60. A Color I Haven't Seen Before

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Eu abri os olhos e a primeira coisa que vi foi a silhueta dele parado de costas para mim, em frente à janela aberta. Pisquei duas vezes, tentando ajustar a minha visão e forçando meu cérebro a parar de imaginar. Mas ele estava mesmo ali, não era a minha imaginação.

O sol havia saído por completo e agora abraçava o seu perfil distraído, fazendo os fios loiros reluzirem em seu rosto enquanto ele procurava algo mais à direita da vista. Tinha um gosto fresco de primeiro dia de verão, quando suas obrigações acabaram e tudo que você tem pela frente é despreocupado e prazeroso. Eu queria saber o que Luke pensava do primeiro dia de verão ou se havia alguma lembrança melhor na ponta da língua dele.

— Como era o primeiro de verão quando você era criança? — perguntei.

Ele despertou do transe e se virou na minha direção, encostando o corpo na janela.

— Hey, bom dia.

— Bom dia — respondi me sentando na cama — Me conte.

Ele franziu o cenho, mexendo um pouco o nariz — uma expressão que sempre me fazia querer sorrir para ele. Luke pensou um pouco e deu um sorrisinho.

— Nós íamos pra uma casa da família numa área rural. No primeiro dia era sempre uma confusão porque ter três meninos inquietos dentro de um carro por horas só podia significar problema.

— Mas o que isso significava para você? — eu quis saber.

Ele me encarou curioso, como se procurasse o caminho para entrar na minha mente e ler meus pensamentos.

— Eu... me sentia livre.

— O que vocês faziam?

— Depois de descarregarmos o carro, preparávamos sanduíches e íamos pescar.

— Por que pescar? — estranhei.

Luke estava claramente confuso com tantas perguntas, mas resolveu embarcar.

— Eu e meus irmãos ficávamos quietos enquanto estávamos pescando. Acho que era por isso — ele riu.

— Eu nunca pesquei — contei reflexiva.

— Faz sentido. Você é uma garota urbana, nasceu no meio de prédios.

— Isso foi uma crítica?

— Só uma observação. Seria uma crítica se tivéssemos uns 15 anos.

— Você me criticaria com 15 anos?

— Uhum, mas só pra disfarçar que te achei bonita — ele me deu uma piscadinha.

— Ah, você também fazia isso de intimidar a garota porque gostava dela? — levantei uma sobrancelha.

— Não é o que todo garoto de 15 anos faz?

— O meu primeiro namorado não fazia.

— Mas você trocou ele pelo irmão — Luke soltou.

— Ouch!

Ele reprimiu um riso e desencostou da janela.

— Eu vou te deixar sozinha pra se trocar. Estarei com o café lá embaixo. Bote algo decente.

— Decente? — levantei uma sobrancelha, mas ele já tinha ido.

Luke saiu do quarto e eu entrei no banho, avaliando mentalmente o que eu tinha pra vestir e o que "decente" queria dizer. Demorei mais do que eu devia, levando em conta que eu não tinha muitas opções, apenas moletom e blusas de Luke, além da minha única muda de roupa própria.

Enquanto eu penteava o cabelo, meu telefone tocou. Era a garota da agência em Londres perguntando se eu estava disponível para uma sessão de fotos no dia seguinte. Eu a lembrei que estava na Austrália e seria impossível chegar em Londres no dia seguinte, ela se corrigiu avisando que, na verdade, a sessão seria em Sydney mesmo, para uma filial local. O cliente era importante e precisava de alguém com as minhas características. Claro que eu respondi que sim, eu estava disponível, e ela ficou de enviar mais detalhes até o fim do dia.

Sex - Luke HemmingsWhere stories live. Discover now