outro lado da sala.

***

Daemon golpeava o saco de areia com precisão tentando aliviar a tensão e raiva pelas palavras de Aegon. Sua sobrinha permaneceu ao seu lado tarde da noite na sala de treinamento.

— Ele disse que não via a hora do plano começar?

— Sim! Alicent e Otto planejam algo e precisamos antecipar nossos movimentos antes que seja tarde.

Ela lembrou das palavras exatas que saíram da boca de seu irmão. Uma frase pronta feita única e exclusivamente por sua madrasta corrompendo a mente de seus filhos.

Será que Helaena e Aemond sabem do plano? Daeron sempre se manteve quieto, não conseguia concluir o que de fato se passava naquela cabeça. No entanto, pessoas quietas demonstraram-se traiçoeiras no decorrer da sua vida.

— Devemos adiar a viagem até Winterfell?

— Não! — Daemon recuperava o fôlego enquanto se secava com a toalha pelo suor que escorria em seu peito — Os Starks são excelentes aliados e precisamos mantê-los ao nosso lado. Essa conversa é fundamental.

Rhaenyra observou o torso suado e nu se perdendo no abdômen bem delineado e o caminho que fazia até o meio das pernas.

Sua boca permanecia entreaberta salivando em desejo por ele. Se Daemon falava algo, com certeza seu cérebro se negou a prestar atenção.

— Como vou manter minhas mãos longe de você se me olha desse jeito?

Isso, ela prestou atenção.

Seus lábios se separaram para dizer algo, mas evitou no meio do caminho continuar. Ela já o viu nu diversas vezes, transaram em várias posições e não paravam de se tocar um segundo. Mesmo assim, ela nunca ficava satisfeita.

O medo de tudo isso acabar sempre a afeta, aproveitando qualquer momento em tê-lo entre suas pernas como se fosse eternamente seu e ninguém ousaria de roubá-lo.

Ou dele abandoná-la.

O olhar intenso dele aquece seu corpo, reagindo igual a todas às vezes que estiveram juntos, deixando seu rosto vermelho e quente quando os olhos se encontram.

Ele a agarrou pela nuca, forte e exigente como sempre faz e a beija, engolindo seus gemidos, mordendo e puxando lábios com intensidade.

— Alguém pode ver! — ela pressiona as mãos em seu peito afastando-o, deixando um fio de sensatez prevalecer no meio da luxúria.

Ele sorri não se importando com as palavras dela, puxando-a pela cintura até a porta do vestiário.

— Daemon, não podemos arriscar, tudo está caminhando como planejado e qualquer descuido pod-

Ele cala a boca dela com a sua, chupando sua língua e puxando os braços para se apoiar em seus ombros, enquanto a guia para debaixo do chuveiro, trancando as portas e ficando apenas os dois lá.

Ele bate o corpo dela contra a parede sentindo o arrepio da pele quente em contato com os azulejos frios. Suas mãos ansiosas continuam despindo-a deixando finalmente seu corpo nu para ele.

As mãos dela desamarram o nó da calça deslizando a peça entre os tornozelos e puxa seu pau acariciando duro e grosso em suas mãos. Daemon estremece com o toque, chupando o pescoço dela até um hematoma arroxeado aparecer como presente.

Ele liga o chuveiro deixando a água morna cair entre eles, abafando os sons de gemidos que ela emitia. Ele gostava de ouvir cada suspiro de prazer.

Ela guia desesperada até o centro de seu desejo, implorando para acabar com essa tortura.

— Eu preciso de você! — ela rebola os quadris sentindo-o entrar gradualmente, ajustando perfeitamente em seu comprimento.

Ambos abandonaram os jogos bobos que faziam para não demonstrar o quanto eram afetados um pelo outro. Ele não se importava de ser inteiro dela.

— Você iria até o inferno por mim? — Rhaenyra murmura sem fôlego, sentindo as estocadas fundas e fortes, fodendo-a contra a parede.

— Nós já estamos no inferno e somos os maiores pecadores entre os mortais — ele aperta a carne grossa da bunda dela ouvindo um gemido entrecortado — Eu iria até o fim do mundo por você.

Ela sentia-se segura em seus braços. O medo de sua sucessão ser contestada se dissipa e confia de corpo e alma nele.

Ele a preenchia tão completamente que não poderia pensar em outra pessoa em sua vida.

Era apenas ele.

Rhaenyra foi ensinada que amar era sinônimo de fraqueza. A vulnerabilidade era um sentimento perigoso perante seus inimigos e como matriarca, seus sentimentos precisavam seguir uma linha transacional, mas com Daemon, ela sentia-se forte e pronta para buscar sem medo o que realmente desejava.

