A ilha

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Eu estendo a mão para que alguém me salve,

mas quem me salva de mim mesmo?

Queria poder torcer o papel e me alimentar da tinta

que escorre da poesia,

Ou escrever tanto e por tanto tempo que as palavras 

encheriam os meus bolsos.

Eu quero me esgueirar por baixo desse tecido que cobre 

Todos os poetas e artistas desconhecidos,

E que me abram a caixa torácica pra sentir pulsar no meu coração as palavras.

eu ainda sim escrevo, não pela escrita em papel pelo papel escrito,

Mas sim pelo êxtase do movimento das letras,

Me tirando do inferno que é a minha mente.

Que no futuro me descubram e que me confidenciem quem eu era,

 pois eu mesmo sinto que não o sei.

Sei que sinto o sabor salgado na língua dos sonhos que me sobem à cabeça,

 apenas vislumbres que me somem da vista antes que a consciência consiga tocá-los,

Mas ainda a tempo para que o peito sofra pelas vontades

Não se sabe do quê...

Jardim de Rosas BrancasWhere stories live. Discover now