16 (fim)

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O caminho para a casa da minha tia foi silencioso, e desconfortável, e sei lá. A gente estava realmente fazendo aquilo...

Me senti uma árvore de Natal quando as pessoas ficavam olhando na nossa direção, o vestido de festa nem era tão chamativo assim, que povo fofoqueiro.

Assim que paramos na frente da casa da minha tia, Jennie parou do meu lado e trocamos olhares.

— Acha que pode dar ruim?

— Olha, tenho a impressão de que meu primo já me odeia, então... — Dei de ombros me aproximando da porta e tocando a campainha.

Demorou apenas alguns segundos para que minha tia abrisse a porta, parecendo confusa por alguns segundos.

— Lalisa... e Jennie...? — Ela deveria estar se perguntando o que diabos estava acontecendo. — Tudo bem...?

— Tia, será que a gente podia falar com o Ten?

A mais velha fez uma cara estranha e rapidamente assentiu.

— Claro. Ele tá no quarto.

Peguei a mão de Lalisa e a arrastei para dentro da casa da minha tia, sem qualquer cerimônia. Quando chegamos no quarto de Ten, eu olhei nos olhos dela uma última vez antes de suspirar e bater violentamente na porta.

Demorou alguns segundos para que meu primo respondesse, sua voz parecendo sonolenta e até um pouco... nervosa?

— O-oi, m-mãe. Q-que foi? — Ele disse apressado, parecia até que o cara estava escondendo droga.

— Não é a tua mãe, não. Sou eu. — Falei sem paciência e só tive como resposta um silêncio estranho. — Ten? — Ele não respondeu. — Olha, foda-se, não tô aqui pra esperar a Bela Adormecida decidir sair do quarto, não. É melhor que você não esteja pelado, não tô afim de ver saco peludo. — Já sem vontade nenhuma de esperar, escancarei sua porta, encontrando uma imagem um pouco questionável.

Em pé, apenas de cuequinha, estava Ten com uma expressão desesperada no rosto; porém na cama tinha um cara... PELADO. Eu só não vi as bolas do infeliz por causa do cobertor com um tigre realista estampado.

Antes que eu pudesse simplesmente reagir à cena aterradora, Jennie entrou logo em seguida, o rosto dela se transformando completamente.

— TAEYONG?! — A mulher gritou, numa mistura de indignação e surpresa.

O nome pareceu familiar, então comecei a procurar dentro do meu cérebro se em algum momento eu tinha conhecido um Taeyong, até que meu queixo caiu, totalmente chocada. Taeyong era aquele viadinho amigo de infância da Jennie que eu conheci no jantar de trabalho da minha mãe.

Eu olhei para os dois transudos com os olhos arregalados e arfei dramaticamente.

— Caralho.

Meu primo olhou do garoto pelado para nós duas de uma forma comicamente desesperada. Mano, eu só não ria ali mesmo porquê se eu risse ia perder toda a minha seriedade e esquecer porquê estava me submetendo a ver dois twinks dormindo juntos.

— Olha só, Chittaphon Leechayapornkul. Nós estamos aqui pra falar uma coisa, primeiro...! Tô namorando a Jennie. Segundo, não tô nem aí pra sua reação! Pode me odiar, pode me chamar de piranha, pode perder toda a sua confiança em mim. Tô pouco me importando! Tu já não gosta de mim mesmo, mas eu amo a Jennie! E não vou deixar ela com você!

Desviei minha atenção para Jennie e ela parecia querer gargalhar mas se conteve, se virando para o meu primo e criando coragem.

— Ten... Lisa e eu... Nós voltamos.

Namorada do Meu PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora