33 - fuga

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Alissa Becker

Ver que eu tinha conseguido mandar a única pessoa que eu gostava ir embora foi como um tiro no meu próprio pé.

E ali estava eu, com insônia e mexendo no meu celular em busca de qualquer coisa do Rafe.
Entrei no perfil dele e passei alguns minutos encarando a sua foto, ele sabia como ficar atraente.

Meus pais resolveram que iam transar essa hora da madrugada, provavelmente acharam que eu estava dormindo e mesmo que o quarto deles fosse no último andar dava pra ouvir alguns gemidos.

Vi duas mensagens chegando no meu celular, brilhando com o nome da Sarah na notificação.

Sarah: Acordada??
Sarah: Pode abrir a porta do fundo?

Desci as escadas silenciosamente e fui até a cozinha, onde ficava a porta do fundo.

Vi a garota com glitter no cabelo, uma mala nas mãos e um sorriso sapeca nos lábios.

- Eu sabia que ia ficar acordada - ela falou entrando - A gente vai pra Greenvile, trouxe coisas pra você se arrumar

A olhei confusa por alguns minutos, ou ela tava bêbada ou tava pirando.

- Tá doida?Meu irmão já não tá aqui, eu não posso sumir do nada - falei e a vi me encarar com tédio

- E dai?Pelo amor de Deus, seus amigos te odeiam e seu namorado sumiu, você tem que sumir também e ir se divertir

Tinha esquecido completamente sobre o Jj e como eu iria passar esse verão completamente sozinha.

- John B já tá sabendo? - perguntei e ela balançou a cabeça em sinal de sim

- Tá, ele não tá do lado de ninguém, disse que não quer se meter nisso e que é muita infantilidade de não entederem sobre com quem você fica - ela resmungou - Mas ele não sabe que eu fugi porquê vai pescar com meu pai. E vamos logo, não aceito não como resposta

- Tá, tá - me dei por convencida, pegando a mala da Sarah e indo me arrumar no banheiro

Eu precisava realmente ir esquecer de tudo que tava rolando nessa cidade, do caos que o Rafe faz na minha cabeça e agora, dos meus amigos.

Coloquei uma mini saia, um top brilhante da Sarah e passei glitter nos meus olhos, lápis de olho e um gloss.

Peguei as chaves do meu carro mas fui impedida por Sarah, que foi até lá fora e me mostrou uma limusine enorme parada de frente pra minha casa.

Sarah sabia mesmo como exagerar.

Entramos no carro com o motorista que logo começou a viagem.
No banco de trás havia uma ou duas champanhes, que abrimos animadas e começamos a festa ali mesmo.

A cidade ficava a uma hora de distância dali, então quando chegamos na cidade já era 1 da manhã.

Greenvile era uma das cidades mais malucas da Carolina do Norte, conhecida pelas baladas, champanhes caras, iates, homens mais velhos e garotas de programa.

O motorista nos deixou na porta de um lugar movimentado, avisou que viria nos buscar as 4 em ponto, já que Ward iria sair pra pescar as 6.

- Vem! - Sarah exclamou animada me puxando do carro

Entramos no lugar lotado, algumas meninas com saias do tamanho da palma da minha mão, alguns homens de terno descendo as escadas com umas garotas novas e garotos com relógios de ouro enormes e camisetas pretas estavam por todos os lugares.

Fui até a bancada do bar com a Sarah, seguindo a loira que estava com uma roupa parecida com a minha.

- Duas tequilas, por favor - ela falou pro barman que assentiu

- Sarah Cameron!Quanto tempo! - ouvimos um dos garotos de preto e relógios enormes falar atrás da gente

- Ai meu Deus!Enrico! - ela falou dando um abraço nele - Quando foi que voltou da Itália?

- Há uns dois meses - ele respondeu acenando pro garçom - Traz um whisky pra mim, ah, e coloca a bebida delas na minha conta - o garoto deu uma piscada - Quem é sua amiga?

- Alissa,Alissa Becker - falei estendendo a mão

- Ah, os Beckers - ele sorriu - Conheço seu pai, ele costumava ir nas festas de ano novo na minha casa - completou - O que estão fazendo aqui, afinal?

- Outer Banks tá um saco - Sarah suspirou pra ele - Precisávamos esquecer um pouco de tudo

- Pode deixar que eu ajudo vocês - ele piscou pra mim - Vou levar vocês pro vip - falou entregando nossas bebidas e brindando

Sarah já estava no seu quarto drink, rindo atoa com o grupo de pessoas que estava na pista de dança.

Enrico nos levou pra parte de cima da festa, era lá onde ficava os caras ricos com as champanhes caras, o bar mais chique, a pista de dança enorme e os djs famosos.

Pelo o que eu havia entendido ele e a minha amiga de conheceram no ano passado, quando ele passou férias em Obx. Ele era legal, como todos os outros ricos que eu já tinha conhecido ele usava o dinheiro do pai pra bancar as coisas que tinha, mas também tinha a própria empresa de carros.

Virei mais um drink com Bacardi cara e fui pra pista de dança.

- Acho que o Enrico tá afim de você - Sarah falou gritando no meu ouvido

- Que bom pra ele - respondi de volta

- Deveria tentar ficar com outra pessoa além do meu irmão - ela respondeu

- Não quero falar dele - falei alto e ela deu de ombros

- Só tô dizendo que a vida passa rápido demais - segurou minha mão me girando - Talvez seja bom aproveitar por um tempo

Continuamos ali por tempo dançando, eu encarava Enrico que estava sentado no bar e o mesmo sorria pra mim algumas vezes.

Ele era bonito, muito bonito, tinha o cabelo médio escuro, os olhos castanhos e músculos aparentes mesmo debaixo da camiseta que ele usava. Seu sorriso ia pro lado, o nariz era típico de um italiano e os lábios também.

Ele se aproximou, segurando minha cintura e sussurou no meu ouvido.

- Tá afim de sair daqui? - ele perguntou apertando mais forte minha cintura

Assenti, avisando Sarah que voltaria logo.

Ele me levou até um lugar escondido na parte de cima, onde tinha um corredor longo e outro bar.

Não tinha ninguém ali, só eu e ele e uma luz azul florescente que iluminava todo o local.
Sentamos em um dos sofás que tinha ali e senti a sua mão passar pelo meu ombro.

- Então, Enrico, como conhece isso aqui? - perguntei tentando aliviar o silêncio que havia se instalado

- Meu pai financia esse lugar, eu sei de todos os segredos - ele falou e eu ri - O que aconteceu em Outer Banks pra vocês terem que fugir pra cá?

- Nada interessante, só...Muita calmaria, queríamos algo agitado - falei e ele deu um sorriso de canto, descendo a mão do meu ombro e indo pra cintura

One nightWhere stories live. Discover now