Capítulo 5 |Parte 2

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Fazer algo com Alfonso?

Imagens corriam soltas em sua mente e um calor se espalhava por sua nuca:

— Vou pensar no assunto.

Maite estudou o rosto da amiga:

— Tem certeza que não tem a ver com o lance dos óculos? Porque...

— Não tem nada a ver com o lance dos óculos.

Tinha a ver com o lance da porta. E com o lance do elogio. E com o lance da química.

Principalmente com o lance da química.

— Ele te disse que o cliente inseriu cláusulas de indenização no contrato? Caso o serviço não seja entregue, Poncho terá que pagar do próprio bolso.

— Não. Ele não me disse nada.

A culpa aumentou.

Maite tinha razão: Amahí conquistara seu apartamento e sua independência graças a Alfonso.
Era verdade que ela pagava o aluguel, mas era um valor irrisório. E era besteira ficar se preocupando com a química e com a forma como reagiria a ele. Ela precisava aprender a lidar com a situação.
Inquieta, Anahí terminou as compras e as duas atravessaram o mercado.

Arbustos, flores de corte, flores tropicais e secas povoavam as calçadas de ambos os lados, criando uma avenida exuberante de clima caloroso. Anahí normalmente relaxava ali, mas não naquele dia.
Maite se aproximou para tocar as folhas de uma palmeira tropical. O matagal denso e verdejante bloqueava o som dos carros e, por um instante, era possível esquecer que as duas estavam no meio da cidade.

— Falando na Gênio Urbano, precisamos discutir sobre a festa de noivado de Smyth-Bennet, que será em poucas semanas.

O coração de Anahí afundou.

Outra festa de noivado.

— Precisamos discutir o quê?

— Eles querem mudar as diretrizes.

— Não é um pouco tarde demais?

— Eles são os clientes. — Maite deu de ombros. — E agora querem algo mais romântico. Ou melhor, a futura noiva quer algo mais romântico e o futuro noivo acatou ao desejo dela.

— Por que estamos organizando tantos eventos românticos? — Anahí enfiou o rosto em um buquê de flores. — O que aconteceu com os lançamentos de produtos e os eventos corporativos?

— Temos alguns na agenda, mas é verão e o amor está no ar.

— Anahí! anahí! É você?

Reconhecendo a voz da mãe, Anahí recuou para a loja mais próxima.

— Droga, não.

Maite se virou:

— Fique calma.

— Por quê? Podemos nos esconder? É tarde demais? Por que ela está aqui? Como ela me encontrou?

—Acho que ela não estava atrás de você. Deve ter sido uma coincidência.

— Ela está com um vestido de festa?

Maite espiou entre as flores:

— Roxo. Brilhante. Curto. Ou é um vestido de festa ou ela está vestida de forma bem alegre para o café da manhã. É uma pegada bem cabaré.

— Pode me matar. Está cheio de gente aqui. Vários conhecidos. Se ela conversar comigo por mais de cinco segundos, vou ter que me mudar para
Seattle.

Pôr do sol no Central ParkWhere stories live. Discover now