Prólogo

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✨ Contextualizando ✨

Algumas pessoas, depois de fazer endoscopia, ficam "sem filtro". Isso acontece, porque antes do exame elas são sedadas, e o remédio age com uma ação inibitória no sistema nervoso central. É como se o paciente perdesse os "sensores morais". É comum também alguns terem amnésia, não lembrando do que fizeram depois do exame, até mesmo como chegaram em casa.

É isso, boa leitura! Deixem votos e comentários :)

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- Tudo bem, agora eu vou aplicar a sedação, sim? - A enfermeira beta explicou à Harry, com uma agulha que parecia assustadora demais em sua mão.

Geralmente, Harry não era um alfa muito medroso. Na verdade, nada medroso. Seus medos eram bem comuns, ele tinha medo de altura e medo de cobras; e era só.

Mas naquele momento, ele se sentia um pouco frágil, deitado naquela maca, prestes a ser sedado e fazer um exame onde enfiavam um tubo pela sua garganta. É, isso era de se ter medo sim.

- Uh, tudo bem. - Ele esticou o braço, virando o rosto quando sentiu a agulha entrando em sua veia, e o líquido percorrer pelo seu sangue.

Não demorou muito tempo, e sua vista começou a escurecer, e um sono se apossou de seu corpo, e finalmente, ele estava sedado.

Harry acordou algum tempo depois, sem lembrar muito bem onde estava. Ele abriu os olhos, primeiramente enxergando Zayn, seu amigo que também era um alfa, o qual foi lhe acompanhar no exame, e então ele viu olhos azuis o observarem atentamente. Ele piscou, vendo a figura vestida de branco a sua frente se distanciar um pouco.

Se tratava de um ômega, com cabelos castanho claros e os olhos mais azuis que ele já tinha visto em sua vida. O alfa apertou os olhos, jurando que podia ver auréolas brilharem sobre a cabeça do enfermeiro.

- Harry? Tudo bem, querido? Você sabe onde está? - Ele ouviu o enfermeiro lhe perguntar, a voz tão doce que ele queria flutuar.

O alfa fez um esforço pra abrir a boca, sorrindo débilmente quando conseguiu. - Eu estou no céu?

Zayn riu alto, jogando a cabeça pra trás. - Eu deveria gravar isso.

- Desculpe, não é permitido o uso de celular aqui. - O enfermeiro murmurou, voltando depois sua atenção ao paciente deitado na maca. - Pode me dizer seu nome?

Harry sorriu, concordando com a cabeça. - Eu sou Harry. E você?

- Eu sou Louis, Harry. Você sabe onde está? - Ele se aproximou novamente, e Harry pôde sentir o aroma doce de frutas vermelhas que o ômega emanava. - Aqui vai uma dica; não é o céu.

O alfa gargalhou, achando aquilo hilário. Ele levantou seu braço, tocando a mão do enfermeiro, que em momento algum se distanciou, preocupado com o paciente.

- Você é tão engraçado, quer casar comigo?

Foi a vez de Louis rir, negando com a cabeça. - Onde está, Harry? - Ele repetiu a pergunta.

- No hospital. Eles me deram maconha. - Harry inclinou a cabeça, como se estivesse contando um segredo. - Não conta pra minha mãe.

- Pode deixar, eu não vou contar. - Louis deu um passo pra trás, soltando sua mão de Harry, pegando uma prancheta e anotando algumas coisas.

Harry ficou um tempo em silêncio, girando os olhos pela sala, e então voltou sua atenção ao enfermeiro. - Você é o ômega mais lindo que eu já vi na minha vida.

Louis ruborizou, e mordeu o lábio contendo um sorriso. - Você é muito gentil, Harry.

- Desculpa por isso, geralmente ele não é assim. - Zayn se desculpou, fazendo uma careta para o alfa.

- Tudo bem, são os efeitos da sedação. - Ele tranquilizou Zayn, negando com a cabeça. - Querido, você consegue se sentar? - Se virou novamente pra Harry, que tinha o olhar desfocado.

Harry fez uma careta. - Acho que vou precisar de ajuda, tô muito chapado.

Zayn correu pra ajudar o amigo, segurando o braço do alfa e o ajudando a se sentar, e Harry ficou com as pernas penduradas, sentado na maca, as balançando como uma criança.

Ele tinha uma expressão abobalhada, e seus olhos não saiam do ômega de jaleco branco.

- Tudo bem, cara? - Zayn perguntou, preocupado e Harry balançou a cabeça, concordando.

- Louis... - Ele resmungou, chamando a atenção do ômega, que andou rapidamente até o paciente.

- Sim?

- Pode me dar o seu número? Pra gente marcar nosso casamento.

Louis riu, corando e negando com a cabeça. - Acho que você já está bom pra ir pra casa.

- Eu não sei onde fica. - Harry franziu o cenho, fazendo um bico. - Sua casa é longe?

- Não a minha, a sua. - Louis explicou, pacientemente. - Vem, eu te ajudo a levantar.

Louis segurou o braço do alfa, o auxiliando a levantar da maca, sentindo o aroma amadeirado que emanava do alfa.

Ele mordeu o lábio inferior, porque Harry era um alfa muito bonito, e além disso também era cheiroso. Mas ainda assim, era seu paciente, por isso o ômega se afastou assim que Harry estava de pé, sendo segurado agora pelo amigo de cabelos pretos.

- É só você passar no balcão e pegar o resultado, ok? - Ele se dirigiu a Zayn, que concordou com a cabeça, ajudando Harry a andar calmamente. - Vão te passar as orientações, mas eu gosto sempre de repetir. Ele não pode dirigir por pelo menos 12 horas. Recomendo também que ele beba bastante água.

Harry observava os lábios do ômega se movendo enquanto falava, sentindo sua boca salivar pra poder toca-los, com um sorriso débil no rosto. - Você não vem com a gente, Louis?

- Não, meu bem. - Louis negou com a cabeça, rindo. - Tchau, Harry. Boa recuperação.

Zayn caminhou com o amigo até o carro, e Harry tinha uma carranca no rosto.

Ele ajudou o alfa a se sentar no banco de passageiros, e se certificou de colocar o cinto antes de ir até o banco de motorista.

- Zayn? - Harry o chamou, encostando a cabeça no vidro da janela.

- Hum?

- Eu acho que tô apaixonado.

-

O Bom Enfermeiro | Larry Stylinson A.B.OOnde histórias criam vida. Descubra agora