Capítulo 7 | Parte 2

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Anahí precisava de espaço e ele não lhe concederia nenhum. Sempre que tentava se afastar, Alfonso a puxava de volta. Todos terminaram suas refeições e apoiaram a ideia de voltar para o terraço e assistir um filme, mas Anahí se esquivou.

— Preciso trabalhar. — Como foi Alfonso quem lhe deu o trabalho, não tinha muito como argumentar contra. Tampouco poderia abandonar Mane e os demais. — Podem ir sem mim.

Esse era seu plano, mas quando chegaram ao prédio, Maite e Dulce não acompanharam Alfonso e Mane ao terraço. Em vez disso, colocaram-se uma de cada lado da amiga, como apoiadores de livros.

— Precisamos conversar. — Dulce pegou as chaves das mãos de Anahí e entrou no apartamento.

— Acho melhor eu ficar sozinha esta noite.

— Não vou deixar você sozinha. Não sei lidar com tensão. Fico desconfortável, não consigo dormir e fico péssima quando estou cansada. — Dulce empurrou a porta e tirou os sapatos. Tinha a habilidade invejável se se sentir instantaneamente à vontade em qualquer lugar.

— Por que você está tensa?

— Não sou eu, é você. Você que está tensa. Nós queremos saber o que está rolando entre você e o Poncho.

Anahí congelou no corredor.

— Não está acontecendo nada.

Maite a empurrou para dentro do apartamento.

— Você dois brigaram?

— Não! Por que você acha isso?

— Você estava ríspida com ele.

Ríspida?

— Sim. Você fez a Garrinhas parecer delicada e carinhosa. — Dulce fechou a porta, emboscando a amiga dentro de casa. — Você tem vinho na geladeira?

— Por quê? Eu ia trabalhar e ler meu livro...

— Não vai mais. Seu livro pode esperar. Não vou embora até resolvermos isso. — Dulce foi direto à cozinha e Anahí lançou um olhar de súplica para Maite, que deu de ombros.

— Eu concordo com ela. Você foi ríspida. O que está acontecendo? Foi difícil trabalhar junto com ele?

— Não! Não, a gente não brigou.

Dulce colocou a cabeça para fora da porta da cozinha.

— Vocês nunca tinham trabalhado juntos. Quando trabalhamos com alguém, tudo muda. E o Poncho consegue ser tão controlador quanto Maite. Tudo precisa sair do jeito dele. Ele está enlouquecendo você?

— Não sou controladora — protestou Maite. Quando as duas olharam para ela, fez uma careta. — Bem, talvez seja. Um pouquinho. Mas no bom sentido. Pois gosto das coisas do meu jeito.

Anahí interrompeu as duas:l.

— Não aconteceu nada e não há nada de estranho. Trabalhamos bem juntos. Ele é inteligente, criativo e... — ela deu de ombros — ...formamos uma boa equipe. — Eles formavam uma equipe bem melhor do que ela poderia imaginar. Não apenas porque Alfonso era um bom companheiro de trabalho, mas também porque tinham as ideias sintonizadas. Quando o assunto era jardinagem, tinham o mesmo gosto.

— Então qual é o problema?

Anahí deveria contar? Sim, pois ela não tinha ideia de como lidar com a situação.

— Acho que ele gosta de mim. — Pronunciar essas palavras lhe fez a adrenalina correr pelo corpo. Seu coração flutuou como uma folha levada pelo vento.

Pôr do sol no Central ParkWhere stories live. Discover now