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— Silêncio, marujos! Me deixem fazer um discurso direito! — Kai pediu com a voz brincalhona e arrastada de quem já havia tomado mais cervejas do que podia contar

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— Silêncio, marujos! Me deixem fazer um discurso direito! — Kai pediu com a voz brincalhona e arrastada de quem já havia tomado mais cervejas do que podia contar.

Fazia duas horas desde que o Demônio do Mar chegou em terra firme. A tripulação passaria uma semana na Ilha Maldita descansando e arrumando confusões até que voltassem para o mar em busca de mais navios para saquear e problemas para arranjar.

O céu fora da taberna podia estar escuro, mas o local estava bem iluminado pelas inúmeras tochas presas às paredes, além de um candelabro no teto.

Naquele momento, toda a tripulação estava no recinto, ocupando a maior parte das mesas. Mas Theo sabia que, ao decorrer da noite, eles se espalhariam pela ilha e ela só veria a maioria deles quando estivessem no navio novamente.

— Eu quero fazer um brinde — Kai voltou a falar, de pé a frente da mesa, o braço erguido e segurando sua caneca de cerveja —, primeiro, à todos vocês, que fazem inúmeras merdas no navio e me deixam puto. O brindo é até para você, Marcel, que limpa o convés com tão pouca vontade que o deixa mais sujo do que estava inicialmente — ele apontou com a mão livre para o macho de cabelos escuros presos em um coque e um olho cego, que soltou uma gargalhada. — Não ria, um dia ainda vou te fazer andar na prancha por isso.

Todos riram da expressão de aviso de Kai, que por sua vez, abriu um sorriso ligeiramente bêbado. Theodosia estava sentada ao lado dele, os braços cruzados e também com um sorriso no rosto.

— Acho que todos aqui deviam dizer um "obrigado" alto para a nossa Mestre do Navio, que vigia as velas e o cordame como ninguém, além de chutar os traseiros de vocês sempre que fazem alguma burrada — ele indicou Theo ao seu lado com a caneca, fazendo-a soltar um riso de escárnio e dispensar o discurso com a mão.

— É um prazer chutar as bundas de vocês — Theo zombou, rolando os olhos para cima com os "obrigado, madame" e aplausos dos machos e das fêmeas ao redor.

— Acho que um brinde para o Imediato também é válido, não? Distribuir os saques para vocês não é fácil! Lembram de quando Tobey e Melinda tentaram se matar por um colar de rubi? — Kai apontou para a fêmea na mesa ao lado, os olhos semicerrados para ela. — Quase arrancou minha mão naquele dia, Mel, não esqueci disso!

— Palmas para o nosso Imediato pé no saco, gente! — Theodosia esbravejou, fechando o punho e batendo na mesa para incentivar aos outros a copiarem o gesto.

— Obrigado, obrigado — Kai sorriu de maneira convencida, afagando o próprio cavanhaque de pelos escuros, depois, moveu a mão até os lábios e pousou o dedo indicador, fazendo-os ficarem em silêncio.

Ele ergueu a caneca mais alto, os olhos escuros ganhando um brilho orgulhoso ao indicar Nalu na mesa a frente, rodeado de mais alguns piratas.

— E por último, mas certamente não menos importante: palmas para aquele que nos salva das tempestades e enche nossos bolsos de riquezas. Um brinde ao nosso Capitão!

 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐁𝐈𝐑𝐃, acotar; azriel Where stories live. Discover now