Capítulo 15

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Daemon observava o farfalhar das árvores com o vento gelado de Winterfell. Seus pensamentos ainda estavam focados nos últimos acontecimentos.

Ele conhecia Aemma, treinaram juntos, designaram missões juntos e seu último pedido foi proteger Rhaenyra acima de tudo.

Não era a mesma Aemma da noite passada, odiando sua família e decidindo ficar anos longe pelo capricho da liberdade.

Algo estava errado.

Daemon precisava unir as peças e encontrar qual mensagem oculta ela estava tentando passar.

— Você deveria dormir — Rhaenyra envolve seus braços na cintura dele, encostando a cabeça próxima de suas omoplatas — Nós dois sabemos que não preciso de proteção, sou habilidosa o suficiente para derrubar quem ousar me atacar.

Ele acaricia as mãos dela sem desviar o olhar da janela.

— A matriarca sempre precisa de proteção, independente do quão habilidosa é. Continuarei de vigia essa noite.

— Você no meu quarto não será bem visto por Lorde Stark. Apesar de nosso rompimento, não gostaria de desrespeitar sua casa. Ele é um forte aliado.

Daemon ri. Uma risada irônica no fundo de seus pulmões e o sangue fervendo ao lembrar das poucas vezes que aquele maldito lobo à tocou.

— Palavras sábias, mas pouco verdadeiras. Você deve gostar desse jogo, caso contrário teria desfeito desse estúpido anel de noivado.

Ela se afasta sentindo-se ofendida pelas palavras.

— Dúvida da minha palavra? Depois de tudo o que selamos juntos?

— Você é minha — ele rosna observando-a sobre os ombros — e se o seu querido lobo insistir em casar com você, então perderemos um forte aliado. Sairia daqui com sangue nas mãos por ousar domar um dragão.

— Você não percebe os erros em suas palavras? Não é hora para possessividade, nossa situação é delicada. Perder aliados nessa altura do campeonato é burrice.

Seu corpo gira encontrando-a de queixo erguido e postura ereta. Os cabelos soltos caindo em cascata pelos ombros iluminados pela lua prateada da varanda. O norte era frio, mesmo com as portas fechadas o ar gélido entrava rasgando a pele quente deles.

Dragões não eram feitos de gelo, sua carne exige o sangue fervendo.

O casaco cinza envolve o corpo dela, aquecendo-a com o manto sagrado Stark. Para Daemon era uma ofensa, odiava tais cores e símbolos envolvendo-a.

Suas cores eram vermelho e preto, sua casa era Targaryen, e ela era apenas sua. Ninguém ousaria tirá-la dele.

Daemon não se importava com aliados ou sua posição na família, ele apenas a segue para onde Rhaenyra desejar estar. Se o desejo dela é seguir o legado como matriarca, ele o fará, derrubará quantos corpos forem necessários apenas por ela.

Entretanto, a dúvida que paira no olhar dela o deixa furioso. Ele estava cansado de dizer quantas vezes estaria ao lado dela, que o poder nunca foi sua prioridade.

Porque o relacionamento deles comprometeria seus aliados nortenhos? Ela não estava decidida em seguir o comando de sua vida em suas mãos? Deixar finalmente de ser uma marionete e tomar suas próprias decisões sem a necessidade de arranjos políticos?

Foda-se o que o maldito Stark pensa.

Essa noite ele precisava de respostas.

— Sinto que você está mudando de ideia — ele entrelaça os dedos atrás das costas e observa minuciosamente a linguagem corporal dela — você me pergunta se duvido da sua palavra, mas porque constantemente você aparenta duvidar da minha?

BloodlineWo Geschichten leben. Entdecke jetzt