Os dedos encontram o clitóris negligenciado ganhando a atenção merecida. Espasmos de desejo percorrem seu corpo, apertando-o e ouvindo seus gemidos grossos.

Seu orgasmo subia implacável pelas costas, fazendo seu corpo tremer e suas unhas cravarem pelos ombros largos de Daemon.

Seu prazer desencadeia o dele e com dois golpes ele se derrama enchendo-a com seu semên.

— Precisamos nos controlar — ela pontua ofegante.

— Porquê? Pensei em fodê-la na mesa principal da família Stark.

Ela olha furiosa com a ideia.

Ele ri, beijando a ponta de seu nariz.

— Não vou fazer isso. Gostaria, mas vou respeitar seu lindo lobinho.

***

Winterfell era fabuloso. Uma fortaleza com enormes muros impenetráveis com estátuas de lobos e segurança redobrada. Fazia jus ao apelido de muralha de gelo.

Para os Targaryen, o clima do norte amenizava o fogo intenso dos dragões. Era gelado iguais aos olhos de seu anfitrião que os recebia ao lado de seus seguranças de confiança.

— Bem-vindos a Winterfell — Cregan analisava os convidados contando com os olhos a quantidade de assassinos acompanhando a herdeira e sua futura esposa.

— O norte é encantador Lorde Stark — Rhaenyra respondia calma, com sorriso largo e apoiando-se em seu braço com afeto.

Daemon segura a respiração acelerada e cerra os dentes com ciúmes pelos gestos. Ele sabia ser necessário, ela conduzia a conversa com cautela e era sagaz com os movimentos e tom de voz. Ela sabia exatamente o que precisava fazer.

No entanto, o toque daquele maldito lobo nela, o deixa raivoso e fora de si.

— Não confia na segurança de seus aliados Syrax? — ele caminhava ao seu lado, acariciando sutilmente as mãos dela.

— Depois dos atentados entre as cinco famílias, meu pai solicitou o máximo de seguranças em minha viagem. Espero que entenda e não julgue um pai cauteloso protegendo sua filha.

— De forma alguma! Saiba que sempre terá a minha proteção princesa.

— Começamos com o pé esquerdo então Lorde Stark — ela inclina-se ao seu lado olhando-o diretamente na tempestade de seus olhos cinzas — Você será o meu consorte, eu te protegerei! Não viverei aqui no meio de lobos. Nós viveremos entre dragões e não gostamos de receber ordens.

Seu tom era autoritário e gostaria de causar um desconforto inicial por essa união e lembrá-lo do seu devido lugar nesse matrimônio.

Um sorriso no canto da boca se formou no rosto de Daemon admirando as palavras de sua sobrinha.

— Desculpe se minhas palavras pareceram ofensivas Syrax. Minha intenção era proporcionar uma vida segura.

Um perfeito cavaleiro. Se Daemon não existisse, Rhaenyra não negaria essa união. Era a escolha perfeita e seu pai fez uma aliança promissora.

Porém, era a sua vida em jogo, seu futuro, ela que deveria dar as cartas.

***

A mesa estava farta com boa comida e o melhor vinho para aquecer dos ventos gelados do norte.

Ela analisa as pessoas que acompanhavam a refeição e homens de confiança além do consigliere de Cregan permaneceram focados em seus alimentos, estudando silenciosos os assuntos que ela abordava ao patriarca Stark.

Rhaenyra não conseguiu pensar no melhor argumento para desfazer o casamento sem parecer uma traição. Ela tem ótimos pontos para discussão, mas precisava de um álibi, de um ponto final sem atritos entre as famílias.

O que poderia ser? Falar sobre amor era bobagem, todos são destinados a casamentos arranjados e desiludidos desse sentimento. Receberia uma risada irônica se ousasse falar sobre almas gêmeas.

Ele poderia acreditar em algo assim? Antes de aceitar o pedido, ele solicitou a aprovação dela. Era um homem por si só diferente de seus costumes. Talvez a sinceridade seja o caminho mais seguro.

Entre suas discussões internas, Rhaenyra deleitava-se com os ciúmes de seu tio. Os olhares repletos de raiva e fogo entre elogios e toques a deixava sorrindo. Segurar os sentimentos durante a estadia seria uma prova de fogo, mas ambos estavam dispostos a tentar. O acordo dependia do futuro relacionamento deles.

O vinho aquecia seu sangue e o humor de todos ficava alterado quando o álcool subiu a cabeça.

Sutilmente, os olhos de Cregan se perderam para uma silhueta que se formava próximo à porta de entrada. A morena de cabelos longos e trançados caminhava ao fundo, desviando a atenção dos convidados. Aquele olhar ela conhecia bem. Ele a seguiu até subir as escadas, sumindo pelo fim do corredor estreito do primeiro andar.

