Capítulo 8 | Parte 2

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Ah, droga, droga, droga.

Ela não tinha ideia do que fazer. Nenhuma ideia do que responder. Ela era especialista em manter homens à distância. Não tinha experiência em deixar homens se aproximarem. Ela não sabia como fazer isso.

Alfonso era importante em sua vida. Deixá-lo se aproximar arruinaria tudo o que haviam construído ao longo dos anos. Apesar disso, parte dela queria muito que acontecesse. Parte dela queria descobrir onde terminava essa excitação estonteante. Um beijo bastaria. Um beijo seria suficiente para acabar com tudo.

Gotas de suor brotavam de sua testa. Ela sentiu como se estivesse sendo arrastada por uma correnteza, indo em direção ao meio do oceano, longe de qualquer porto seguro. O que ela aprendeu nas aulas de natação em Puffin quando criança? Ela aprendeu que a melhor forma de lidar com uma correnteza é não tentar nadar. Era melhor fazer isso somente quando a maré começasse a acalmar e só então voltar ao porto.

— Você é realmente um cara atraente, Poncho. Milhões de mulheres se interessariam por você. Você não precisa de mim.

— Vamos sair para jantar hoje à noite.

Ele estava escutando?

— Obrigada, mas não. Jantar com você complicaria tudo.

— A gente janta quase todas as sextas.

— Hoje é segunda. — Se ela o agarrasse e o beijasse agora, tudo acabaria. Ela ergueu a mão e deixou-a cair novamente. Não conseguia.

As sobrancelhas dele se levantaram.

— E o dia da semana faz diferença?

— Não. O fato de estarmos sozinhos faz diferença. Seria algo como um encontro.

— Não seria algo como um encontro — disse ele devagar —, seria um encontro. É isso o que é. Um encontro. Estou convidando você para jantar comigo. Só nós dois.

— E eu estou dizendo que não.

— Deixa eu ver se entendi direito. Você não liga em jantar comigo quando não é um encontro, mas quando é, não se interessa.

— Exato.

— Você vê que isso soa meio louco?

— Tão louco quanto pensar que poderíamos ter um relacionamento íntimo e continuar amigos.

— Annie, conheço você há mais de vinte anos. — Alfonso era paciente. — Nada vai nos impedir de sermos amigos.

— Não vou ter um encontro com você, Poncho.

— Por que não?

— Poderíamos começar com o fato de eu poder perder minha casa.

— Ao fim do encontro?

— Ao fim do relacionamento. Pois ambos sabemos do que estamos falando aqui. Quando homens falam em jantar, o que realmente querem dizer é sexo. Vamos jantar, você vai querer acabar na cama e é aí que tudo vai por água a baixo.

Alfonso se sentiu tonto, como se tivessem lhe batido na cabeça com um objeto pesado.

— Annie...

— Vamos simplesmente esquecer que tivemos essa conversa.

— Então quer dizer que você não vai jantar comigo porque acha que vai acabar em sexo, o que acabaria em namoro, o que acabaria em um fim? — Ele disse tudo vagarosamente, como se tivesse tentando entender o sentido do raciocínio.

— Isso mesmo. — O nível de estresse dela estava em alerta vermelho, por isso Anahí ficou aliviada por Alfonso parecer entender. — Agora, será que podemos...

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