Capítulo 9

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- PAPAI ME AJUDA - Esse é o meu sinal de derrota.

Não importa onde eu esteja, com quem ou porque sempre que eu tenho um problema desde que me entendo por gente choro com o mesmo pedido de socorro procurando pelo meu pai.

Na sétima série me lembro que chorei encolhida dentro do banheiro do colégio quando Liam colou chiclete em meus cabelos e bem baixinho eu jurava que meu pai poderia me ouvir do trabalho e iria me buscar sem que eu precisasse contar na diretoria o que ouve para ele ser avisado.

Com oito anos, quando Conrad Fisher sem querer fez meu nariz sangrar após me acertar com uma bola de vôlei eu implorei pra que meu pai viesse e fizesse o sangramento parar, porque eu achava que ele faria mágica e não doeria mais.

Com quinze anos quando meu coração foi quebrado e eu cheguei em casa segurando o choro, meu pai não fez a dor passar, mas ele me ajudou a viver com ela.

Quando Susannah Fisher veio mais cedo antes do verão e nos contou que estava doente eu ainda queria acreditar que meu pai poderia fazer a dor dela passar.

- Lala filhinha - O homem beijou minha testa quando me viu - O que o papai faz pra você?

- Eu não consigo desmanchar essa trança, pode me ajudar?- Sorri abertamente.

Talvez eu até conseguisse, mas meu senhor precisa da dose diária de ser necessário.

Ele ainda não está preparado para descobrir que talvez um dia eu não precise tanto dele.

Me sentei no chão e sentado da sua poltrona com carinho o homem desfez o penteado que eu fiz antes de dormir.

- Pare de mimar essa garota, ela já é uma mulher - Minha mãe o repreendeu - Laisa, vá se vestir e pare de enrolar.

- Já vou - Falei abraçando minhas pernas - Mas e se eu não for? Vamos ser muito odiados?

- Se a minha filha que implorou para ajudar as debutantes não for, bom, provavelmente - Ela respondeu - Quer que eu pegue um chapéu?

- Não - Falei me levantando - Eu não sou mais uma delas, não vou usar um chapéu ridículo de novo.

- E o vestido?- Ela perguntou.

- Isso sim, eu fico muito gata de vestido.

Vesti um vestido azul rodado pouco acima do joelho e prendi meus cabelos em um coque, um brilho labial e eu estava pronta.

Ouvi a buzina de Nicole e gritei da janela que já estava descendo.

- Não, Laisa, não vai de chinelos - Ouvi minha mãe reclamar - E já foi - Se conformou quando fechei a porta de casa.

Amizade colorida- Jeremiah Fisher Onde histórias criam vida. Descubra agora