Rhaenyra sorriu entre a taça de vinho e seus pensamentos. Ele amava outra pessoa, então seria fácil fazê-lo mudar de ideia.

***

No dia seguinte, Cregan propôs uma caminhada pela propriedade para uma conversa mais íntima, pontuando querer apenas a companhia dela.

— Não precisa temer nada aqui Syrax.

Ela vislumbrou o olhar de seu tio apertando os braços cruzados segurando-se para não acompanhá-los.

Comporte-se! — ela pronunciava perfeitamente o alto valiriano — Não podemos desviar dos nossos planos.

Se esse maldito lobo te tocar, eu mato ele!

Rhaenyra sorriu disfarçando a conversa e seguindo os passos de Cregan, apoiando-se em seus braços.

***

— Devo me preocupar com Caraxes? Os gestos dele de proteção são maiores que os de seus outros seguranças.

— Ele é meu tio e nosso mais fiel soldado. Com os ataques recentes sua preocupação triplicou e gosta de estar um passo à frente de qualquer imprevisto.

Eles param em frente a uma árvore-coração, uma divindade rara de seus ancestrais. Ela admira o tronco branco com um rosto se formando iguais aos deuses antigos. As folhas avermelhadas fazem a paisagem magnífica e trazem um sentimento de paz.

— Porque veio até aqui princesa?

— Precisamos discutir sobre nosso matrimônio. Meus interesses mudaram recentemente e precisava conversar pessoalmente.

— Está negando o meu pedido?

O tom de voz estremeceu um pouco. Ela sabia que ele poderia interpretar a desfeita como desonra.

— Não interprete isso como uma desfeita Lorde Stark, longe disso, mas minha família está em um processo perigoso contra inimigos desconhecidos e por hora, não seria o melhor momento para iniciar um matrimônio.

— Seja sincera comigo, Syrax. Nossa união só fortaleceria a sua casa.

— Eu e você amamos outras pessoas. Isso ficou evidente ontem no jantar.

Seus olhos arregalaram e um leve rubor floresceu em suas bochechas.

— Não queria envergonhá-la...

— Você não é um homem muito sutil — ela sorri — poderíamos seguir com quem amamos.

— Infelizmente seria impossível isso. Ela está prometida a outra pessoa e não posso contestar essa decisão.

— E quem seria esse homem? Duvido que um pai negaria a mão da filha para um patriarca Stark.

— Seria ofensivo.

— E deseja passar seus dias sem ela porque seria ofensivo?

— Não tenho problema em aceitar sua proposta, mas isso não será visto com bons olhos pelas outras famílias.

— Dragões não precisam de mortais, Cregan. Não nos importamos com a opinião dos outros. Apenas o que peço é sua felicidade e lealdade. Até quando seguiremos os costumes antigos?

Rhaenyra permanecia com sua postura ereta, mas por dentro estava assustada. Qualquer vacilo em suas palavras arruinariam seus planos. Essa vulnerabilidade por seus sentimentos era inaceitável, mas ela faria de tudo para mudar seu destino.

De alguma forma, o semblante de Cregan suavizou em meio aos argumentos dela.

— Você veio para mudar o sistema arcaico e misógino. Admiro a força que encontrou para buscar com unhas e dentes o que deseja. — ele aproxima pegando em suas mãos e ficando no centro da árvore-coração — Nossa lealdade com sua casa permanecerá e espero que o homem que conseguiu seu coração valorize a mulher incrível que você é.

Ela suspira aliviada. Seu futuro finalmente volta ao seu controle.

***

Daemon observa Rhaenyra e Cregan voltando de sua caminhada sorridentes e sem toques. As mãos dela permaneciam nos bolsos de seu casaco e isso era sinal que os planos caminharam como planejaram.

— Você não consegue disfarçar o quanto ama, minha irmã. — Aemond permanecia ao seu lado com os dentes à mostra e olhar brincalhão.

— Cala a boca moleque!

— Nunca imaginei vê-lo tão cachorrinho.

— Se continuar, voltará para casa sem o outro olho.

Rindo ele se afasta deixando uma distância segura para escapar das mãos de Daemon caso ele mude de ideia. Ele admira Helaena sentada na cadeira de balanço adorando a paisagem das grandes muralhas ao longe.

Seu celular vibra com a chegada de uma nova mensagem.

"O golpe se inicia. O ataque na fortaleza está concluído. Sua missão agora é assassinar Caraxes e Syrax na propriedade da família Stark. Iremos culpá-los por traição"

Suas mãos tremem, seu coração acelera e o suor frio escorre por seu rosto. Seus olhos ainda embaçados pela mensagem observam Daemon apoiado em uma árvore.

A missão precisa ser concluída.

***

Nota: Preparem-se porque os próximos capítulos serão turbulentos!

Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles.

Beijooos.

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