Golpe de sorte

Capitulo 8

  Davina olhou para Klaus com receio, ela sabia que o que estava prestes a propor, era de fato, algo arriscado, havia passado a noite vendo e revendo tudo envolvido em sua decisão. Com um suspiro, ela sentou ao lado do híbrido.
  Toda a família estava reunida. Sam com Emily, tendo decidido que sim, ele agora era filho do chefe Swan. Jacob ao lado de Rebekah, todos ignoravam o fato de que ele estava aspirando o cheiro dos cabelos dela. Elijah sentado ao lado de Charlie e Bella, com seu ar de diplomacia de sempre. Todos estavam aqui, ou melhor, nem todos.
  — Então os frios voltaram — concluiu Sam com os dentes trincados. Aquela espécie era diferente da original, era como uma mancha.
  Bella olhou para baixo com vergonha, a recém descoberta Swan havia libertado sua magia e ocasionalmente, quebrado o vislumbre que os frios tinham. Bella se sentia completamente usada, agora que tinha sua mente clara, via como aquilo tudo era tóxico.
  — Talvez tenhamos que nos reunir com o líder do clã — opinou Elijah, ele sabia que a solução de seu irmão seria guerra.
  Sam assenti enquanto Bella ficava tensa.
  — Pedirei a Billy que ligue para o doutor, temos que estabelecer limites o quanto antes. Os frios são oportunistas demais — afirmou o ex-alfa.
  — Bem, se nada der certo, sempre podemos matá-los. — conclui Klaus como se não fosse nada.
  — Klaus, eu não impediria você de matar ninguém, mas você pode tentar primeiro a diplomacia? Pela nossa filha, para ela não nascer no meio de uma guerra — a jovem bruxa implorou e os outros originais ficaram surpresos ao ver o irmão ceder.
  — Tudo bem queri... — a frase do híbrido foi interrompida por uma batida na porta, todos olharam com suspeita naquela direção.
  Charlie suspirou, já que era o mais próximo e foi abrir a porta. Na entrada de sua casa havia uma mulher, não uma simples, mas uma magnífica. Com uma beleza antiga, não vista mais em nossos tempos, lembrando bastante a outra loira em sua sala. O mais impressionante porém, era que ela emanava magia.
— Quem é você? — o Swan mais velho questionou e ela abriu um sorrisinho.
— Você deve ser Charlie, eu sou Freya Mikaelson — declarou e mais rápido do que qualquer um poderia prever, Klaus a prendeu na parede pelo pescoço.
— Niklaus — bradou Elijah impedindo que seu irmão mais nova matasse a mulher — Acho que devemos deixá-la se explicar.
Um momento tenso se seguiu até o híbrido suspirar e soltar a mulher, mas ele permaneceu em posição de alerta, pronto para atacar.
— Obrigada Elijah — a tal Freya falou massageando a garganta.
— Não me agradeça tão cedo, eu quero explicações e se eu considerar você uma ameaça, eu mesmo iria matar você — Elijah declarou alisando o terno como se não fosse nada.
Ao ver como os originais estavam defensivos, Sam e Jacob ficaram de frente as suas marcas e na frente de Davina. Rebekah deu um leve sorriso com a ação de seu companheiro.
— Meu nome é Freya Mikaelson, filha primogênita de Esther e Mikael — ela declarou e continuou antes que qualquer um falasse — Existem coisas sobre nossa família, segredos, que estão tão enterrados, ao ponto de assustarem. Esther tinha uma irmã, para começo de tudo.
— Temos uma tia? — Rebekah questionou surpresa. A Mikaelson mais velha fez uma careta.
— Dhalia. Ela e Esther foram capturadas pelos vinks, mas enquanto Esther era encantada por aquele povo, sua irmã mais velha era abusada por eles. Até que conseguiu fugir, mas nossa mãe não quis ir junto, havia se apaixonado por nosso pai e iria casar com ele. Elas então se separaram, mas o destino puniu nossa mãe, ela era estéril.
— Você sabe contar histórias, mas não é crível. Esther? Estéril? — zombou Klaus e a mais velha o ignorou.
— Ela procurou sua irmã mais velha, veja bem, na nossa família, o primogênito sempre tem uma magia avassaladora, mesmo em seus maiores dias de glória, a magia de Esther não chegava aos pés da de Dhalia. Por isso nossa mãe a procurou, pedindo um feitiço de fertilidade, sua irmã fez, em troca, ela exigiu um preço.
— Qual o preço? — Davina questionou atraindo o olhar triste de Freya, olhar esse que desceu até seu ventre.
— O primogênito de cada filho e de cada geração de nossa família — a mais velha declarou observando a compreensão aparecer no olhar de todos — Ela veio cobrar o preço quando Elijah ainda estava no ventre, eu implorei por nossa mãe, mas fui levada mesmo assim. Passei anos mas garras daquele monstro, desejando estar com minha família. Até que ouvimos falar que Esther havia transformado seus filhos em vampiros. Nossa tia enlouqueceu e passou a buscar formas de viver eternamente, enquanto isso, eu me apaixonei e engravidei de um aldeão. Planejamos fugir juntos, mas ela nos descobriu e o matou em minha frente. Tentei me matar, apenas para descobrir 100 anos depois que ela havia usado a morto de meu filho como catalisador do feitiço. Seríamos imortais. Vivendo 1 ano e dormindo 100. Minha vida ligada a dela. Com o tempo, eu fugi e consegui rastrear vocês em Nova Orleans, mas não consegui falar com vocês. Acordei sentindo o chamado para cá, havia um novo primogênito.
— Se você está acordada, então ela também está — concluiu Rebekah apertando o braço de Jacob com aflição.
— Não. Eu posso sentir que ela ainda dorme, mas ela vai acordar e vai vir atrás dela — respondeu apontando para o ventre de Davina que se encolheu sendo abraçada por Bella.
Klaus rosnou.
— Ela que tente, somos fortes. Somos os originais, temos a matilha e ainda um clã de bruxas. — ele declarou com orgulho e viu Freya suspirar.
— Você pode até estar certo. Mas ainda falta um pouco mais de poder — declarou derrotada e os olhos de Davina se iluminaram.
— Eu acho que tenho a solução — a jovem declarou atraindo a atenção de todos — A colheita deixou uma magia opressora dentro de mim, minha magia já era muito forte e com esse excesso, junto com a magia das outras garotas, tenho magia suficiente para trazer mortos a vida.
— Não — Klaus declarou de imediato ao entender o que ela planejava. — Isso é arriscado demais.
— Mais arriscado é ser consumido por essa magia, tanta magia não é segura para o bebê. Precisamos de toda a chance possível para proteger o bebê — ela retrucou e ele suspirou fazendo uma careta. Seus irmãos, que o conheciam, riram de sua moleza com a garota.
— Se isso realmente ajudar você e o bebê — aceitou sua derrota.
— Você vai trazê-los como originais ou humanos? — questionou Freya com esperança, ela precisava ver seu irmãozinho, seu melhor amigo Finn.
— Como hereges — Davina declarou com confiança e Rebekah soltou um soluço ao entender a proporção de sua ação. Ela devolveria a eles sua magia.
— Eu vou ajudar — decretou Freya e recebeu um sorriso da mais nova.
— Tudo bem, chega de tensão. Venha Freya, sentir sua sobrinha e conhecer sua nova família. — Davina declarou com um sorriso suave.
Era assim que ela era, coração puro e verdadeiro, Klaus quase se sentia na obrigação de afastá-la dele, para que ela e sua filha tivessem uma vida de paz e calma. Quase, ele era egoísta demais para isso.