Memórias daquele dia - Sanemi × Giyuu

Capítulo 2: Tomioka Giyuu

  A palma de suas mãos suavam contra a barra de ferro, sentia o suor escorrer por sua têmpora enquanto Sanemi continuava seus exercícios rotineiros. Seu corpo pegava fogo, depois de anos estudando, treinando, finalmente ele havia se tornado chefe do caso Nikuya. O assassino responsável por uma série de assassinatos brutais, incluindo seu irmãozinho, Genya, morto pelo maldito assassino. Sanemi jurou desde então que jamais descansará enquanto essa pessoa estivesse solta, durante anos Sanemi estudou o caso Nikuya centenas de vezes, treinando sua mente e seu corpo para encontrar as mínimas pistas deixadas pelo assassino, Sanemi o encontraria, nem que fosse a última coisa que faça.

— Detetive Shinazugawa? – Murata, um dos escrivães da polícia entrou na sala a procura de Sanemi, encontrando o Homem sem camisa pendurado na barra de exercícios. – Tem uma pessoa lá fora querendo te ver.

— Diga que estou ocupado. – Sanemi respondeu sem nem ao menos olhar para Murata, continuando seu treino árduo entre rangidos baixos.

Sanemi não era do tipo de pessoa que gostava de visitas, sua obsessão pelo assassino Nikuya foi o que lhe fez alcançar o cargo de detetive do caso. Alguns boatos corriam pela delegacia que o detetive Shinazugawa Sanemi não dormia desde a morte do irmão, que virava noites e noites procurando coisas que mais ninguém viu nos casos anteriores de Nikuya. O caso favorito de Sanemi era o de Tomioka Giyuu, o sobrevivente.

— É Tomioka Giyuu, Senhor. – Murata disse finalmente atraindo a atenção do detetive, que soltou a barra em um pulo para o chão, indo em passos pesados e apressados na direção do escrivão. – Está na sua sala esperando por você, ele disse que-...

— Anos trancado sem dar uma palavra a polícia para ajudar no caso e esse filho da puta finalmente apareceu. – Sanemi interrompeu Murata, diversas veias saltando de sua testa, Murata seguia o homem pelos corredores da delegacia enquanto o mesmo andava ainda sem camisa em direção a sua sala.

— Senhor, ele era uma criança, isso é... – Murata foi mais uma vez interrompido por Sanemi, que abriu a porta de seu escritório com força, assustando tanto o homem que o esperava lá quanto o próprio Murata que o seguia como um cachorrinho.

Sanemi sorriu ao ver o garoto, agora, um homem sentado bem na frente de sua mesa. Tomioka Giyuu, o primeiro e o único sobrevivente do assassino Nikuya. O cabelo preto longo amarrado em um rabo de cavalo baixo, o moletom vermelho vinho cobrindo todo seu corpo e claro, o tapa olho cobrindo um dos olhos que havia sido arrancado pelo assassino. Sanemi não podia estar mais feliz em ver alguém em toda sua vida.

Sabia o caso de Giyuu de cor e salteado, o garoto havia sido apanhado enquanto saia da escola poucos meses antes do asassinato de seu irmão, Nikuya tinha o hábito de arrancar os olhos de suas vítimas antes de desmembrá-las vivas, por algum motivo, Giyuu conseguiu fugir de Nikuya perdendo somente um dos olhos. Porém o trauma na mente de uma criança de apenas 12 anos o deixou incapaz de sequer tocar no assunto sem desabar, enquanto a polícia e mídia nacional o cercava em busca de respostas sobre Nikuya, Giyuu apenas se fechou ainda mais dentro de seu próprio mundo.

Agora, após anos isolado do mundo, tremendo de medo em seu quarto, Tomioka finalmente tomou coragem de sair e enfrentar o mundo novamente. Seu rosto corou violentamente ao ver o homem alto e musculoso parado com um sorriso convencido em seu rosto bem na sua frente, estava procurando o detetive do caso Nikuya para ajudar no caso e finalmente poder se livrar daquele peso em sua consciência, porém Giyuu não esperava que o Detetive fosse alguém tão jovem.

— Você é o detetive Shinazugawa? – Giyuu perguntou sem olhar nos olhos de Sanemi, brincando com a barra de seu moletom vermelho. Sanemi apenas concordou com a cabeça, o que deu a Tomioka a oportunidade de continuar sua apresentação. – Eu sou Tomioka Giyu-...