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Azriel passou os últimos vinte minutos ouvindo Theodosia bufar e resmungar por causa do traje illyriano que era justo demais, desconfortável demais ou simplesmente feio demais

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Azriel passou os últimos vinte minutos ouvindo Theodosia bufar e resmungar por causa do traje illyriano que era justo demais, desconfortável demais ou simplesmente feio demais. Ela já estava tão irritada que exibia a maior carranca no rosto que o macho já vira.

E apesar dela certamente estar diferente do que era duzentos anos atrás, vê-la rabugenta o lembrava dos velhos tempos, quando ela ficava zangada porque vira alguma fêmea tentar flertar com Azriel nas festas de rua.

Ela não precisava ter ciúmes, no entanto. Azriel só tinha olhos para ela, só se importava em observá-la dançar durante a noite inteira, só queria ouvi-la rir e cantar para ele.

Isso, é claro, duzentos anos atrás.

Tinha sido muito duro com ela, na Casa da Cidade. Estava com raiva e frustrado e queria culpar alguém além de si mesmo por Elain querer terminar o relacionamento.

Ainda estava irritado com isso. Remexer demais nas lembranças do momento em que Elain o deixou fazia seu estômago embrulhar. Porque ele acreditava que podiam ter feito dar certo. Não queria aceitar que nos últimos cinco anos eles dois lutaram por uma causa perdida.

— Aqui é longe o suficiente — Azriel disse, parando de caminhar. Ele indicou o grande pinheiro a frente, o verde sendo coberto por camadas finas de neve nas imensas folhas.

— O que vamos fazer? — Theodosia perguntou, ajeitando as mechas de cobre do cabelo que estavam soltando da trança comprida. Ela bufou, ajeitando as mangas justas do traje em seus pulsos.

— Você vai fazer. Estou aqui para auxiliar, apenas — respondeu ele, dando alguns passos para o lado, dando-a mais espaço antes de comandar: — queime a árvore.

— Se eu soubesse como fazer isso, Encantador de Sombras, não estaria aqui — Theo respondeu com os olhos afiados na direção do illyriano.

— Você sabe como fazer, mas está se contendo — Azriel rebateu calmamente. Estava disposto a deixar para trás a discussão na Casa da Cidade para ajudá-la. — Queime a árvore.

— Não sei como — a ruiva respondeu entredentes.

— Você sabe — ele rebateu. — Você sabe como acessar sua magia, Theo. Esse nunca foi o problema.

— Então qual o problema? — Ela perguntou com as sobrancelhas arqueadas com deboche, apoiando as mãos na cintura.

— Você tem medo de perder o controle, por isso fica se contendo, por isso só consegue fazer atos grandiosos quando está fora de si — Azriel indicou a árvore. — Pode usar sua magia, Theodosia. Nada de ruim vai acontecer aqui.

Ela não rebateu ou tentou dizer que ele estava falando besteiras, porque sabia que o illyriano estava certo. Theo estava com medo de ferir pessoas inocentes ao usar sua magia. Mas só poderia aprender a domar seu fogo se usasse-o, se praticasse.

 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐁𝐈𝐑𝐃, acotar; azriel Where stories live. Discover now